Em 24 horas, foram mais de dois milhões de seguidores chegando às redes sociais de Vinicius. Quando anunciado nesta edição do ‘Big Brother Brasil’, ele foi o participante mais popular com o público e, pelo que mostrou a dinâmica de formação de pódios de um dos primeiros jogos da discórdia, também o mais querido dentro da casa. Pouco mais de 50 dias depois, no entanto, o cearense deixou o reality com 55,87% dos votos em seu primeiro paredão, disputado com Gustavo e Pedro Scooby. Muitas questões podem estar ligadas a esta virada, e o agora ex-brother especula algumas delas, mas nem por isso sua trajetória deixou de ter final feliz. Vyni conquistou grandes amigos, viveu seu maior sonho, mostrou talento para a criação de repentes e viu a participação no programa dar um empurrãozinho no negócio que garante o sustento de sua família. “Eu sou uma pessoa que sonha muito e acho que sonhar não é errado quando você tem a garra e a coragem para correr atrás. E foi isso que eu fiz a vida inteira; eu nunca deixei de correr atrás das minhas coisas”, reflete.
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Na entrevista a seguir, Vinicius fala sobre a amizade com Eliezer, avalia a reação do público aos seus tropeços reais e figurados no BBB e dá palpites sobre a dinâmica que reunirá os ex-participantes no estúdio do apresentador Tadeu Schmidt, nesta quinta-feira (17/03).
Participar do BBB era um sonho seu, como você falou. Quais as diferenças entre assistir e jogar?
É completamente diferente. Para quem assiste é muito mais fácil e até prático porque assistindo a gente sabe a opinião de todo mundo, sabe o que falou, em qual momento e em qual contexto. Aqui fora são várias câmeras, mas lá dentro só temos dois olhos e dois ouvidos para ver e ouvir o que a gente puder. Então, nem sempre tudo fica claro, compreensível. A gente se apega a sinais; o menor sinal de alguma coisa é o que a gente tem e tenta seguir para jogar.
Você foi o participante que ganhou mais seguidores ao ser apresentado: dois milhões de pessoas. Dois dias depois da estreia, já eram três milhões. No entanto, foi eliminado em seu primeiro paredão. O que acha que aconteceu?
Eu acredito que eu me fechei, meio que me permiti ser ofuscado tanto pelas minhas inseguranças quanto pelo meu receio de magoar as outras pessoas. E olha que coisa curiosa: até algo que é bom, que foi o que eu mais ouvi desde que eu saí, que é sobre generosidade, em excesso prejudica. Você deixa de se colocar em primeiro lugar, esquece de si mesmo e passa a priorizar o outro. Eu acredito que isso aconteceu muito comigo. Em alguns momentos eu deixei de me priorizar para priorizar os outros e isso pode, sim, ter me atrapalhado.
Em certo momento do jogo o público notou que você parecia “forçar” tropeços durante o programa ao vivo. De fato foi uma de suas estratégias para chamar mais atenção no BBB?
Se eu tivesse pensado nisso como uma estratégia, seria a estratégia mais doida e mais sem noção do mundo (risos). Eu realmente sou estabanado na vida real, inclusive é algo que tenho que melhorar porque eu tropeço em tudo! Não tem nada para tropeçar e eu estou tropeçando, até no meu próprio pé. Não sei explicar o que é. Todo mundo me fala a mesma coisa, mas eu sou cheio de hematomas justamente por isso: eu caio muito. Não era uma estratégia, não.
O que você achou de terem pensado que era forçado?
É aquela coisa: eu não tenho como controlar o que as pessoas pensam nem interferir na maneira como as pessoas interpretam as coisas. Eu só posso dizer para todo mundo que não era nada forçado, era genuíno. Eu sou desse jeito mesmo.
Como foi passar seu aniversário no BBB? Foi a comemoração mais inusitada que você já teve?
Essa sem dúvidas foi a comemoração mais inusitada da minha vida, até mesmo pelo simbolismo: 24 anos. Não tem como explicar, é muito mais do que eu podia imaginar para mim. Eu nunca pensei que isso pudesse acontecer, comemorar um aniversário dentro do ‘Big Brother Brasil’. Foi surreal! E não foi um sonho porque realmente aconteceu. Quero muito assistir isso, ver que eu vivi aquilo!
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Qual era o seu plano de jogo para chegar à final e ganhar R$ 1,5 milhão?
Meu jogo era baseado nas relações. Eu jogava me protegendo e protegendo o meu grupo, as pessoas com quem eu tinha mais afinidade. A ideia era gente se ajudar e, de alguma maneira, chegar à final.
Em alguns jogos da discórdia, outros participantes apontaram que você deveria voltar a aparecer um pouco mais na casa. Você mesmo disse que estava com papel de planta. Acha que precisava se posicionar mais?
