“Saio da casa com a sensação de dever cumprido. Sem o prêmio de R$ 1,5 milhão, mas rico de uma experiência inacreditável”. Rodrigo avaliou sua saída do ‘BBB 19’ no último Paredão. “Foi enriquecedor e também a experiência mais maluca da minha vida. Conheci pessoas com quem possivelmente eu não cruzaria na vida. Vivemos o exercício do diálogo, de nos relacionarmos a partir da diferença. Acho que essa foi a grande escola do BBB 19”, garante o carioca.
A experiência, segundo ele, foi surpreendente. “No programa, pude falar o que eu queria, vestir o que eu gostaria, ser eu mesmo, o Rodrigo. Essas pequenas vitórias são magistrais e não podem ser abandonadas porque eu perdi R$ 1,5 milhão. E isso não é ser bom, é reconhecer que a gente pode ser feliz também perdendo”, afirma. Agora, fora da casa, o dramaturgo e cientista social faz planos. “Quero voltar para o meu teatro, voltar para a sala de aula. Quero fazer aquilo que eu gosto: interpretar, escrever, ler”, pontua. Sua torcida, ele diz que fica com uma das grandes amigas que o reality lhe deu. “Torço pela Gabi, não tenho dúvida”, decreta.
Rodrigo deixou o ‘BBB 19’ na terça-feira, dia 2, com 69,71% dos votos, em uma disputa com Carolina e Hariany.
Entrevista Rodrigo – Décimo eliminado do ‘BBB 19’
Como foi estar no BBB?
Foi uma experiência enriquecedora e também a mais maluca da minha vida. Conheci pessoas com quem possivelmente não cruzaria na vida. Vivemos o exercício do diálogo, de se relacionar a partir da diferença. Acho que essa foi a grande escola disso tudo.
Por que você acha que saiu neste paredão?
Saí porque talvez a forma que eu enxergue a vida não seja adequada para um jogo. Um jogo necessita de competição, de exclusão e o que eu prego aqui fora vai em contraponto a isso. Fui aprendendo a jogar, mas a partir das minhas convicções. Eu não faria nada que fosse contra elas, não construiria uma problemática em cima de alguém não existindo. Talvez para o público isso não tenha sido o ideal, pode ter passado como “estar em cima do muro”.
Você tinha uma estratégia para se manter no jogo?
A estratégia era ser quem eu sou e votar a partir das minhas convicções, mesmo tendo que sair da casa por conta disso. Meu acordo interno era honrar a minha família e não ser o escroque da edição. Não dá para eu abandonar 41 anos de vida, com uma estrutura já organizada e construída, com pessoas que se espelham em mim e precisam do meu trabalho. Este não sou eu e nem precisaria me sujeitar a isso. Na vida a gente se policia o tempo todo e deixa passar muitos erros. Num reality show, mil pessoas estão te policiando também. Qualquer vírgula colocada fora do lugar pode causar problemas e eu sabia disso. Arrisquei, entrei, mas eu não poderia ir além do que sou porque não posso decepcionar os meus.
O público viu um forte laço entre o grupo da Gaiola, que você fazia parte. Como aconteceu essa aproximação entre vocês?
Foi uma relação de afinidade, de empatia, das mesmas dores, dos mesmos anseios. E isso a gente nota no olhar. Quem eu queria comigo no meu recreio eu já percebi naquela nossa primeira fala em círculo. No ‘BBB’ é tudo muito intenso. Dá para perceber quem vai sonhar, rir, chorar contigo, quem não vai te julgar. Às vezes essas pessoas nem são tão iguais a você. O Alan, por exemplo, um surfista, outro rolê, como se fala, mas que tem uma sinceridade, uma escuta que pouco se tem hoje. As pessoas que nos interessam são atraídas e a gente tem que ficar atento aos sinais.
E mesmo com a distância geográfica, essas amizades vão se manter aqui fora?
Não tenho dúvida! Com a internet fica mais fácil. Este grupo é o das pessoas que eu quero para a minha vida. Não ganhei R$ 1,5 milhão mas ganhei gente que eu já amo.
