Chegar ao Top 10 sem enfrentar nenhum paredão foi um grande feito de Marvvila no ‘Big Brother Brasil’. Fosse pela sorte de ganhar três provas Bate e Volta ou por manter uma boa relação com os colegas de confinamento, a pagodeira permaneceu por mais de 80 dias na casa mais vigiada do país. Mostrou ao público o talento que tem na voz e performou – e muito – na pista de dança das festas do reality. Esses aliás, foram seus momentos preferidos no BBB, quando diz ter conseguido aliviar a tensão do game e curtir cada segundo. Por outro lado, seu grande desafio na competição foi encarar um jogo em grupo e abrir mão de suas próprias vontades: “Eu acho que foi bem difícil e é uma das coisas pela qual eu me arrependo, porque tive que anular muito os meus sentimentos, as coisas que eu achava para defender os aliados que estavam sendo mais atacados no começo”. Em seu primeiro paredão, decidido nesta terça-feira, dia 4, a cantora foi eliminada ao receber a menor porcentagem de votos: 16,95%. Na berlinda contra Amanda, Domitila Barros e Larissa, o público escolheu quem gostaria de manter no BBB.
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Na entrevista a seguir, Marvvila conta mais sobre seus erros e acertos no game, comenta sobre as amizades e os adversários teve no jogo e revela o impacto do ‘Big Brother Brasil’ em sua carreira musical.
Em alguns momentos do jogo você demonstrou certo receio de como estava sendo vista pelo público aqui fora. Agora longe da disputa, como avalia sua participação no BBB?
Foi um desafio muito grande. Confesso que esse lance de entrar em dupla e essa obrigação de jogar em grupo foram bem complicados. Mas estou muito feliz e orgulhosa, porque eu fui eu mesma. Aconteceu como tinha que acontecer: errei, reconheci e agora estou em paz.
Depois do retorno do Fred Nicácio ao game, você disse que talvez estivesse fazendo hora extra na casa. Por que teve essa percepção?
Eu já estava sentindo que talvez eu não estivesse em destaque no jogo por algumas situações e, quando ele trouxe a informação, eu fiquei um pouco chateada, sim. Mas eu fiquei com medo, na verdade, de que as pessoas esquecessem do meu trabalho e do que eu faço, que é cantar. Por um momento no jogo, a gente fica muito confusa, a gente acha que as pessoas não vão gostar da gente, não vão querer saber do nosso trabalho. Então, eu acho que generalizei tudo e meu medo foi muito de chegar aqui fora e ninguém me amar, ninguém gostar de mim ou não ser bem recebida.
Apesar disso, você chegou ao Top 10 sem ir a nenhum paredão. Que estratégia ou característica te levou a ir tão longe na disputa sem enfrentar a berlinda?
Quando a gente entra, a única coisa que a gente sabe é o lema “Fuja do paredão”. E eu fugi, não só pela boa relação com a casa – eu sempre tive uma boa relação com a galera e isso contribuiu bastante – mas eu também escapei em algumas provas Bate e Volta, fui contornando. Eu acho que isso foi que me ajudou.
Você foi consagrada a “rainha do Bate e Volta” por vencer três provas e escapar do paredão. Costuma se dar bem em dinâmicas de sorte fora da casa ou descobriu esse seu lado no programa?
Eu descobri no programa, nunca tinha acontecido. Inclusive, já teve prova do líder de sorte, só que o meu negócio lá era a Bate e Volta. Liderança e Anjo eu não consegui ganhar, mas Bate e Volta foi um negócio que era para ser meu. Eu estava bem chateada lá, em um momento do jogo, bem frustrada por não ganhar nada, então Deus falou: “Ganha esses Bate e Volta aí para você recuperar sua dignidade, sua autoconfiança e sua autoestima”. Eu acho que foi coisa de Deus mesmo, porque sorte nunca foi comigo, não (risos).
Como nem só de sorte sobrevive um participante de BBB, você também encarou quatro castigos do monstro. A que atribui tantas indicações a essa função?
Lá na casa a gente tinha muito a estratégia de colocar no monstro quem tinha mais estalecas. Em alguns momentos lá, o que me fez cair no monstro foi essa questão de ter mais estalecas, porque a galera queria comprar o poder Curinga e tirar o rival que tinha chance de arrematar. Isso me frustrava muito, porque não adiantava eu guardar estalecas na casa, sempre me tiravam e colocavam no monstro. Eu falava: ‘É mais fácil eu perder estaleca mesmo, que assim não me colocam no monstro”. Acabou que, na maioria das vezes, foi por mais por isso do que por embates.
Você também se lamentou por não ganhar provas do líder e do anjo durante sua permanência no jogo. Na sua opinião, o que faltou para conquistar esses títulos?