Acredito que nos momentos em que me posicionei eu fiz isso de uma forma acertada. Tanto que algumas pessoas lá dentro me parabenizavam por isso. O Tiago Abravanel chegou a dizer que quando ele escrevesse um livro, eu iria fazer o prólogo, se não me engano. Mas, em alguns momentos, eu poderia ter falado mais e eu simplesmente não falei, preferi ficar calado e não quis bater de frente para não gerar mais atrito. Eu deveria, sim, ter falado e até me posicionado de uma forma diferente.
Isso era também uma forma de se proteger?
De se proteger para não ser votado, não. Logo que eu cheguei na casa as pessoas me acolheram muito, e eu retribuí isso. Quando você chega em um ambiente em que você é acolhido e não tem atrito direto com as pessoas, fica difícil encontrar justificativas para votar em alguém. No começo é mais fácil, você vai pela questão da afinidade, da proximidade, mas com o tempo vai se tornando muito difícil.
O Eliezer foi um grande companheiro seu no confinamento. O que aproximou vocês dois?
Sabe que a gente não lembra o que foi? Inclusive Eli e eu conversamos sobre isso, tentando lembrar o momento em que nos tornamos amigos. No nosso quarto todas as pessoas criaram uma boa relação e uma identificação com todo mundo. E acabou que a gente se reuniu não para jogar, mas porque a gente se gostou. A partir daí a gente quis se proteger. Em relação ao Eli, é muito difícil dizer por que a gente se aproximou, a gente nunca para para pensar nisso. Mas eu acredito que, apesar de sermos pessoas diferentes, foi pelo carinho muito grande com que ele me recebeu. Ele me acolheu muito bem e eu retribuí.
Você realmente teve ciúmes em certas ocasiões do relacionamento do Eli com Natália e Maria? Quais eram seus reais sentimentos por ele?
Cheguei a comentar com o Eli: o povo está achando que eu estou iludido por você, depois lá fora vai ser o maior bafafá, você super fazendo sucesso e eu lascado com a fama de iludido (risos). Mas não teve nada disso de se apaixonar ou ter um relacionamento. Nós éramos grandes amigos dentro da casa e, sinceramente, não passava disso. Foi uma amizade muito forte, e esse é o meu jeito de demonstrar. Eu me entrego demais, me doo demais não só em uma amizade, mas em tudo que eu faço. Sempre entrego 100%, até 200% em tudo aquilo que eu me proponho a fazer. Quanto a ciúmes, também não existiu, só na brincadeira. Verbalizei para a própria Natália: vamos brincar que eu estou com ciúmes? Mas não passava disso. Eu até apoiava os casais, antes com Maria, depois com Natália.
Acha que estar tão ligado ao Eliezer atrapalhou seu desempenho no BBB?
De certa maneira, sim. Não estou aqui terceirizando culpa, mas justamente pelo fato de eu ter entrado no BBB sendo uma pessoa que tendia a priorizar mais o outro que a mim mesmo, a me doar e a cuidar muito do outro, eu acabei fazendo isso com o Eli e me esqueci um pouco de mim. Eu deixei o jogo um pouco de lado para cuidar das pessoas, e ele foi uma delas. O Eli foi uma das pessoas a quem eu mais entreguei o meu cuidado. Acho que nesse aspecto pode, sim, ter me prejudicado.
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Que outros amigos você fez na casa e pretende levar para sua vida?
Uma pessoa que é muito especial para mim, e eu vejo como uma mãe, é a Lina. Ela é alguém que, desde o começo, teve muita identificação comigo. Ela chegou a falar algo como “Eu me vejo em você quando eu era mais nova, e é por isso que você está no meu pódio. Vejo qualidades em você que eu também tinha”. E eu pensando “Quem sou eu para ouvir um elogio desses da Lina!” (risos) Principalmente porque eu já conhecia o trabalho dela, sou super fã. Tenho um carinho e um amor gigantesco por ela, e acho que ela merece estar na final, levar o prêmio, por tudo aquilo que ela representa e traz junto com ela, pelo acolhimento que ela dá, por saber usar as palavras certas na hora certa. Ela é uma pessoa que vou levar para a vida. E não só ela, tem outras pessoas: a Eslovênia, de quem me aproximei bastante, o Pedro Scooby, a Maria, que já tinha saído… Eu não sei explicar o motivo de eu gostar tanto dela! Tenho um amor muito grande por Maria, para mim “Mary”, minha ovelhinha, por causa do cabelinho cacheado. E a Brunna Gonçalves também! Saudades do nosso “Salão da Kelly”.
Você e o Douglas Silva trocaram votos algumas vezes, ele te deu um monstro… Ele era seu maior rival no jogo?
Talvez. Acho que durante o jogo eu não tive diretamente nenhuma rivalidade declarada com alguém, mas um voto gerou uma série de consequências. E não era nada pessoal, sempre separei pessoa de jogo. Mas, no jogo, era alguém que votava em mim, então, em tese, seria alguém em quem eu votaria. No jogo da discórdia a gente às vezes trocava farpas, mas sempre se resolveu.
