Poucos participantes tiveram a chance que Larissa teve: ser eliminada do BBB e retornar, dias depois, com informações privilegiadas, tendo tido a oportunidade de rever a família e de respirar o ar do mundo exterior ao confinamento. Contudo, para a professora de Educação Física, a repescagem traz dois lados da moeda: “Estar em uma repescagem cria muita expectativa para as pessoas aqui fora, mas tem suas vantagens e desvantagens. As pessoas acharam que não era justo ou que eu teria mais vantagem que as outras lá dentro. Isso dificultou, na verdade. Dessa vez, eu joguei, me joguei e uni forças com as meninas”. Eliminada com 49,98% dos votos neste domingo, dia 23, Larissa enfrentou na berlinda duas grandes amigas e aliadas no jogo. Com a vitória do paredão, Aline Wirley e Bruna Griphao se juntaram a Amanda e se tornaram as finalistas do ‘BBB 23’.
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Na entrevista a seguir, Larissa conta o que mudou de sua primeira passagem ao BBB para o segundo período de sua estadia na casa mais vigiada do Brasil. A ex-sister também revela para quem fica sua torcida e conta o que aprendeu com a experiência que afirma ter sido “a virada de chave” da sua vida.
Você teve uma segunda chance de ganhar o ‘BBB 23’. O que acha que faltou desta vez para ser a campeã?
Eu acho que faltou eu não ter saído do programa na primeira vez. Estar em uma repescagem cria muita expectativa para as pessoas aqui fora, mas tem suas vantagens e desvantagens. As pessoas acharam que não era justo ou que eu teria mais vantagem que as outras lá dentro. Isso dificultou, na verdade. Dessa vez, eu joguei, me joguei e uni forças com as meninas. Acho que o que pegou muito foi essa ‘vantagem’ que as pessoas acabam vendo somente; não veem a desvantagem, que também existe. São dois lados da moeda.
Que mudanças enxerga no seu jogo antes da primeira eliminação para esse novo período?
Dessa vez, eu estava mais focada no jogo em si. No começo, eu era muito focada e, depois, por um desgaste dos dias, a gente acaba só querendo sobreviver. E nesse período, eu fui muito focada em jogar, unir força com as meninas para a gente dar o nosso sangue e chegar à final.
Que estratégia você imaginou colocar em prática quando voltasse ao game?
Eu não pensei em estratégia nenhuma nem agi com estratégia. Na verdade, eu fui de coração aberto para falar tudo, porque eu queria que ficasse de igual para igual com todo mundo a chance de ganhar o prêmio. Mesmo sabendo que existia o fato de eu já ter visto a minha família e outras coisas que eles não tiveram. Não existiu estratégia, o que eu fiz foi contar tudo para tentar me igualar a todo mundo e ter a oportunidade de chegar à final da mesma forma que as outras pessoas que não tinham saído do programa.
Você disse que revelou aos participantes todas as informações que tinha recebido no tempo em que esteve fora do BBB. Acredita que o saldo dessa decisão foi positivo ou negativo?
Para mim, Larissa, foi positivo. Se eu não fizesse isso, não seria eu. Eu não iria conseguir montar uma estratégia de falar coisas em momentos específicos e deixar para falar outras em momentos oportunos. Eu acho que eu fui eu, falei tudo mesmo; queria muito ter a oportunidade de ganhar o prêmio. Foi uma decisão que não poderia ser diferente.
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Seu retorno acabou unindo as sisters do quarto Deserto e dando forças para uma articulação maior de jogo. A que atribui a virada que conseguiram fazer no game ao eliminar uma sequência de integrantes do Fundo do Mar?
Eu acho que a união de nós, mulheres, mesmo estando em minoria. Nós quatro tínhamos uma conexão que vai muito além de jogo. Aline, Amanda e Bruna são pessoas com quem eu tive uma conexão desde que entrei na casa. Então, acho que foi a gente se entender e se gostar do jeito que a gente é, cada uma com seus defeitos e suas qualidades. Essa nossa união e a vontade de chegarmos juntas no final foi o que acabou acontecendo. Nossa união como amigas acima de tudo.
Logo que voltou para a casa, você apontou para a Domitila falas dela que considerou desrespeitosas. O que mudou na relação de vocês duas nesse segundo período?
Minha relação com a Domitila, no início do programa, foi muito boa, a gente teve várias trocas. Mudou quando eu acabei votando nela. A partir disso, a gente já não se dava tão bem. Mas a gente sempre teve uma troca desde o começo do programa, a gente sabia da história bonita que cada uma tinha, a gente se respeitava. Eu só falei o que me magoou mesmo, a gente se resolveu, ela me pediu perdão e ficou tudo bem. Antes de sair, ela já me deu um presente. Quando a gente foi para o Fundo do Mar, já estávamos super de boa uma com a outra. Foi mais por algo que me magoou e que tinha sido muito recente, desde a minha saída até a minha volta.
