O único participante a chegar ao final de todas as provas de resistência de que participou na temporada. Três vezes líder. Duas vezes anjo. Retornou de cinco paredões. Não é só nas pistas de atletismo que Paulo André Camilo coleciona vitórias. P.A. entrou no ‘Big Brother Brasil’ se intitulando “Pipoca caramelizada”, apesar de integrar o grupo de Camarotes, e sai do programa com uma legião de fãs que vai muito além do que pode contar. Isso porque aproveitou cada minuto de seu confinamento. Curtiu as festas, engatou um relacionamento e fez amigos para a vida toda, com quem festejou e vibrou muito. O público aprovou e presenteou a trajetória de Paulo André com o 2º lugar da temporada, com 29,91% dos votos.
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“Só posso dizer que estou muito feliz. É um sentimento de gratidão e felicidade por ter conseguido ser eu mesmo lá dentro, e estou ainda mais feliz por isso ter sido legal aqui fora […]. Lá dentro achava que eu não conseguia responder à altura, pensava ‘pô, será que eu tenho alguma coisa legal pro público gostar de mim?’, aí teve um momento que eu pensei ‘ah vou ser eu mesmo’, e foi quando eu me soltei mais, e isso foi muito positivo […]. Eu não consegui montar uma estratégia de jogador, eu até tentei, mas eu falei ‘se eu fizer isso não serei eu, vou deixar tudo acontecer naturalmente e se surgir uma oportunidade de fazer uma jogada eu vou fazer’”, descreve sobre sua jornada no programa.
Nesta entrevista, o atleta ainda relembra momentos memoráveis que viveu no BBB, fala sobre os aprendizados no programa e, claro, sobre as intensas amizades que viveu com Pedro Scooby, Douglas Silva e Arthur Aguiar.
No início do BBB, você falou que era um “Pipoca Caramelizado”, apesar de ser integrante do Camarote. Hoje tem mais de 8 milhões de seguidores nas redes sociais e é conhecido pelo Brasil inteiro. Você consegue descrever como é tudo isso para você?
Eu recebi bastante carinho, fui bem abraçado pelo Brasil assim que eu saí da casa, e ainda estou processando isso tudo. Só posso dizer que estou muito feliz. É um sentimento de gratidão e felicidade por ter conseguido ser eu mesmo lá dentro, e estou ainda mais feliz por isso ter sido legal aqui fora, pelas pessoas terem gostado do Paulo André. É muito louco isso, porque eu entrei numa experiência muito difícil, muito complicada, e eu acredito que foi sendo eu mesmo que eu consegui cativar tantas pessoas, então estou muito feliz por isso.
Como você avalia a sua participação no ‘Big Brother Brasil 22’ e qual a sensação de chegar em 2º lugar no reality?
Eu acho minha participação acabou sendo bastante positiva. Lá dentro achava que eu não conseguia responder à altura, pensava ‘pô, será que eu tenho alguma coisa legal pro público gostar de mim?’, aí teve um momento que eu pensei ‘ah vou ser eu mesmo’, e foi quando eu me soltei mais, e isso foi muito positivo. Ter conquistado essa segunda colocação foi muito legal, eu já vi muitos comentários assim ‘pô, você é meu campeão, é nosso campeão’, e meu coração transborda em saber que algumas pessoas estavam torcendo para eu ser campeão mesmo. Porque quando é um jogo assim muitas vezes o pódio já chega formado, e conseguir chegar na final com pessoas torcendo para que eu ganhasse foi muito legal.
Três vezes líder, duas vezes anjo. O que as vitórias nas provas do programa representavam?