Mesmo já votando no DG e tendo sido um combinado do seu quarto, você e Eli votaram na Jessilane na formação de paredão que acabou resultando na eliminação de Larissa. O que aconteceu ali? No que você pensou para abrir mão do seu voto?
Esse é basicamente um exemplo daquela pergunta anterior sobre a minha entrega na amizade com o Eli ter me atrapalhado de alguma maneira. Naquele momento isso aconteceu e meio que deu um estalo na cabeça, tanto na minha quanto na dele. Na hora, a possibilidade de perder alguém no jogo que era muito próximo a mim tapou meus olhos para a lógica. Pela lógica, era para a gente ter seguido com o voto no DG, era aquilo que eu estava decidido a fazer a semana inteira, independente de combinação de voto; era algo que eu já faria. Mas, o emocional falou mais alto, e é uma coisa de que eu me arrependo.
Se pudesse voltar atrás, teria feito algo mais de diferente?
Primeiramente, eu não teria usado o medo para me fechar e, sim, para me impulsionar. O medo da pressão, o medo que a gente sente quando vê que a gente é gostado – porque até ser gostado por todo mundo, que era uma coisa com a qual eu não estava acostumado, paralisa, fez eu me fechar. Depois desse voto errado no confessionário, isso piorou. Eu poderia ter percebido mais a tempo que dentro do jogo não dá tempo de ficar mal. Não dá pra ficar o dia inteiro deitado, pensando, sem fazer nada. E outra coisa: eu teria ter me priorizado mais. Eu queria, sim, ter continuado mantendo boas as relações com todo mundo, mas não teria me entregado tanto. Eu sou muito intenso, como já falei, mas eu teria me colocado mais em primeiro lugar do que ao outro.
O que deve acontecer com o quarto Lollipop sem mais um integrante, na sua opinião?
Esse quarto é uma coisa fantástica! A gente brincava que o que estava causando eliminação era a cama, mas acabou que era estar de rosa e sentar ao lado da Eslô (risos). Espero que eles façam um bom jogo. A casa tinha três grandes grupos: o Lollipop, os meninos do quarto grunge, e o de Lina, Jessilane, Natália e Lucas. A gente conseguiu visualizar isso. Mas acredito que dois deles se juntarem é bem improvável porque em algum momento vai ter choque de interesses.
Quem tem mais chances de ganhar o prêmio?
A Lina tem muitas chances de ganhar, de verdade. Ela tinha me dito que seria importante saber que o Brasil pode abraçar uma pessoa como ela, com tudo que ela carrega. E eu acredito que pode, sim, que com certeza o Brasil vai abraçar e que já está fazendo isso. É alguém para quem eu torço muito que chegue à final e ganhe! Lina é muito merecedora.
Amanhã acontecerá a dinâmica especial com os ex-participantes desta edição, que voltarão ao programa no estúdio do Tadeu Schmidt para uma missão ainda não revelada. Você imagina o que vai acontecer?
Estou super ansioso para encontrar cada um, já sinto saudade de todo mundo! Não sei o que pode vir, talvez seja para dar alguma imunidade, ou fazer algo com relação à liderança da semana, quem sabe dar um prêmio especial… Ainda não sei, mas estou na expectativa!
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Você pretende seguir com seu canal de humor na internet? Tem algum outro plano pós-BBB?
Pretendo, sim, seguir com os meus vídeos. Mas ainda é muito cedo para eu definir o que vou fazer daqui para frente, só tem algumas horas que voltei para o mundo real. Eu quero muito chegar às pessoas de alguma maneira, não só por uma tela de celular. Quero fazer projetos para a internet, para a TV… Eu sou uma pessoa que sonha muito e acho que sonhar não é errado quando você tem a garra e a coragem para correr atrás. E foi isso que eu fiz a vida inteira; eu nunca deixei de correr atrás das minhas coisas. Agora eu não tenho condições financeiras de chegar às pessoas que moram em diferentes lugares, mas vocês podem saber que em algum lugar do mundo que teve uma pessoa que torceu por mim e me deu apoio, eu vou mover céus e terras para tentar encontrá-la e agradecer da melhor forma que eu puder.
Uma das suas primeiras conquistas vindas com o BBB foi o aumento da movimentação no restaurante da sua família. O que você achou quando soube disso?
Eu gritei de felicidade! É muita felicidade mesmo porque dali vem o nosso ganha-pão. O restaurante já estava mais parado há bastante tempo em termos de movimento. Veio a pandemia e piorou ainda mais essa questão. Então, só de saber que embora não tenha ganhado R$ 1,5 milhão a minha participação no BBB ajudou a minha família, direta ou indiretamente, já vale muito, muito mesmo.