Com papel decisivo no BBB 23, Key Alves entrou no reality de mãos atadas a quem seria sua dupla em grande parte do jogo. O vínculo primeiramente estabelecido pelo público deu origem ao casal “Guskey” já na primeira semana. Foi com Gustavo que a jogadora de vôlei protagonizou seus principais momentos na casa mais vigiada do Brasil, revelou manias e gostos inusitados, pensou em estratégias, comentou sobre adversários e dividiu intimidades. A eliminação de cowboy poucos dias atrás fez com que Key recalculasse a rota, embora as rivalidades já estabelecidas tenham permanecido, até de forma mais acirrada. Vendo-se sozinha no game, tomou MC Guimê como principal adversário e reencontrou em aliados do quarto, Domitila Barros e Cezar, amigos para continuar no game. Indicada ao paredão por seu maior rival pela segunda vez, Key teve que enfrentar a berlinda com Domitila e Sarah Aline e foi eliminada na última terça-feira, dia 7. A atleta recebeu 56,76% dos votos do público e agora fora da disputa pelo prêmio reconhece ter “pecado” na falta de confrontos diretos com seus adversários na casa. “Eu realmente me poupei de muito estresse porque na minha cabeça não fazia sentido ir lá dar barraco, sendo que eu já tinha uma opinião sobre a pessoa”, avalia.
Na entrevista a seguir, a ex-participante do BBB 23 conta mais sobre a estratégia de jogo que a levou até metade da temporada, comenta as rivalidades que teve na casa e fala sobre os planos para o seu futuro profissional e amoroso.
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Jogar em dupla do início do programa até a saída do Gustavo foi uma escolha sua no BBB. Acredita ter sido a melhor estratégia?
Pensando com a visão ainda de dentro da casa, eu acredito que no começo foi muito bom, porém no finalzinho eu já tinha algumas dúvidas dentro de mim em relação ao jogo. Não em relação ao Gustavo porque ele sempre foi meu aliado ali dentro e a gente sempre se deu muito bem. Mas eu tinha essa dúvida dentro de mim sobre como seria eu jogando sozinha ou ele jogando sozinho; se seria diferente ou não. Contudo, eu acredito muito que os dois tinham um propósito para entrar desse jeito, para jogar juntos e chegarem até onde chegaram. Então, eu não fico me cobrando em relação a isso. Mas eu pensei, sim, como seria o meu jogo sem ele e o dele sem mim.
Mesmo tendo sido eliminada no último paredão, você chegou à metade da temporada. Como avalia seu desempenho no programa?
Eu estou muito feliz de ter chegado até a metade do programa. É óbvio que eu queria ter ido até a final, ainda mais depois que eu saí e ouvi muitas coisas que me fizeram acreditar que eu realmente poderia ter ido mais longe e me deixaram com um gostinho de que poderia ter conseguido. Mas eu acho que teve que ser assim, eu mostrei quem sou eu até errando, porque eu sou muito nova, vou errar muito ainda. Mas sempre vou querer aprender, crescer e me desculpar, sempre vou querer ficar bem com as pessoas. Acho que foi por isso que eu não fiquei batendo de frente com o Guimê o tempo inteiro. Por mais que eu soubesse que era um jogo e que eu precisava fazer isso, quando eu o via ali, eu me sentia mal de querer ir lá e fazer confusão. Eu sabia que poderia estar pecando nisso, já que resolvi falar mais com os meus aliados dentro do quarto do que fazer e acontecer – que era o que o público realmente queria. Mas eu também queria mostrar o meu jeito, que não é ser barraqueira. Então, eu sei que pequei nisso para o jogo.
O que faltou para chegar ao pódio do BBB 23?
Eu acho que faltou, primeiramente, ganhar as provas. Estava difícil, eu achava que era um pouco mais fácil. As provas no ‘Big Brother’ são muito tensas, precisa ter atenção e, quando chega a hora, você está nervosa. Então, faltou primeiramente ganhar mais provas, ter um pouco mais de sorte, e, depois, me posicionar mais. O que eu mais ouvi aqui fora, em poucas horas, foi que eu precisava ter batido de frente – esse eu acho que foi um grande fator também.
Parte do público te considerou a “vilã” do BBB 23. Você concorda?
Pensando com a cabeça lá de dentro, não concordo. Quando o cowboy saiu, para mim, eu fui vítima, porque a casa inteira veio em cima de mim. A sensação que eu tinha era de que, como ele havia saído, estava todo mundo querendo meu fim lá dentro. Aqui fora pode ter existido outra visão e eu quero analisar tudo direitinho, mas eu nunca seria vilã ali dentro.
Na casa, alguns participantes suspeitavam que você influenciava o Gustavo no game. Como enxerga esse apontamento?
