Gratidão. Para Flayslane, essa é a palavra que define a intensa experiência que viveu no ‘Big Brother Brasil 20’. Depois de alguns conflitos, de fazer amigos e vê-los deixando o jogo e de se divertir – e muito – nas festas, Flay respeita a própria trajetória. “É o ‘Big Brother Brasil’, os desentendimentos acontecem. Se não fosse para viver os conflitos genuínos, ‘meter o louco’, aproveitar, me jogar, eu não teria me inscrito”, argumenta. No último domingo, ela deixou a casa em seu quarto paredão, enfrentado com Thelma e Babu, com 63% dos votos. Hoje, ela fala sobre como sua postura de jogo arriscada reflete um jeito leve e destemido de viver a vida.
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Como foi, para você, a experiência de participar do BBB 20?
Foi bem intenso, um super desafio. Foi surtante, feliz, um processo de autoconhecimento e evolução como ser humano. Revi minhas atitudes e o meu maior sentimento foi o de querer sair de lá uma pessoa melhor.
O que mais te surpreendeu no jogo?
Eu não esperava me aproximar tanto do Prior quanto nos aproximamos agora no final. Também não esperava ficar tão próxima do Babu depois da guerra do feijão (risos). O BBB foi uma montanha-russa, mas eu adorava. Estava me deliciando com as dinâmicas do jogo. Era nas diferentes dinâmicas que eu, Babu e Prior conseguíamos escapar de uma perseguição que a gente vinha sofrendo dentro da casa e tínhamos a oportunidade de ver outras pessoas no paredão, não só a gente.
Do que mais sentiu falta durante o confinamento?
Do meu filho. Ele é a minha força, nunca passei tanto tempo longe dele. E só aceitei isso porque sabia que o BBB mudaria as nossas vidas e poderia garantir uma oportunidade de algo melhor para o futuro dele. Estou louca para vê-lo, pegar no colo, abraçar. Ele é tudo para mim e é mais um motivo para eu ir à luta agora.
Quais foram os melhores momentos vividos na casa?
Todos os momentos de leveza junto com meus amigos porque é isso que eu sou na vida: leve. Os momentos de brincadeira, de palhaçada, foram os que marcaram para mim.
Além deles, você também teve alguns desentendimentos, principalmente com a Rafa, Thelma e Gizelly. O que você acha que motivou os conflitos com cada uma delas?
Com a Thelma eu nem entendi o que aconteceu. Partiu mais dela, ela sabe. Começou com alguns apontamentos dela sobre mim em um jogo da discórdia que me pegaram de surpresa. Depois do jogo, fui conversar com ela e mostrar que da minha parte não estava acontecendo nada, não tinha nada contra ela, só não tínhamos muita troca, o que era normal. Da Gizelly eu tinha a impressão de que ela queria me queimar a qualquer custo. Depois ela começou a querer mostrar que tinha uma competição por causa do Prior entre eu e ela, mas da minha parte não tinha. Com a Rafa foi o que eu sempre falei: não senti naturalidade nas atitudes dela, achei muito montada, preparada, preocupada, articulada. E não bateu comigo porque eu gosto de coisas naturais, odeio coisa forçada. Quando ela indicou a Bianca e eu já estava no paredão foi o resto de tudo.
Esse seu primeiro paredão foi justamente uma consequência da prova do líder que a Rafa ganhou, e você chorou muito na hora que descobriu. Qual foi sua sensação naquele momento?
Não sei se eu estava preparada para ir ao paredão naquele momento. Me deu medo de ir junto com a Bianca, esse foi o principal sentimento. A gente estava em uma conexão muito grande. Eu até ia tentar sair sem chorar daquela situação, mas quando olhei para a Bia e ela já estava chorando, não aguentei, desabei.
Você passou por quatro paredões e escapou de outros dois em provas “Bate e volta”. Qual foi o mais difícil para você?
