“O BBB é um jogo que não tem fim enquanto você não sai da casa. Ali não tem um juiz que apita. Enquanto se está ali, o game está rolando 24 horas. É um jogo de convivência, onde a gente cria laços afetivos, de amizade, e que te faz jogar contra esses laços que criou”. A análise é da ex-jogadora de vôlei Paula e a mais recente moradora da casa mais vigiada do Brasil a deixar o ‘BBB18’.
No início, ela disse que teve um pouco de dificuldade com o timing do reality, mas sua vivência no esporte a ajudou em vários momentos. “O que levei da minha experiência como atleta foi a racionalidade: ser racional na tomada de decisões e não me envolver tanto durante o game em algumas ocasiões. O jogo precisa de um pouco de frieza e isso eu trouxe do esporte”, conta.
A mineira foi a 14ª eliminada do programa nesta terça-feira, dia 17, com 62,19% dos votos. Ela disputava a permanência na casa com a família Lima, formada por Ana Clara e Ayrton. O grande vencedor da disputa será conhecido nesta quinta-feira, 19. Batalham pelo prêmio de 1,5 milhão a família Lima, Gleici e Kaysar.
Enquete ‘BBB18’ Final: Família Lima, Gleici e Kaysar – Quem irá vencer?
Entrevista com Paula
Como foi esse período na casa?
Foi uma experiência única. O programa superou as minhas expectativas. Tanto o game quanto as emoções que senti, sem falar na estrutura da casa. Fiquei deslumbrada mesmo.
Você conseguiu usar a sua experiência de ex-atleta no BBB? Qual a principal diferença entre um jogo e outro?
Sou ex-atleta de vôlei e ali o jogo dura um tempo. É um game coletivo e feito dentro de quadra. Eu participei, no BBB, de um jogo que não tem fim enquanto você não sai da casa. Ali não tem um juiz que apita. Enquanto se está ali, o game está rolando 24 horas. E é um jogo de convivência, onde a gente cria laços afetivos, de amizade, e que te faz jogar contra esses laços que criou. É muito difícil. Para mim, não tem nem comparação, porque no vôlei você treina técnica, treina jogada. No BBB tudo acontece muito rápido, não tem como treinar. A cada minuto o jogo está diferente e ele não termina enquanto você não sai da casa. Tive um pouquinho de dificuldade de assimilar isso no início, até que peguei o timing. O que levei da experiência que eu tinha foi a racionalidade: ser racional na tomada de decisões e não me envolver tanto durante o game em algumas ocasiões. O jogo precisa de um pouco de frieza e isso eu trouxe do esporte.
A sua sensatez nesses momentos de decisão realmente foi muito comentada. Era um ato consciente?
Isso faz parte da minha formação. Tenho isso dentro de casa, com os meus pais, que são pessoas bem sensatas e que sempre buscaram os objetivos deles com os pés no chão, e eu fui formada com base no esporte. Desde os 11 anos eu pratico esportes. Então, não foi algo pensado, mas sim que faz parte da minha formação. A única coisa que a gente leva para o BBB é isso, nossos valores, nossa conduta.
Você atribui a sua saída, tão perto da final, a alguma coisa?
Não. Acho que agora no final eu estava jogando com pessoas que tinham a mesma linha de raciocínio de jogo que eu, então eu estava contra eles. Acho que pode ter sido mais uma questão de identificação do público. Eu não acho que a minha saída tenha um motivo específico, acho que foi uma questão de preferência mesmo. Eu estava disputando agora com pessoas que estavam ao meu lado no game.
Fica mais difícil chegar nesta fase do jogo com amigos?
Quando tem emoção fica mais difícil. Quando eu votei na família, eu tive que fazer uma escolha. Eu tinha sentimentos por todos os envolvidos ali, mas era um momento que eu tinha que usar a razão. Foi o momento mais difícil de separar. Aquela escolha ficou brigando dentro de mim, mas acho que o esporte me ajudou nesse momento, porque consegui tomar a decisão com menos culpa.
Tinha alguma estratégia para você ir vencendo as semanas e chegando à final?
Minha estratégia era me entregar bastante nas provas, fazer amigos, porque eu gosto do coletivo, e isso era importante até para morar com as pessoas naquele período. Fora isso, deixei as coisas fluírem de acordo com o que eu ia vivendo. Fui muito pela intuição.
Quando estava dentro da casa, você comentou que era difícil fazer amizade com mulheres, mas você acabou ficando muito amiga da Ana Clara, da Gleici e da Jéssica…
Foi muito bom. Algumas mulheres têm uma barreira comigo. Sei que sou muito expansiva, muito exagerada, falo alto, então às vezes o meu jeito assusta. E talvez, pelo meu modo racional, eu tenha mais facilidade em ficar amiga dos homens. Foi muito bom ficar amiga delas, até mesmo para eu quebrar essa barreira comigo mesma. A amizade que fiz com elas foi realmente sincera. Desde o início nos aproximamos, foi uma coisa de energia mesmo. Acho que tínhamos a mesma sintonia.
Você não se meteu em muitos conflitos lá dentro. Isso também faz parte da sua personalidade?
