Foram 1.532.944.337 bilhão de votos, recorde histórico do formato ‘Big Brother’. O paredão que eliminou o jogador que entrou no BBB20 disposto a fazer história não poderia ser outro.
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Em sua jornada de erros e acertos, Felipe – mas pode chamar de Prior – não abriu mão do foco no prêmio de R$ 1,5 milhão e de ser o protagonista de suas decisões. Nem mesmo nas festas, quando abandonava a postura sisuda e permitia aos brothers conhecer seu lado dançarino e “da zoeira”. “Quando bebiam, todos falavam tudo que não queriam falar para mim. Eu me divertia e, ao mesmo tempo, jogava”, entrega ele, que deixou a casa com 56,73% dos votos no paredão disputado com Manu Gavassi e Mari Gonzalez. Nesta entrevista, Prior abre o verbo sobre participantes que tentaram driblar seu game e revela seu desejo do dia: “Foi uma experiência sensacional, adoraria repetir. Hoje é primeiro de abril. Queria que fosse uma mentira e que eu voltasse para a casa”, brinca.
Que balanço você faz da sua passagem pelo BBB 20?
Um balanço positivo. Esperava ir um pouco mais além no programa, mas talvez algumas escolhas minhas tenham feito com que eu saísse antes. Dizer que eu tinha nove adversários, por exemplo, pode ter me atrapalhado na hora da votação com o peso de nove torcidas contra uma.
Como era sua estratégia para ganhar o jogo?
Eu entrei no reality para jogar individualmente. Na primeira semana vi que era impossível. Então tracei a estratégia de me aproximar das pessoas que eu mais gostava e criar uma linha de participantes a serem eliminados. Em determinado momento, as pessoas de quem eu estava mais próximo começaram a sair. Eu quis entender o porquê de elas estarem saindo perguntando para os outros brothers. Com as duas pessoas da casa de vidro, que eu chamo de paraquedistas, chegaram também novas informações. Mas eles não diziam que eu estava envolvido, diziam só que eu era o próximo a sair. Foi então que eu olhei para os meus erros e pedi desculpas, mesmo sem saber exatamente o que eu tinha feito. Como o confinamento é muito intenso, às vezes você esquece de coisas que fala, de verdade. Mas eu preferia sair pedindo desculpas dentro da casa, onde eu cometi o erro, do que deixar para fazer isso fora do programa. E consegui continuar no jogo, não saí no paredão.
Então ficar no paredão contra a Bianca e a Flayslane foi uma virada para você?
Sim. A partir desse momento meu jogo mudou novamente. Tentei me aproximar das pessoas, mas vi que as elas não estavam querendo se aproximar de mim. Vi que as desculpas que me deram foram da boca para fora. Então entendi que estavam me julgando. Foi aí que eu decidi achar os erros das outras pessoas também, porque todo mundo erra. Quando eu comecei a linkar os pontos fracos de cada um, vi que era um grupo em que um acobertava o outro. Nada estava errado ali. Mesmo que cometessem os mesmos erros que eu na convivência, como deixar de lavar louça, perder estalecas – que é uma coisa muito importante lá dentro –, se era alguém do grupo não pesava para eles.
Nesse novo paredão você foi eliminado justamente pela pessoa que escolheu enfrentar, a Manu. Foi uma surpresa?
Eu já estava um pouco de saco cheio das pessoas lá dentro. Estava muito difícil conviver porque eles se aproximavam e, em seguida, me julgavam, me excluíam. Só que eu era um kamikaze. Para ganhar, eu tinha que bater todo mundo, desde a Manu até a Marcela, a Rafa… Então, na hora de escolher o adversário, eu olhava para a cara das pessoas e via quem estava mais assustado, e escolhia essa pessoa. Eu sempre tentava ver o jogo de fora. E, já tendo assistido a outras edições, não achava o jogo da Manu interessante. Mesmo assim, acho que estando em um outro tipo de paredão com a Manu, sem ter um grupo inteiro e suas torcidas defendendo ela, talvez eu tivesse mais chances de ficar. Mas lá dentro eu não tinha essa noção e o que aconteceu foi que eu saí.
Durante o confinamento você teve algumas falas consideradas machistas pelo público. Acha que isso te prejudicou no jogo?
Achei que, depois de eu ter reconhecido o meu erro e pedido desculpas, isso não fosse mais me prejudicar dentro da casa. Mas quando eu vi que até agora estavam voltando nesse assunto, isso me desestabilizou porque eu considerava um jogo muito baixo. Se todos me disseram que tinham conseguido ver meu lado bom e se aproximaram de mim, não devia me prejudicar. Mas vi que a aproximação era falsa e fiquei revoltado com isso. E com o público, aqui fora, acho que também me prejudicou. Na reta final de uma votação, tudo é um motivo decisivo.
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O que mais te incomodava: elas não terem te desculpado, na sua visão, ou sempre voltarem no mesmo assunto?
Eu interpretava voltar no assunto como não ter havido desculpa. Para mim, desculpas têm que ser sinceras. A sociedade é machista, a gente está aprendendo a não ser. E eu me propus a aprender. Pedi para elas me ensinarem e elas até gostaram disso. Nesse ponto foram sinceras comigo.