Eu penso que a pessoa que apontava isso não me conhecia ou não o conhecia. No quarto do líder, sempre ficamos nós dois, mas ele sempre dava a visão dele e eu, a minha. Eu nunca ficava dizendo isso ou aquilo para o Gustavo. Eles não estavam vendo isso, tanto é que houve uma vez em que, no final do jogo da discórdia, eu falei para todo mundo: ‘Gente, o Gustavo tem a opinião dele e eu tenho a minha’. Eu já tinha escutado isso lá dentro e ouvir que um casal é uma pessoa só é de se esperar, porque a gente fazia tudo juntos – jogava, tomava banho, passava até fio dental juntos… Então, as pessoas enxergavam nós dois como uma pessoa só e foi até o que eu ouvi no último jogo da discórdia.
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Ainda no confinamento, você e ele falaram sobre o futuro do relacionamento aqui fora. Acredita que há possibilidade de continuarem juntos após o BBB?
Eu espero que sim. Eu não fiz todo esse charme na TV, nacionalmente, para todo mundo, inclusive para o Gustavo, para ele não me querer agora, né (risos)? Brincadeira! A gente vai conversar – ainda não fizemos isso –, vamos gravar esse momento que a galera está cobrando muito e querendo muito ver. Mas estou na correria, quase não consegui falar com a minha família ainda. Quando a gente se vir, a gente vai conversar e espero, sim, que a gente consiga seguir em frente.
Desde o início da edição, você deixou claro que não tinha afinidade com a Larissa e a Bruna. O que te incomodava nelas?
Na realidade, eu acho que eu incomodava elas. Elas não me incomodavam em nada. Mas desde o primeiro dia, a gente não se ‘bateu’. Eu via que se incomodavam porque todo mundo ia lá fazer as dancinhas com elas e eu não. Quando ‘o santo não bateu’, não teve jeito. Eu vi que elas se incomodaram muito com isso, mas eu falava: ‘Eu não vou’. Às vezes, elas achavam até que eu era ‘nariz empinado’, que eu cagava e tal. Mas não era isso. Eu realmente não queria jogar ou andar com elas porque tinha outras pessoas com quem eu me identificava muito mais. Para que eu vou ficar fazendo aliado se o meu jogo não é esse? Meu jogo era uma pessoa. Quando o cowboy saiu, eu continuei com uma pessoa, duas no máximo, que foram a Domitila e o Black. O meu jogo nunca foi chegar lá e fazer amizade com todo mundo porque eu não sou assim aqui fora.
A partir de que momento começou a enxergar o Guimê como seu grande rival na competição?
Foi bem nas primeiras semanas, quando na festa ele chegou e falou que eu estava no grupo errado, que eu era uma ótima jogadora. Naquele momento eu pensei: “Quem ele acha que é para falar isso para mim?’ E ele disse: ‘Lá fora eu vejo se eu realmente posso confiar em você’. Aquilo para mim foi surreal. Eu passei para o grupo, falei que não concordava e que para mim, a partir dali, ele era meu rival. Só que as coisas foram piorando, ainda mais porque ele começou a ter sorte em tudo lá dentro. Se eu fosse ele, eu jogaria na Mega-Sena (risos). Ele começou a ter sorte em tudo e ainda tirou o cowboy, aí foi terrível para mim. Mas eu não ia lá ficar batendo de frente com ele, porque na minha cabeça a nossa rivalidade já era óbvia. Só que eu não esperava que o público quisesse mais, quisesse ver a gente brigando lá dentro. Enfim, foram vários fatores e algumas atitudes dele lá dentro começaram a me irritar muito porque ele era um cara muito quietinho e do nada ele passava e gritava, debochava… Aquilo começou a me tirar o ar porque eu achava – e acho – que era para mim, porque ele sempre me levou no jogo da discórdia falando que eu era a rival dele. Nesses últimos dias, ouvi do Facinho que ele se incomodava com o Ricardo chegar perto de mim ou tirar uma foto comigo, o que não tinha nada a ver com jogo. Essas coisas me tiravam muito do sério.
Você estava ciente da estratégia do Cristian para conseguir informações para o seu grupo, já que ele expôs o plano no quarto do líder. O que fez com que você e o Gustavo se voltassem contra ele no dia em que todos descobriram?
A gente se revoltou com a traição que ele fez, porque nós o defendemos o tempo inteiro no grupo, falamos para ninguém votar nele, porque o Fred Nicácio queria fazer todo mundo do grupo votar. Quando ele fez aquilo no programa ao vivo, a gente se revoltou com a traição e contamos tudo para todo mundo. A gente sabia, obviamente, só que a gente queria falar para todo mundo porque a Bruna e a Paula só imaginavam que ele estava com elas por afeto e a gente disse que não. Para a gente, foi uma facada nas costas, porque minutos antes da votação, ele deu a mãozinha para a gente, foi uma cena da qual hoje eu dou muita risada porque foi muito infantil (risos). Depois deu tudo errado e a gente resolveu falar. Não foi que a gente não sabia que ele estava fazendo aquilo. O que a gente quis passar para as meninas foi que ele não estava com elas só por afeto, mas também para pegar informações.
O Fred Nicácio era um aliado seu no BBB, mas, apesar disso, você afirmou algumas vezes que não confiava nele. Na sua opinião, por que se mantiveram próximos por tanto tempo?
