Karol Conká entrou no ‘Big Brother Brasil’ disposta a viver novas experiências. Segundo a agora ex-participante, sua “animosidade” teria atrapalhado a convivência na casa: “Acabei me irritando facilmente, entendendo coisas de maneira errada e entrando na personagem de vilã. E saí batendo recorde. Essa personagem veio com a tristeza de estar fora do controle”, explica. Na passagem pelo BBB21, Karol fez amizades com as quais criou identificação e protagonizou “tretas” com vários participantes. Ao contrário do que pretendia, se envolveu em um romance e, após deixar a casa, diz que não se reconhece na narrativa da qual participou.
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Eliminada no paredão com Gilberto e Arthur, a cantora e apresentadora fez história ao registrar o maior índice de votação do programa: 99,17%. Na entrevista a seguir, Karol Conká avalia seus erros e acertos no reality, comenta sobre as relações com os brothers e conta o que leva de aprendizado dessa experiência.
Que balanço você faz da sua trajetória no BBB. Deu tempo de pensar nisso?
Acho que eu comecei bem, mas logo depois me perdi no jogo. Acabei me irritando facilmente, entendendo coisas de maneira errada e entrando na personagem de vilã. E saí batendo recorde. Essa personagem da vilã veio com a tristeza de estar fora do controle. A sensação que eu tinha era a de que eu estava ficando amarga a cada dia e me distanciando de quem eu realmente sou aqui fora. Eu fui ficando triste e me sentia confortável em praguejar. Cheguei a falar que queria sair, porque eu estava me distanciando de mim mesma. Mas percebi o quanto foi importante essa experiência para eu me conhecer. Só que quando eu falo “para eu me conhecer” é um pouco estranho porque eu realmente não sou desse jeito. Foi “me conhecer dentro desse jogo”, aqui fora eu não sou assim. Se eu fosse, não teria chegado onde eu cheguei, e nem no BBB.
O que mais te surpreendeu durante a sua participação no programa?
A minha falta de noção. Eu sou muito sensata, as pessoas me falam muito isso. E a minha falta de sensatez no confinamento foi algo que me surpreendeu.
Qual foi seu maior acerto e o seu maior erro dentro da casa?
Meu maior acerto foi ser sincera, falar para as pessoas todas as coisas positivas que eu estava pensando e tinha para dizer. E os looks também (risos)! Meu maior erro foi ter mergulhado na tristeza de não poder estar no controle da minha vida. Eu conseguia controlar as lágrimas, mas o resto não controlava, não.
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Você foi a participante que esteve em mais pódios no jogo da discórdia do “pódio dos finalistas”. A que atribui esse reconhecimento dos seus companheiros de confinamento?
Convivendo, as pessoas podiam me sentir melhor e tinham um carinho por mim. Havia muita gente ali que me achava forte e querida. Acho que esse pódio mostra para o público que eu não sou tão vilã assim.
Acha que a visão do público é muito diferente do que você enxergava lá dentro do reality?
Acho que é uma visão exagerada, mas eu super entendo. Se o público estivesse lá dentro, ia apenas achar que eu estava com um problema de animosidade, não que eu sou uma vilã real. Mas houve momentos em que eu brinquei de ser vilã com o Nego Di. Acho que não teria muita graça um programa inteiro com todo mundo só sendo fofinho. Então acabei me deixando levar.
Você esteve no centro de várias discussões com os participantes. Imaginava que isso poderia acontecer?
Não imaginava. Senti, em determinado momento, que eu estava sendo uma perturbação na casa, e por isso falei que precisava ir embora. A minha boca não para de falar, eu confundia a galera porque eu já estava confusa.
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Acha que isso te prejudicou no jogo?
Sim. Eu sou muito intensa. A última vez que eu me reuni em uma casa com várias pessoas foi aos 16 anos, com amigos. Eu já recusei vários convites de amigos próximos para ir para a praia, viajar, porque eu não gosto muito de bagunça, tenho pavor de sujeira. Isso foi me deixando meio “lelé” no BBB. Eu limpava tudo todo dia, ficava focada naquilo. Eu imaginei que isso poderia me causar problemas, mas não imaginei que seria nessa proporção.