Eu tive pequenos conflitos, mas não sou de estender muito ou ficar me explicando, rendendo o assunto. Sou muito objetiva: se tenho um problema com alguém, vou sentar e tentar resolver. Tive um pequeno desentendimento com a Nayara, a Patrícia teve um problema comigo. Foram pequenas desavenças que, na minha cabeça, foram todas resolvidas.
O que fez você querer entrar no BBB?
Além de ser uma pessoa muito competitiva, eu gosto muito de pessoas. Adoro conviver com gente, conhecer as histórias das pessoas. Ali era uma competição entre pessoas, com personalidades, e foi isso que me atraiu. Eu quis viver mesmo esse game, nem era pelo prêmio em si. Se valesse R$ 1,00, eu ia querer participar do mesmo jeito. Eu queria viver essa disputa de convivência.
Você comentou no início que a casa te surpreendeu. O que te chamou mais atenção?
O cuidado com a gente é enorme o tempo todo. Fiquei encantada com a casa, é tudo muito bonito, cada detalhe é pensado para o nosso bem-estar, fiquei deslumbrada mesmo. E a preocupação com a gente, o suporte em cada cuidado, até na forma de falar. Gostei muito.
Você tinha um lugar preferido?
A cozinha. Acho que isso é coisa lá de casa. Mesmo que não seja cozinhando ou comendo, a gente conversa na cozinha. Eu até pensei que fosse gostar mais de ficar treinando, mas não. Talvez tenha sido uma identificação pelo refúgio que eu tenho na minha própria casa.
E em casa você cozinha tanto quanto cozinhou no BBB?
Não. Fico o dia inteiro fora e minha mãe cozinha muito mais. Eu faço o meu almoço, uma refeição bem pequena, com uma carne e um legume. Mas adoro culinária, só que na prática não tenho muita habilidade.
E de onde vinham as inspirações para aqueles pratos todos?
Foi mais de observar mesmo. Minha mãe e minha avó cozinham muito bem, então tenho essas referências. E assisto muitas coisas referentes à culinária. Só que eu tinha mais a teoria, não tinha tanto a prática. Fui arriscando e deu certo. Foi uma terapia também e um momento de interação. Comer traz alegria, todo mundo conversa. Uni tudo o que eu vi com o pouco que eu sabia e fui fazendo testes. Deu certo.
Você é festeira assumida. Rolava uma ansiedade esperando o dia da festa?
Sou muito festeira. Todas tinham um figurino muito legal e a gente tinha uma expectativa muito grande para se produzir, chegar uma roupa nova. Sem contar que a casa se transformava em dia de festa. Parecia que a gente estava em outro lugar. A decoração era linda, a comida diferente, às vezes tinha show. Eu já ficava na expectativa de que seria legal e, realmente, sempre foi. Era um momento de lazer e também de extravasar um pouco. Ainda bem que aproveitei todas!
E você tinha essa mesma expectativa pelas provas?
Pela competição, sim. As provas eram bem decisivas e eu sempre me concentrava bastante. Não ganhei muitas, mas fui bem na maioria delas. O importante para mim era ser uma boa competidora. A vitória era uma consequência, me dedicava ao máximo. A minha expectativa era a mesma que tinha para as festas, principalmente porque eu sabia que ganhando eu permaneceria mais tempo no jogo ou protegeria alguém que eu gostava.
O período na casa te proporcionou alguma transformação pessoal?
Foi um tempo de autoconhecimento, de perceber ainda mais esse meu controle emocional. A gente acha que se conhece até ser colocado à prova. Eu ultrapassei meu limite em algumas coisas, como o estresse. Vi que sou uma pessoa controlada em situações extremas. E, em relação à minha família, foi o maior tempo que eu fiquei sem qualquer contato com eles, porque eu não ganhei nenhum anjo em que viesse um vídeo. Não tive nenhum tipo de contato mesmo com eles, e aí a gente aprende a valorizar cada vez mais.
Você consegue fazer um balanço de como foi a sua passagem pela casa?
Do pouquinho que eu vi e do pouco que conversei com meus fãs, parece que foi uma passagem legal, o pessoal curtiu. E eu curti mais ainda. Não consigo ficar muito parada, então aproveitava a casa desde a hora que acordava até quando ia dormir. Fiz um jogo legal, saudável, dentro das minhas expectativas.
Você falou de fãs. Já teve contato com eles?
Ontem, quando cheguei ao hotel tinha várias pessoas lá na porta, comentando a minha passagem, pedindo foto. Não parava de chegar gente. Foi muito novo e muito legal. Achei um carinho bem sincero, uma energia muito boa.
Quais são os planos fora da casa?
Estou totalmente perdida. Meu GPS está recalculando a rota. Tenho boas expectativas em relação à minha empresa e quero ver o que pode surgir de legal para mim ligado à comunicação. Tenho a cabeça aberta e não tenho preguiça de nada!
Dos três finalistas, para quem você torce?
Todos eles têm histórias fortes e são bons jogadores. Mas com quem eu estava desde o início foi a Gleici, que está ali sozinha batalhando. Se tivesse que escolher um, seria mesmo a Gleici.
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