Com certeza foi o que eu fui indicada pela casa para ir junto com a Ivy e o Daniel. Foi uma sensação muito ruim estar em pé diante de uma casa em que você sabe que todo mundo vai descascar você para favorecer os amigos. E o meu sentimento era o de que o Brasil inteiro estava pensando a mesma coisa que a casa. Pensei: “Lasquei minha carreira, minha vida, vim para cá fazer um negócio e fiz outro, pronto”. Mas no fim das contas eu segui o meu coração e por isso eu estava tranquila. Eu tinha quase certeza de que iria sair escorraçada, mas mantinha a fé.
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Você está falando da situação do “teste de fidelidade”? Acha que seu posicionamento nessa questão te prejudicou no reality?
Sim. Acho que naquela situação as meninas usaram uma bandeira, que eu também defendo, para se promover no jogo. Eu me ‘dolori’ quando olhei para a Mari e ela estava mal. E fui a primeira a querer saber do Lucas o que aconteceu, porque ele era meu amigo também. Cheguei para falar com ele no ápice da minha indignação. Mas, como sempre, eu berro e depois me acalmo, e vi que não era eu quem tinha que julgar. E aí conversei com calma com ele, porque na gritaria ninguém entende nem resolve nada. Para mim, antes de tudo vem o ser humano, as famílias fora do programa, amigos, uma vida social que pode ser destruída. Por isso eu tive o cuidado de não partir de mim esse julgamento.Quem tinha que julgar era Deus e o público que estava assistindo a tudo. Só que, a partir daí, acabou-se. Virei um alvo da casa até o dia de ontem, quando saí.
Você avisou que “voltaria metralhando” do paredão que enfrentou com Daniel e Ivy. Por que aquele momento representava um divisor de águas para você?
Eu não ter saído foi uma surpresa e, a partir dali, também vivi coisas muito boas, como a liderança, minha reaproximação com o Prior, que me fazia muito bem, minha amizade com a Mari, que me dava um suporte emocional, uma base… E sobre esse aviso eu até segurei a onda (risos). Por ironia do destino, eu acabei tendo muitos confrontos depois disso com as pessoas que me atacavam. Mas eu não saí atacando todo mundo como eu imaginei que faria quando disse que iria me vingar de um por um. Me acalmei e vi que não era assim. Eu nunca fugi de um confronto, mas eu tive o cuidado de não ficar comprando briga à toa.
Mais de uma vez você criticou a postura e o jogo de alguns participantes. Que tipo de jogo mais te irritava na casa?
Ficar no comodismo de votar nas mesmas pessoas que já eram votadas para não rachar o grupo, um elo, uma aliança indireta. Ou seja, não votar para não ser votado. Isso me incomodava porque é algo que faz parte do jogo. Sempre que quis votar em uma pessoa, votei. Nunca tive problemas com isso. Outra coisa que me chateava muito era as pessoas quererem ficar bem com todo mundo. Não tem como! É o ‘Big Brother Brasil’, os desentendimentos acontecem. Se não fosse para viver os conflitos genuínos, meter o louco, aproveitar, me jogar, eu não teria me inscrito. Eu fiz tudo exatamente igual ao que eu falei no vídeo de apresentação que faria.
Você e Mari ficaram muito próximas. Você chegou a dizer que sentia ciúmes dela, mas também pontuou que discordavam em muitas coisas. O que a relação com a Mari representou para você dentro do programa?
Minha amizade com a Mari era o meu lugar de abrigo. Eu sabia que ela era muito parceira e que, mesmo não concordando comigo, ela estava sempre do meu lado. O que começou a pegar para mim foi a postura de jogo dela, que era diferente da minha. E não estou falando que uma era errada e a outra certa, a gente só não concordava com a postura uma da outra. Tentamos fazer isso não virar um conflito. Mas em um momento de reta final, com energia lá embaixo, os ânimos lá em cima e um desgaste emocional muito grande, aconteceu. Não tenho nenhuma raiva dela, estamos super bem e eu quero a amizade dela para a minha vida, ela sabe disso.
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Quais foram suas grandes amizades construídas no BBB?