Muito se comentou aqui fora sobre a sua calma, como você não sai do sério mesmo quando confrontado. Tem algo que te faça explodir?
Tem. A intolerância. E não é nem a intolerância comigo. Mas intolerância e a injustiça, na medida que não dê para contornar. Eu sempre vou tentar contornar através do diálogo, mas eu não ouço quem fala com decibéis altíssimos nem tento conversar com quem não abre um canal de escuta.
Acha que o seu temperamento te atrapalhou no jogo?
Possivelmente. Talvez o público esperasse um outro tipo de comportamento…
Mas você faria algo diferente?
Não, não me arrependo de jeito nenhum. Sair e olhar para a minha mãe e ter tranquilidade não tem preço.
O que fez você querer entrar no BBB?
O prêmio. Tenho muitos projetos na área social que eu já atuo. A gente precisa de uma sede e esse foi o primeiro mote. Mesmo que eu ficasse uma semana, eu tinha algumas metas, como colocar algumas pautas em discussão. Depois fui ficando um mês, dois e achei que teria chance ao prêmio. Eu achei – e foi – uma oportunidade de falar coisas que eu gosto de debater.
Dentro da casa, o que mais te surpreendeu?
Achei a equipe muito sensível, me surpreendi muito positivamente. Por exemplo: um objeto que era sagrado para mim arrebentou e em um dia a equipe me entregou aquilo consertado. Eu pude falar tudo o que eu queria, vestir tudo o que eu gostaria, ser o Rodrigo. O ‘Big Brother’ me proporcionou festas, momentos e muita coisa especial (muito emocionado). Uma equipe de figurino que foi tão cuidadosa e não foi para o estereótipo. A gente via que tinha pesquisa e cuidado em tudo. Pequenas vitórias que são magistrais e não podem ser abandonadas porque eu perdi R$ 1,5 milhão. Isso não é ser bom, é reconhecer que a gente pode ser feliz também perdendo.
E nas festas? O público via você se divertindo, dançando com os amigos… Conseguiu aproveitar como gostaria?
Foi melhor do que eu imaginava. Aproveitei muito! Não sou um cara baladeiro, às vezes eu dançava, dançava, dançava, tirava a minha sonequinha e depois voltava para dançar. Os temas, as comidas, o cuidado com o som… tudo isso me surpreendeu. As músicas contemplavam gêneros que todo mundo curtia. E o figurino? Fiquei apaixonado.
Quais eram os momentos mais aguardados por você?
A festa era a minha válvula de escape, principalmente a de sexta ou sábado, porque as provas já tinham passado.
Você está há pouquíssimas horas fora da casa, contou que ainda não dormiu… Já dá para fazer uma avaliação de como você entrou no BBB e como você sai?
Entrei na casa com medo, confesso. E saio muito aliviado e com a sensação de dever cumprido. Sem ser rico financeiramente, mas rico de uma experiência inacreditável.
Agora, aqui fora, quais são seus planos?
Voltar para o meu teatro, voltar para a sala de aula. Eu preciso muito da sala de aula, preciso escrever e nunca fiquei tanto tempo sem escrever. Quero fazer aquilo que eu gosto: interpretar, escrever, ler.
Vai torcer por quem nesta reta final?
Torço pela Gabi, não tenho dúvida. Depois Rízia e depois Alan.
Na #RedeBBB é possível acompanhar os passos de Rodrigo fora da casa. Nesta quinta-feira, dia 4, o ex-brother repercute a Prova do Líder junto com convidados especiais na Mesa-Redonda, ao vivo no Gshow, logo após o programa. Encerrando a semana, no sábado, um ensaio fotográfico e entrevista especiais com o Rodrigo.
O ‘BBB19‘ tem direção-geral de Rodrigo Dourado e apresentação de Tiago Leifert. O programa vai ao ar de segunda a sábado logo após ‘O Sétimo Guardião’, exceto às quartas, quando passa depois do Futebol. Aos domingos, o programa é exibido após o ‘Fantástico’.