Você também teve uma briga com o Cezar. Para além da convivência, acha que ele teve impacto no seu jogo?
Eu acho que foi uma coisa de momento. Primeiro ele brigou com as meninas, e eu falei: ‘Meninas, calma!’. Aí, do nada, fui eu que briguei com ele, depois a Bruna, Aline e Amanda… Mas eu acho que foi muito o calor do momento, tanto é que depois da saída dele nós já estávamos lá chorando, nos culpando e pedindo perdão. Eu vejo como uma coisa do jogo. Ele é uma pessoa muito boa de coração, sensível. Na saída dele, nós já tínhamos ficado de bem um com o outro.
O Fred Nicácio foi um afeto novo que você construiu na Casa do Reencontro. No BBB, no entanto, vocês seguiram jogando em lados opostos. Como observa essa relação com ele nesse novo momento?
O Fred sempre foi uma pessoa que eu admirei muito, porque você conversa 20 minutos com ele aprende muito; ele tem muito conhecimento, é muito inteligente. Então, eu sempre gostei dele, de conversar com ele. Só que a gente jogava em grupos diferentes e, até então, a gente não tinha conexão nenhuma, eram poucas as trocas. No reencontro, a gente teve esse momento de poder conhecer um pouco mais um do outro, e foi muito legal. Mas quando nós voltamos para o jogo, volta a divisão de quartos, voltam as prioridades diferentes…Mas eu pude conhecer o Fred e a gente comentou que, fora do jogo, o que a gente puder conversar e ter de troca vamos ter, porque foi muito legal.
Depois de viver uma nova perspectiva de dentro do BBB, que participante acha que é a mais forte candidata a levar o prêmio?
Eu acho que a Amandinha vai levar o prêmio. Eu fiz a seletiva com ela e só tinha a visto daquela vez; quando eu cheguei em casa, eu falei para a minha família: ‘Se tem uma pessoa que pode tirar a minha vaga é uma médica loira’. Eu já via um potencial gigante nela, pela personalidade, por ser uma menina muito coração. Ela tem algo único. Eu acredito que as pessoas aqui fora viram isso e acho que é ela quem leva.
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Quem tem sua torcida na final?
A minha torcida, de coração, é para a Bruna. Eu ainda estou tentando entender algumas coisas aqui de fora em relação às nossas equipes, que tiveram um desentendimento, mas entendo os posicionamentos. A gente joga lá dentro e eles jogam aqui fora. Não tem como eu trair o meu coração e dizer, do dia para a noite, que não torço por ela, porque eu torço. Eu sou muito fiel aos meus laços e eu entrei com a Bruna, então eu torço para ela ganhar, sim.
Que balanço faz da sua participação no BBB, considerando as duas passagens pelo programa?
Na primeira passagem, eu entrei muito focada, tive meus momentos de destaque no programa. Eu sou uma pessoa que falo as coisas mesmo, não tenho medo e vou atrás. Acertei e errei; acabei saindo do programa por causa disso. Mas eu vejo que, nesse primeiro momento, eu falei tudo o que eu tinha que falar, me posicionei no jogo, tive coragem e vivi tudo muito intensamente. Acaba que chega um momento, no meio do jogo, em que você só quer sobreviver, você já está saturada. Devido ao confinamento, eu já estava desanimadinha. E quando eu volto, eu volto mais forte, mais focada em unir as meninas e fazer com que três desérticas fossem as finalistas do ‘Big Brother’. A minha segunda participação foi para unir as mulheres do quarto e agora é nosso.
Que aprendizados leva desta experiência?
O ‘Big Brother’, para mim, é amadurecer dez anos de vida, porque você aprende a lidar com tantas coisas, com tantas pessoas diferentes. Você aprende a se conhecer, a reconhecer os seus erros. Na vida, às vezes, a gente demora a fazer isso e lá você reconhece na marra porque tem pessoas te apontando. Você reconhece também as suas qualidades, o que quer continuar sendo. Então, é uma maturidade muito grande. Para mim, vai ser uma evolução como pessoa. Como Larissa, eu acho que aprendi muito e saí uma pessoa melhor, mais paciente e compreensiva com as outras, que sabe escutar mais (eu era muito afobada). A gente aprende a ser paciente na marra lá. Enfim, foi uma experiência única e eu tenho certeza de que foi a virada de chave da minha vida.
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