Quando ele subiu ao quarto do líder para falar que queria votar no Cristian, a gente foi entendendo que quem estava querendo começar a trair o grupo era ele. Isso fez com que a gente ficasse com o pé atrás e desconfiasse dele. A forma de jogo dele de gritar, falar alto, o jeito como ele se posicionava com todo mundo parecia, sim, um pouco arrogante, era o que a gente via lá dentro. Essas coisas começaram a incomodar eu e o cowboy e foram motivos para sairmos do grupo. E eu acho que a partir do momento em que eu saí do grupo, eu não devo nada para ninguém ali dentro. A gente decidiu votar juntos, mas eu já não jogava mais com ninguém. E, no momento em que eu estive sentada com Sapato, Amanda e Aline, houve uma conversa em que eu não estava alimentando eles com informações contra o Fred para incentiva-los a votar nele, porque eles já tinham essa opinião. Eu fui sincera – que é o que eu sou – talvez até demais, mas falei o que eu achava dele. Eu já não estava mais no grupo, mas não foi nada de diferente do que o outro grupo pensava dele, então eu não senti que foi para alimentar ou para querer lascar com ele, de jeito nenhum. Ele já iria ao paredão de qualquer jeito.
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O público observou que você comentava sobre os participantes apenas entre os seus aliados e guardava os conflitos para os jogos da discórdia. Por que optou por essa postura?
Para me poupar de estresse, essa é a realidade. É muito fácil a galera aqui de fora querer fogo no parquinho, mas ali dentro, se eu fizesse isso o dia inteiro… o Guimê passava na minha frente todo dia, mas o que viram foi uma cena em que eu estava bebendo água e ele veio. Queriam que eu fizesse o que? (risos). Enfim, foi realmente para me poupar, porque só quem vive ali dentro sabe como é tenso, como é difícil ficar olhando para a cara das pessoas que te apontam, que te julgam e vice e versa. Então, eu realmente me poupei de muito estresse porque na minha cabeça não fazia sentido ir lá dar barraco, sendo que eu já tinha uma opinião sobre a pessoa. Na minha visão, o Brasil já sabia o que eu pensava das pessoas, então não tinha por que eu ir lá dar barraco. Mas o ‘Big Brother’ não é só isso, né? Acho que foi uma das coisas em que eu pequei por não fazer na casa.
Quando o Gustavo foi eliminado, você sentiu bastante. Como foi lidar com a saída dele?
Foi só dormir todo dia com a cueca na cara, sem entender, foi muito complicado. Quando ele saiu, eu pensei: ‘Meu Deus, agora estou lascada mesmo’. Eu era a pessoa mais próxima, só tinha um relacionamento com ele, a gente jogava em dupla. Então, eu teria que me reconstruir, pensar e fazer acontecer, porque eu queria fazer alguma coisa por ele e por mim. Desde que ele saiu, foram as semanas em que eu mais lutei ali dentro. Por mais que eu não tenha ganhado prova, eu tenho certeza de que me esforcei o máximo, fiquei de vigia naquele Big Fone o tempo inteiro, voltei de uma prova bate-volta que me ajudou muito, fiz de tudo o que eu podia e cheguei aonde cheguei. Mas realmente foi uma chavinha que virou e falou: ‘Agora você precisa jogar, porque só tem você’.
Você demorou a aceitar que ele de fato tinha sido eliminado, alimentou inclusive a expectativa de um retorno de paredão falso. Agora, já conseguiu compreender o que levou à eliminação dele? Acha que existem motivos semelhantes que provocaram a sua saída da casa?
Eu acho que, sim, porém ainda não entrei a fundo no assunto, não conversei com ele, vi tudo por cima. Mas eu acredito que esteja envolvido, não é à toa que a gente pensava igual e vivia juntos na casa. Então, com certeza mexeu na eliminação dos dois.
Quais são seus planos após o BBB? Pretende seguir atuando no vôlei ou investir na carreira de influenciadora digital?
Eu quero muito continuar jogando, mas ainda tenho uma cirurgia pela frente para fazer de uma lesão gravíssima no joelho. É uma coisa sobre a qual eu ainda tenho que pensar, porque vai levar anos para isso voltar a ser como era antes. Vou conversar com o meu time e ver se eles ainda querem que eu jogue lá (risos). Eu amo a rotina de atleta que eu tenho e não quero perder isso, mas eu também quero trabalhar muito como influenciadora. Estar no ‘Big Brother’ é uma oportunidade muito grande para isso aumentar e fazer muito trabalho, então não quero desperdiçar esse momento meu. Acho que jogar vôlei vai esperar um pouco. Vou ver o que tem pela frente e depois conseguir reconciliar tudo e voltar à rotina que eu tinha. Eu já conseguia fazer as duas coisas juntas, então não acho que vai ser diferente. Mas vôlei agora vai esperar um pouquinho.
Com a sua saída, quem você quer que seja o vencedor do BBB 23?
De verdade, eu queria muito que fosse a Domitila, mas eu vi uma cena que pegou no coração… eu a amo, ela é minha amiga e quando ela sair eu vou perdoa-la, porque jogo é jogo. Mas agora, de coração, quem eu quero que ganhe é o Cezar Black.
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