Representavam a minha vida profissional. Sempre fui muito competitivo, e quando entrei na casa esse era o meu principal objetivo, era o que mais passava pela minha cabeça, eu pensava ‘mano eu quero mandar muito bem nas provas, quero vencer mesmo’, lembro que até perguntei quem era o recordista da prova do líder porque eu queria bater o recorde. Aí eu cheguei lá dentro e vi que era muito mais difícil do que eu imaginava. Cada prova era uma prova. Mas até que eu consegui mandar bem, e todas as que eu venci foram em momentos cruciais, em momentos-chave. Acho que o momento mais chave foi quando eu ganhei a prova do anjo com o Arthur, porque era provável que eu fosse para o paredão, e a última, claro, que me colocou direto na final. Foram provas muito legais, e acho que ter vencido algumas foi meu principal ponto de levante no game.
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Qual era a sua estratégia de jogo para chegar o mais longe possível na disputa?
É difícil porque eu sou um cara que não consigo pensar assim, eu até verbalizei isso lá dentro. Não é de mim mesmo botar a cabeça no travesseiro e pensar ‘amanhã no jogo da discórdia eu vou falar isso, isso e isso porque se eu falar isso vou ficar mais forte’, ‘amanhã na votação vou dar essa justificativa porque se eu der essa justificativa de voto eu vou ganhar um ponto com o público’, ‘vou fazer essa jogada porque se eu fizer essa jogada…’. Eu não consegui montar essa estratégia de jogador mesmo, eu até tentei, mas eu falei ‘se eu fizer isso não serei eu, vou deixar tudo acontecer naturalmente e se surgir uma oportunidade de fazer uma jogada eu vou fazer’. E para ser sincero, do fundo do coração, foi isso. Com exceção de um jogo da discórdia que eu pensei o que ia falar, que foi com a Jessi, no geral eu pensava bem ali na hora mesmo.
No meio do caminho, tinham Pedro Scooby e Douglas Silva. Fale um pouco sobre a conexão entre vocês e a importância que ela teve para o seu dia a dia no reality.
Quando eu pisei na casa o Douglas já olhou para mim e o Pedro também, e a gente teve uma conexão muito forte até mesmo ali, por olhar. No início já começamos a falar a mesma língua, no pessoal digo, mas no jogo não. Eu sempre falava ‘vai ter uma hora que a gente vai ter que combinar voto’, e eles falavam ‘não, eu não sou assim, eu vou me manter assim, vou seguir meu coração, não vou falar meu voto pra ninguém, vou no escuro mesmo’, e eu respondia ‘mano, vai ter uma hora que a gente vai precisar se defender’. Eu tinha essa visão de jogo, dos três eu era o único pensava assim, que sabia que uma hora a gente teria que combinar voto. Mas eu respeitei total eles, não ia forçar nada no jogo, até porque foram duas pessoas que me conectei e não seria o jogo a abalar nossa amizade. Eles foram duas pessoas muito importantes na minha trajetória, o Pedro Scooby então nem se fala, um cara que eu não tenho nem palavras para descrever. Eu achava que tinha sido algo que o jogo tinha proporcionado, mas vai muito além, acho que foi a gente mesmo, a gente sendo a gente que nos conectou. É obvio que o jogo traz essa intensidade, tudo é mais intenso lá dentro, mas a gente se conectou de uma forma muito legal. O D.G começava a chorar e por olhar a gente sabia que era saudade, então a gente se abraçava. Chegava uma hora que eu ouvia uma música que lembrava a minha família e ia para um canto chorar, e eles vinham. A gente sabia por olhar, não precisávamos falar nada, a gente sabia. Então foram duas pessoas muito importantes.
Você ainda ficou muito próximo do Arthur. Ele chegou a entrar na sua segunda escalação de “pódio da final”, no jogo da discórdia. O que unia vocês?
Eu sempre enxerguei no Arthur um cara muito coração, e eu via que as pessoas estavam meio com pé atrás por tudo o que ele tinha vivido. Mas eu não sou esse cara. Independente do que a pessoa tenha vivido, eu não consigo virar as costas por causa do seu passado. E ele é um cara que me ensinou bastante com todas as experiências que ele passou e pelo que ele me contou, e a gente foi se conectando. Ele é um cara muito fechado, muito na dele, então isso aconteceu aos poucos, ele foi se abrindo para mim, se entregando pra nossa conexão ficar mais legal. E ele tinha uma proposta de jogo muito maneira. A gente conversava bastante. Ele foi um ponto chave também para que eu seguisse ali, porque eu também aprendi a jogar com ele. Coisas que ele falava foram importantes para eu aprender. Então foi uma amizade muito maneira que a gente teve lá dentro.