Bianca, Mari, Prior, Guilherme e Lucas. E sem ordem, eu gosto de todos!
Teve alguém que foi uma decepção para você?
Sim, a Gabi. Eu senti ela me abandonando quando viu que o barquinho estava furado, que todos os meus amigos tinham saído e as próximas seríamos eu e Mari. E teve a questão do pódio, que para mim era algo muito sério. A gente estava muito colada, pensei que eu fosse uma certeza para ela assim como ela era para mim. Quando ela puxou a Rafa eu não entendi. Antes daquele momento eu só tinha visto as duas conversando uma única vez, por isso ficou tão estranho para mim. Foi muito doloroso. Mas acho que aqui fora, sem as situações de jogo, a gente pode se conhecer.
Você protagonizou momentos engraçados nas festas do BBB 20, mas foi criticada por alguns participantes por se exceder. Acha que isso te prejudicou no jogo?
No jogo, sim, porque as pessoas estavam o tempo todo procurando um defeito em mim. Mas eu fui para me jogar. Eu sou essa pessoa “amostrada”, exagerada. É só olhar no meu instagram, nos meus shows! Meus amigos sabem que sou assim, essa mesma presepada, aqui fora.
Acha que a sua postura no jogo foi arriscada?
Super! E eu sabia disso. Mas consegui chegar na reta final, não saí muito odiada, então não chegou a ser tão ruim (risos). Eu também não esperava ter tantos conflitos porque na minha vida isso não acontece muito. Só que em um confinamento com várias pessoas diferentes, todo mundo em busca de R$ 1,5 milhão, a gente bate de frente mesmo.
A briga do feijão com o Babu rendeu memes divertidíssimos aqui fora. Por que um simples feijão te fez “explodir” naquele momento?
Quer dizer que vocês riram muito aqui? (risos) O Babu tinha entregado a cozinha, dito que não cozinhava mais para o grupo e que faria a própria comida. E eu respeitei. Quando fomos fazer o feijão no dia seguinte, o Guilherme falou que estava pouco, mas eu lembrei que o Babu tinha dito que queria fazer o dele, então disse que aquele dava para todo mundo. O Babu comeu, o feijão acabou e ele comentou que não tinha mais para o Prior, teria que esperar o da outra panela ficar pronto. E eu só olhando e ficando chateada. A frase que eu falei e danou tudo foi: “Então por que você não deixou esse feijão aí para o Prior e esperou o seu ficar pronto?” Aí pronto. Jogamos um foguinho no negócio e todo mundo explodiu. Até quem estava no VIP estava rindo da nossa desgraça (risos).
Quem é a Flayslane que os participantes podem não ter enxergado?
Uma pessoa muito simples, muito intensa, muito verdadeira e muito leal, que luta pelo que acredita.
Você se arrepende de alguma coisa que tenha feito no BBB?
Me arrependo de ter me excedido na penúltima festa.
Que aprendizado você tira dessa experiência?
O de que nem sempre eu estou certa. Tenho que ter mais cuidado ao julgar para não machucar ninguém.
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Quem você acha que está forte no jogo?
O Babu.
E por quem está torcendo?
Pela Mari e pelo Babu.
Agora, fora do programa, quais são os seus planos?
Eu quero aproveitar a visibilidade que o programa me deu para mostrar o meu trabalho para o maior número possível de pessoas. É gratificante ver que até mesmo as pessoas que não gostavam muito de mim me desejam sorte no meu trabalho. Isso mostra que pelo menos estou caminhando com ele do jeitinho certo (risos). Quero me desafiar, fazer projetos lindo para esse ano e para o próximo e me manter com a minha carreira. Quero evoluir, gravar feats e, quem sabe, virar uma cantora conhecida em toda a América Latina e no mundo. Mas vamos devagarzinho, vou sonhar com calma! (risos) Também quero conhecer o mundo com meu filho e minha família.
Se você pudesse resumir em uma palavra a experiência do ‘Big Brother Brasil 20’, qual seria?
Gratidão.