Que momentos você destacaria como mais especiais para você durante o confinamento?
O mais especial foi sentir afinidade por um número de pessoas que eu não esperava. Eu achei que me sentiria muito deslocada, então foi muito legal encontrar pessoas que pensavam como eu. Eu me diverti muito. Fora as festas! Se tivesse festa dia sim, dia não, talvez a Carminha e a Nazaré não tivessem nascido em mim (risos).
Alguns participantes apontaram divergências entre suas falas e o que de fato acontecia na casa. Você acredita que pode ter interpretado de forma errada algumas situações?
Chegou um ponto da minha loucura em que eu realmente acreditava naquelas coisas, não fazia por maldade. E outras pessoas também achavam a mesma coisa que eu, então foi uma loucura coletiva o que rolou. Até mesmo com o Lucas. A casa toda tinha medo das explosões dele, mas tinha o momento de susto e o momento de acolhimento. Tanto é que a gente fez as pazes lá dentro, ele chegou a me agradecer, dizendo que eu lembrava a avó dele. Eu não sabia se isso era bom ou ruim, mas acho que ela não ficou feliz com a comparação (risos).
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Você não pretendia se envolver com ninguém no BBB, mas acabou se relacionando com o Arcrebiano. O que você pode comentar sobre esse relacionamento?
Mais um sinal de loucura! Ele vinha falar comigo, os amigos em volta incentivando, o Nego Di com aquele jeito dele loucão dizendo “Vai, te permite”. E eu também pensei “É, se eu me permitir assim, vou ficar mais leve”. Mas não foi o que aconteceu. E fiquem calmos que eu não tenho intenção nenhuma com o Bil (risos)!
Você falou que gostaria de sair neste paredão e, na última festa, voltou atrás. Chegou a comentar que estava falando isso na frente dos brothers para confundi-los. De fato achava que já tinha cumprido sua missão no programa ou foi uma estratégia pensada?
Eu achei mesmo que já tinha cumprido minha missão. Eu estava feliz na festa, então não queria sair dali por causa da festa mesmo. Mas no dia seguinte eu já tinha voltado a falar que não queria ficar na casa. Eu estava confusa e confundindo todo mundo!
Pretende trazer alguma amizade que fez no BBB para sua vida?
Eu pretendo, sim. Conheci uma pessoa muito incrível no Nego Di, ele é muito divertido. O Lucas também, e eu já deixava isso claro na casa. A Lumena, o Projota, que eu já conheço. O Gil, a Juliette, que muita gente aqui fora pode achar que é mentira, mas não é! É só assinar o BBB para ver que é real. Eu comecei a gostar muito dela, ela foi muito minha fair player. Além de Sarah, Rodolffo e Caio.
Para quem fica sua torcida?
A minha torcida sempre foi para o Gil. Eu acho ele a cara do BBB! Todas as vezes que ele se sentia mal, eu ia dar apoio. Quando ele foi ao paredão junto com a Juliette, eu fui a pessoa que ficou com eles na piscina, cantando Lady Gaga, porque eu tinha certeza de que eles não iriam sair. Fiquei muito feliz de ter conhecido o Gil.
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Qual é o maior aprendizado que você leva dessa experiência?
Tem tantos… Mas o maior foi não deixar a animosidade me desequilibrar. Vou procurar a terapeuta, inclusive (risos)!
Se pudesse, faria algo diferente?
Eu teria me preparado melhor para entrar no BBB. Deveria ter aprendido a lidar melhor com meus demônios, porque lá dentro teve muito gatilho que despertava coisas em mim que ninguém tem culpa.
Quais são seus planos daqui para frente?
Vou trabalhar no meu novo álbum e procurar uma terapia (risos)! Mas é importante frisar que dentro daquela casa as coisas se maximizam, é outro rolê. Então, mais uma vez, eu digo que seria impossível eu chegar onde cheguei se eu fosse essa pessoa que fui no BBB a vida inteira.
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