Durante o confinamento, você também viveu um relacionamento com a Jade Picon. Como foi essa experiência de “formar casal” em uma competição? Ela interferia de alguma forma no seu foco no jogo?
Então, engraçado que dentro da casa eu não conseguia enxergar a gente como um casal, dava para contar nos dedos as vezes que a gente ficou, porque na real existia um comparativo lá dentro do que a gente fazia com os outros casais. Tinha o Lucas e a Eslô, o Gustavo e a Lais, por exemplo, e a gente era bem diferente deles. Ela era uma pessoa que respeitava meu espaço e eu respeitava o dela. E assim, estávamos num jogo e ela jogava de um lado oposto do meu. Mesmo assim a gente gostaria de se proteger, acho que não deu tempo. Mas olha, foi muito legal ter essa conexão com ela, depois aqui fora que eu vi a repercussão que a gente deu. Ela foi uma pessoa muito importante, deixou tudo lá mais leve e sem interferir no meu jogo e eu no dela.
Pretende ter um relacionamento com a Jade também fora do BBB ou vão ficar na amizade?
É difícil responder essa pergunta porque acabei de sair da casa, ainda não sei o que está acontecendo direito, estou processando tudo. Primeiro vou pensar em mim, organizar tudo na minha cabeça, para depois pensar no que vai acontecer. É bem cedo para responder isso, para ser sincero.
Você tem uma rotina intensa de treinos na sua profissão. Como driblava o fato de não estar treinando por estar no BBB? Vimos que você fazia alguns exercícios mesmo dentro do confinamento…
Foi complicado porque o que eu mais amo fazer é treinar e competir. Mas eu sabia que na casa eu não conseguiria conciliar as duas coisas com a mesma dedicação. Não teria como ter um foco total nos treinamentos, ainda mais limitado da maneira como eu estava. A galera falava ‘aquele salto é legal’, mas aquilo não é nem um terço do que eu faço no meu dia a dia. Eu só estava tentando manter meu corpo ativo porque se eu parasse total acho que eu ia perder o jeito. Queria manter o físico e fazer alguns exercícios para o meu corpo ter uma memória do que eu fazia aqui fora.
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Você e a Lina trocaram alguns votos em paredões. Qual era a incompatibilidade entre vocês no jogo, na sua visão?
Eu não tinha nada contra ela em relação a jogo, só que nas primeiras semanas a Lina junto com as aliadas dela começaram a votar em mim, a me ver como alvo. Naquele início a única que votei foi na Jessi porque a gente não conversava. Mas com a Lina não sei, elas começaram a votar em mim e eu fiquei bem revoltado porque a Lina me abraça, zoava comigo, fazia brincadeiras bobas e gostosas, e votava em mim. E foi aí que eu entendi, e que até o Pedro comentou comigo, que a Lina sabia separar relação do jogo. Então eu falei ‘então é isso, vamos trocar voto, se colocar no paredão e continuar numa relação boa’. Para mim foi 10 assim também, melhor do que um ficar de bico com o outro o jogo todo. E a Lina é muito maneira, eu amo a Lina! Para mim a conexão que tive com ela, de zuar um com o outro, foi demais.
Mesmo sendo competitivo, você não pensou duas vezes ao abrir mão de uma prova do líder em prol da vitória da Lina. O que passou pela sua cabeça naquele momento?
A minha missão lá era ser competitivo. Eu entrei no programa para vencer, pra ir pra cima. Só que a minha experiência se tornou conciliar as duas coisas. Naquele momento vimos que todo mundo estava sofrendo, mas ela estava brigando com ela mesma, e eu não pensei duas vezes. Não me arrependo de ter feito isso. É um gesto que acarretaria uma consequência para mim, só que se eu fizesse diferente não seria eu.