Quais foram os momentos mais divertidos para você?
Nas festas eu era muito o que sou aqui fora: aquele que dança, brinca, bebe, se diverte mesmo. Era nas festas também que eu pegava o jogo das pessoas. Quando eles bebiam, eles falavam tudo que eles não queriam falar para mim. E esse tipo de jogo me divertia. Eu me divertia e, ao mesmo tempo, jogava. Eu adorava ficar fazendo conta, vendo as probabilidades…
Após a saída das pessoas mais próximas a você, houve uma aproximação ao Babu. Como você enxerga a amizade com ele?
Nossa amizade me fez muito bem. Eu estava muito junto com o Lucas quando o Babu chegou porque estava excluído pela casa. Ninguém tinha paciência de conversar com ele, ninguém queria olhar no olho. Só que ele via a sinceridade em mim. Quando ele começou a confiar em mim e no Lucas, ele quis jogar junto com a gente.
Nos últimos dias, vocês dois tiveram diversas discussões sobre votos. Acha que tinham estratégias diferentes, apesar de estarem jogando em dupla naquele momento?
Eu gosto muito do jogo de confronto e o Babu não. Ele aproveitava esse meu lado do confronto para tirar algumas informações, o que era bom. Mas cada um tinha um estilo de jogo, o que é natural porque o BBB escolhe participantes diferentes para dividirem a mesma casa, não iguais.
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Já com o Pyong você criou uma rivalidade grande na competição. Como você avalia o jogo dele?
Era um jogo muito soberbo. Ele achava que era melhor em tudo. Até nas provas em que davam um molde para a gente treinar, como a da catapulta, na forma de explicar para os outros ele queria mostrar que já sabia fazer. Nessa vez, chegou na hora da prova e ele acertou o teto. Eram nessas situações que eu zoava ele. Eu sempre falava que ele poderia até calcular coisas mais rápido que eu, só que eu também consigo chegar ao resultado. Foi assim que eu comecei a incomodar ele.
Sua relação com a Gizelly também foi conturbada, vocês protagonizaram o primeiro beijo da edição, mas também discutiram bastante. Em que momento a rivalidade com ela se estabeleceu no jogo?
No começo do programa ela e a Marcela estavam perdidinhas. E eu já estava mais antenado, pensando em quem votar na semana seguinte. Elas viram isso em mim e quiseram se aproximar. Quando teve toda a briga, a Gizelly disse que eu estava tentando manipular elas. E eu fiquei muito bravo. Ali eu saquei que o jogo dela era sujo. Só que eu tinha meu lado jogador, mas também tinha o lado zoeira nas festas. Sempre me permiti e me joguei em tudo. A brincadeira, na verdade, era ela ficar com o Chumbo. Quando ele saiu, eu perguntei se ela queria dar uns beijos.E nos beijamos. Mas eu entrei focado em jogar, não deixaria isso me atrapalhar. E poderia me atrapalhar porque acho que ela fala muita besteira. Hoje mesmo eu soube que ela estava falando como se tivesse me eliminado. Mal sabe ela que eu saí em um paredão histórico.
Quais você acha que eram seus pontos positivos e negativos?
Ponto positivo, a sinceridade. As pessoas conseguiam enxergar isso na minha forma de falar. E eu repetia a mesma coisa para várias pessoas, para verem que a minha forma de falar com um e com outro era igual. Já o ponto negativo é a teimosia. Três pessoas têm que me mostrar que eu estou errado para eu finalmente reconhecer e me desculpar. E o Babu também era muito teimoso, por isso a gente quebrava o pau (risos). Mas eu fui muito coração com ele, não soube dividir coração e jogo, como com as outras pessoas eu sabia.
Que aprendizado você tira dessa experiência no BBB?
Que eu não sou o dono da razão. Fora os aprendizados de convivência mesmo, de respeitar o espaço do outro.
Nas últimas semanas, você recebeu muito apoio da sua torcida e também de vários futebolistas. Imaginava toda essa repercussão?
Nunca!
Como você acha que o jogo vai seguir sem as suas movimentações?
Eu acho que Mari, Flay e Babu vão continuar jogando, mas tenho certeza que vão ter aproximações, como já está tendo da Rafa com o Babu. As meninas agora estão com uma confiança gigantesca, e era a dúvida que eu gerava nelas que fazia o jogo acontecer. Se ninguém bater de frente, na minha opinião, vai ser um jogo muito chato. Vão ser votos por sorte e acompanhados de pedidos de desculpas. Acho que, nesse sentido, o Babu e a Flay podem ser as pessoas que vão dar vida no jogo. Eu aposto nisso e por isso a minha torcida é para eles.
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Agora que deixou a casa, quais são os seus planos?
Eu tenho um lado empreendedor muito forte. Trabalho com Arquitetura e é algo que eu quero fazer crescer bastante. Também quero partir para outros lados, como o da Publicidade, por exemplo, que eu acho muito legal. Só que tenho que aprender muito sobre isso ainda.
Se você pudesse resumir em uma palavra a experiência do ‘Big Brother Brasil 20’, qual seria?
Única. Foi sensacional, queria repetir! Hoje é dia primeiro de abril, dia da mentira. Queria que fosse uma mentira e que eu voltasse (risos).
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