Eu dei meu máximo em todas as provas, dei o meu melhor. Muita gente saiu também sem ganhar líder e anjo. Houve muitas provas de habilidade e eu sei que sou uma pessoa nada habilidosa. Eu já entrei na casa sabendo que provas de habilidade seriam complicadas. Tinha muitas pessoas muito boas, atletas… acaba que a gente já fica para trás. Houve muitas provas de sorte, também, mas a sorte só foi aparecer no Bate e Volta. Eu queria que tivesse aparecido em pelo menos uma liderança, mas não aconteceu.
As festas do BBB foram momentos que você aproveitou bastante. Eram seus preferidos na casa?
Com certeza. As festas eram momentos em que eu esquecia dos problemas, só queria viver, ser feliz, dançar. Era o momento em que a gente conseguia ouvir música, algo que eu gosto muito. Ouço muita música na minha casa, na minha vida, e lá dentro a gente fica sem isso. É o dia inteiro o som da natureza ou da galera discutindo, batendo boca, aquela pressão… Então, o momento da festa, principalmente a do fim de semana, que tem os shows ao vivo, é quando a gente esquece de todos os problemas. Tem um artista ali cantando só para a gente, tem também os looks que a produção manda; é o momento em que a gente se sente cuidada. A gente esquece dos problemas e só vive.
Além das festas, quais você considera seus pontos altos no ‘BBB 23’?
Eu acho que eu fui muito amiga, defendi muito os meus, sempre estive presente para ajudar, colaborar. Já madruguei para ajudar aliados meus a comprarem o poder Curinga, para passarem na frente. Eu sempre fui muito parceira, isso foi um ponto alto para mim. Mesmo com alguns erros que eu cometi por conta do meu coração, no jogo, eu sempre fui muito parceira dos meus aliados.
Você surpreendeu o público ao acertar os horários dentro do confinamento. O que você considerava na hora de dar esses “chutes”, já que na casa não tinha como saber?
Eu falava tão na brincadeira e era engraçado porque eu fazia um certo deboche e entendiam que eu estava falando sério. A galera até ria da situação e eu nem imaginava que eu estivesse acertando. Eu avaliava sempre pelo Raio-X, eu tinha uma base de que poderia ser entre 8h e 9h, e aí ficava indo lá para fora. Como o meu noivo sempre acordava muito cedo, eu imaginava o horário em que começava a clarear e o horário em que começava a escurecer – era muito por isso. Eu acho que posso ter errado muitas vezes, mas acabou que eu acertei também (risos).
Agora que está fora do game, acredita que jogar em grupo foi mais fácil ou mais difícil no BBB?
Eu acho que foi bem difícil e é uma das coisas pela qual eu me arrependo, porque tive que anular muito os meus sentimentos, as coisas que eu achava para defender os aliados que estavam sendo mais atacados no começo. Eles vinham com uma ideia que, às vezes, eu não concordava, mas eu achava certo defendê-los por estarem sofrendo ou sendo atacados de cara. Só que isso me atrapalhou no jogo porque quando eu pensava em dar uma opinião contrária, quando tentava falar que não queria votar em alguém ou achava errado, eles sempre colocavam nesse lugar de: “A gente está aqui tomando tiro o tempo todo, você tem que entender…”. Acho que isso me prejudicou bastante.
Houve uma formação de paredão em que você não seguiu o que havia combinado com o quarto do Fundo do Mar em relação aos votos na Larissa. Você acabou votando na Amanda e isso gerou uma grande confusão no grupo. De que forma isso impactou o seu jogo?
Eu acredito que impactou muito. No momento em que eu cometi aquele erro, eu já sabia que poderia até assinar a minha saída – eu falei muito isso na casa. Eu tinha falado antes no grupo, mesmo que pressionada, que votaria nela. Então, eu errei, sim, naquele momento. Quando eu entro no quarto Deserto e a Larissa olha para mim e aperta a minha mão, dizendo que não queria votar em mim, que gostava muito de mim e queria me proteger, eu zerei meu jogo, não consegui pensar em mim e em nada. Eu só consegui ouvir as vozes da minha cabeça que falavam: “Você gosta muito dela. Se você fizer isso, você vai estar sendo muito ruim. Você tem que seguir seu coração”. Ali naquele momento eu simplesmente esqueci de mim, tanto é que eu me coloquei no paredão. Fui zero estratégica, errei com o meu grupo, depois me retratei. Na semana, eu já sabia que tinha me prejudicado e aquilo me abalou muito no jogo. Eu fiquei muito mal por saber que eu tinha me prejudicado e prejudicado o meu grupo também.
A Sarah Aline foi uma grande amiga sua no BBB. Como foi a construção desse afeto entre vocês dentro da competição?