Acredita ter tido outros adversários no jogo?
Acho que a Eslô um pouco, mas não deu tempo de a gente ter um embate direto, ficou só mesmo no ar. A Jessi também, por tudo o que foi rolando, mas acho que adversário mesmo igual foi o Arthur e a Jade não tive, porque eu tinha uma relação muito boa com todo mundo. Acho que com a Jessi e a Eslô tivemos um momento crítico, mas não se tornou uma rivalidade direta.
Alguns participantes apontaram, em jogos da discórdia, que você se escondia um pouco no game. Você concorda com essa visão? Acredita que teve essa postura em algum momento?
Do início para o meio eu estava bem acanhado, bem na minha. Eu não conseguia jogar assim de início, então acho que foi mais o meu jeito, que é mais reservado. Mas eu não entendi por que as mesmas pessoas que falavam isso eram as que eu tive oportunidade de votar e não votei, e elas continuavam tendo a mesma visão, de que eu era influenciável, que eu me escondia do jogo, até planta eu recebi. Então eu não sei, só vendo tudo de novo. Essa parte do jogo é meia confusa na minha cabeça, confesso. Mas na real eu nunca me escondi do jogo, sempre tive uma postura que era minha. Em alguns momentos o Arthur falava ‘se você fizer isso vai acontecer aquilo’, e eu respondia ‘vou fazer isso porque estou seguindo o meu coração’. Se eu me escondesse no jogo, eu seguiria o conselho da rapaziada.
Qual foi o momento mais marcante do BBB para você?
A festa do TikTok quando abriu a cortina e tinha o L7nnon e o Filipe Ret do outro lado do aquário. Este foi com certeza o momento mais marcante. A gente cantava as músicas deles na casa e era o que dava força para a gente. Quando a cortina abriu com os caras ali, foi um dos melhores dias da minha vida e que eu vou levar para a vida toda.
Que aprendizados essa experiência no reality te trouxe?
Antes do BBB eu lembro que eu vivia numa bolha. Eu e meu pai traçávamos um objetivo e a gente se fechava e ia atrás daquela meta. Eu sinto que eu furei essa bolha, que não é profissional, é uma questão como Paulo André mesmo. E isso se espalhava até para a minha família, para o meu irmão, por exemplo. Confesso que a gente perdeu um timing por causa disso, e quero falar para ele que eu quero recuperar esse tempo que eu perdi porque estava atrás de um objetivo. Era um tempo para curtirmos juntos, para estarmos juntos, brincar…coisas que eu fiz lá dentro. Eu tinha meio que perdido isso e quero voltar a viver isso. O Pedro Scooby reacendeu isso em mim por tudo o que ele é, e por tudo o que ele foi no reality. Então independente de qualquer coisa eu quero viver.
Já tem em mente seus primeiros planos para o pós-BBB? Voltará imediatamente para as pistas ou pretende aproveitar outras oportunidades antes?
É tudo muito recente, mas quero muito aproveitar essa ‘onda’ que a galera fala. Eu sempre sonhei em ter isso, todo mundo acho que tem vontade de receber esse carinho, então eu quero muito aproveitar. Vou parar para pensar no que eu vou fazer, mas do atletismo, lógico, não quero largar, só acredito que possa ser meio difícil neste momento por causa da agenda. Mas não vou parar, vou me manter em atividade. Eu só quero aproveitar esse momento que eu espero que passe bem devagar porque quero viver isso cada segundo.
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Que mensagem gostaria de deixar para as pessoas que te acompanharam e torceram por você no BBB?
Quero só agradecer. Eu não conseguia imaginar as pessoas torcendo por mim, ainda mais pessoas que eu sou muito fã, como o Filipe Ret. Ele fez um mutirão. Eu só tenho a agradecer. Se eu tiver a oportunidade de agradecer essas pessoas, um por um, eu vou fazer isso porque com certeza fizeram muita diferença. O P.A ama todo mundo.