Antes de entrar, eu já tinha orado a Deus pedindo que eu achasse uma pessoa que fosse a minha força lá dentro e a quem eu pudesse dar força também, com quem eu pudesse ter uma boa sintonia e levasse para a vida mesmo. Quando eu cheguei lá, no primeiro dia, eu olhei para aquela casa com um monte de gente falando, um mais alto do que o outro, uma loucura… Eu lembro, como se fosse hoje, que olhei para ela e ela teve um olhar tão acolhedor para mim, que naquele momento eu já tive certeza de que seria ela. Ali a gente começou uma amizade que, no início, nem era por questão de jogo, foi pura sintonia, e depois virou jogo. No nosso grupo, acabou sendo um pouco diferente: algumas pessoas, primeiro, a gente quis proteger, porque a gente se viu obrigado a jogar junto, e depois veio a afinidade. Com a Sarah, não; foi sintonia de cara e depois a gente se aliou. Foi muito importante termos uma a outra lá dentro, nós fomos a nossa fortaleza.
Que outros amigos além da Sarah você deseja levar para a sua vida após o programa?
Eu quero todo mundo no meu churrasco! Como eu falei, antes de sair, o que acontece no jogo fica no jogo, já passou, já acabou. É claro que tem algumas pessoas, como o Gabriel, que fazem parte. Para mim, Sarah e Gabriel eram um só lá dentro. Fredão, Domitila, Fredinho, quero levar todo mundo para a vida. Para mim o jogo acabou e agora eu quero que todo mundo cole no meu show, no meu pagode. Daqui para frente é só felicidade.
Durante esses 80 dias, você teve embates com Cezar, Ricardo, Bruna e outros brothers em diferentes momentos. Quais foram seus maiores adversários na competição?
O Cezar foi a pessoa que mais me desestabilizou no jogo. Por um momento, ele foi meu maior embate por conta da expectativa que era gerada. A gente jogava juntos, eu sabia do meu erro e a minha chateação foi pela forma que ele me tratou. Já tinha acontecido um outro caso a que ele não tinha dado esse tratamento, então, aquilo foi o que mais me feriu. Eu reconheci o meu erro, mas a forma como eu fui tratada foi o que me doeu. Por isso ele foi a pessoa que mais me gerou revolta. Mas depois eu entendi, a gente conversou, ele falou os motivos dele e eu escolhi seguir defendendo quem estava disposto a me defender. Naquele momento do jogo, eu vi que era “salve-se quem puder” e ele estava disposto a conversar. Eu me coloquei à disposição para entender e defender os que estavam dispostos a me defender. A Amanda também já vinha me indicando para alguns paredões, já me colocou no monstro algumas vezes, então a gente estava tendo um embate de uma indicar a outra, tanto em jogos da discórdia, quanto em paredões. A gente viveu um momento complicado ali. E lá no começo do jogo, eu e o Ricardo nos estressamos, ele falou algumas coisas no jogo da discórdia que até a galera da casa disse que não tinha achado legal pela forma como foi. Mas depois ele se retratou, veio conversar comigo e acabou que, nesse final de jogo, a gente ficou bem também.
Teria feito algo diferente no programa?
Eu teria jogado sozinha ou, mesmo dentro do grupo, teria batido o pé em alguns momentos e dito: “Não vou fazer isso. Independentemente do que você acha, eu vou fazer o que é certo”. O que eu poderia ter feito de maior impacto seria bater o pé mais vezes e seguir a minha intuição, porque muitas vezes eu segui o que outras pessoas achavam para protegê-las. Eu acho que essa foi uma das coisas que me prejudicou.
Você lançou músicas durante o período de confinamento. Acredita que o BBB tenha tido impacto na sua carreira como cantora?
Com certeza! Já me falaram aqui que estou cheia de shows, agenda lotada. Acredito que agora é trabalhar muito e colher os frutos. Fico muito feliz de ter participado do maior reality, sendo uma cantora pagodeira, coisa que aqui a gente sabe que não é muito valorizada. Mas graças a Deus, já vi que está tendo um bom impacto e a galera já está querendo colar nos shows, isso me deixa muito feliz. Tem turnê e agenda lotada!
Quais são seus planos para a fase pós-BBB?
Eu pretendo trabalhar muito, ser muito feliz, curtir meus amigos e essa liberdade. Mostrar para o Brasil esse meu lado cantora, pagodeira, batalhadora. Eu quero que meu som rode o Brasil todo e quero, junto comigo, levar outras mulheres que cantam pagode, quero que a mulher no pagode vá para o topo.
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Quem você quer que chegue à grande final da temporada?
Quero muito que a Sarah Aline chegue até a final e ganhe, porque ela merece muito! Ela é uma menina incrível, do bem, super sensata, se joga nas provas, se posiciona. Para o pódio, eu escolheria também a Domitila, que vem enfrentando muita coisa desde o começo. Sempre miraram muito nela e ela permaneceu forte, jogando e se posicionando. E o Fred Nicácio, que foi uma fortaleza para mim dentro da casa, acho que ele merece muito também.