Como todos os outros participantes, Cristian começou o ‘Big Brother Brasil 23’ jogando em dupla. Mas, durante boa parte de sua permanência na disputa pelo primeiro lugar, esteve sozinho em campo. Sem se identificar com o grupo formado em seu quarto, arriscou uma jogada perigosa, aproximando-se de Paula e Bruna Griphao, do quarto rival, e terminou sendo repelido tanto por adversários quanto por aliados. Com 48,32% dos votos, foi eliminado pelo público no último paredão, mas, como conta, deixou o confinamento tranquilo com a trajetória que percorreu. O empresário destaca que, ainda dentro da casa, encontrou bons conselhos e companhia em Cezar, Amanda, Aline Wirley e Antonio “Cara de Sapato” Jr, a quem elege como aliados ideais em um possível terceiro time no jogo. “Eu estava tranquilo, em paz comigo, porque eu sei o que eu fiz, como eu fiz e por que eu fiz em relação ao jogo. Não fui uma pessoa má com ninguém, no jogo eu só errei em relação ao grupo, em dar as mãos e falar em mais um voto de confiança. Não ataquei ninguém como pessoa e, sim, o jogo das pessoas”, diz.
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No papo a seguir, Cristian também avalia a postura de alguns de seus aliados, conta por quem está torcendo e revela que informação mais o surpreendeu desde que deixou o confinamento.
Jogar o BBB foi mais fácil ou mais difícil do que imaginava?
Com certeza foi muito mais difícil do que eu imaginava. De casa, quando a gente assiste ao BBB, se pergunta “por que ele não fez isso?”, “por que não fez aquilo?”, mas quando estamos lá vemos que é um turbilhão de emoção. Ficamos sempre trabalhando entre razão e emoção. A gente fica o dia inteiro falando com pessoas, porque é o que a gente tem lá dentro. Não temos informação nenhuma, temos as pessoas, então estamos sempre colocando à prova o que todos estão falando, se perguntando se é verdade ou não é, se está jogando ou se não está, se está falando pela emoção ou pela razão, buscando informação… É uma coisa complicada de lidar. Cada dia é um dia diferente, por isso a gente diz que passa um dia e parece que passou um mês lá dentro.
Quais foram os melhores momentos da sua trajetória no reality? E os mais difíceis?
As dancinhas com a Amanda foram muito boas! Foram momentos muito sinceros e a gente realmente se divertiu. E a cantoria, meu Deus, eu canto muito mal (risos). Coitado de quem me ouviu no microfone! Essa parte de ter a música foi muito importante porque é algo que faz muita falta lá dentro. Toda essa diversão foi sempre muito sincera, assim como todas as trocas que eu tive com as pessoas. Quanto ao lado mais difícil: eu sou um cara que não sou muito de expor as pessoas, de xingar. Então, os jogos da discórdia, que eu achei que seriam tranquilos, que eu falaria as coisas, não foram. Às vezes a gente não tinha nem o que falar de alguém e tinha que expor alguma coisa. Essa foi a parte mais difícil para mim: ter que apontar alguém sem ter o que apontar, pegando uma mínima coisa. Mas, era do jogo, a gente precisava sair de cima do muro.
Depois de virar o alvo de boa parte dos brothers, você imaginou que cairia no paredão. Tinha alguma esperança de permanecer na disputa e se safar nessa berlinda?
Foi o que eu até falei na casa: eu estava tranquilo, em paz comigo, porque eu sei o que eu fiz, como eu fiz e por que eu fiz em relação ao jogo. Não fui uma pessoa má com ninguém, no jogo eu só errei em relação ao grupo, em dar as mãos e falar em mais um voto de confiança. Mas, quando eu vi o Fred Nicácio me atacando por trás, querendo votar em mim, eu acabei votando nele. Acho que foi isso que dispersou os grupos na casa e deu aquela confusão toda. Mas, acho que joguei certo, joguei bem, até porque se tem alguém te atacando você vai querer atacar de volta, e essa foi a forma que eu encontrei dentro do jogo. Não ataquei ninguém como pessoa e, sim, o jogo das pessoas.
Quando sua estratégia foi “descoberta” pelos participantes, você ficou isolado na casa. Acredita que tenha agido errado?
Eu não tinha todas as informações que eu tenho agora, por exemplo. Tentei me aproximar de pessoas ali dentro que estavam tramando contra mim e eu nem imaginava. Fui pelo “nossa proximidade é boa, a gente está se dando bem, vamos voltar a conversar, só não vamos falar de jogo”. E, no fim das contas, vimos que algumas coisas estavam bem erradas por trás. Mas, é o game, cada um faz da sua maneira. Eu acho que fiz um jogo bem limpo, tranquilo, e tem pessoas que estão realmente complicando a parada toda ali.
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Em determinado momento, sua aproximação à Bruna e à Paula começou a gerar desconfianças no seu próprio grupo, e você mesmo afirmou que já não se identificava com algumas pessoas do quarto. Chegou a pensar em mudar de grupo em algum momento?
Não. E eu nunca citei que queria trocar de quarto. No jogo da discórdia o pessoal até comentou que ninguém iria me aceitar no outro quarto, e eu falei: “Mas eu não quero mudar de quarto nem de grupo!”. Eu não queria entrar para o grupo deles. Várias vezes eu citei criar um terceiro grupo ou dar uma cartada e as pessoas que eu queria que fossem minhas aliadas darem a cartada junto. Acho que essa foi a maior estratégia do meu jogo: não jogar mais com quem foi acomodado em relação ao quarto e, sim, com os meus aliados, que foram as pessoas com quem eu tinha mais troca, como a Paula, a Bruna, o Sapato [Antonio “Cara de Sapato” Jr.]…
Alguns participantes não ficaram sabendo, mas você teve o apoio de integrantes do Fundo do Mar quando traçou o plano de conseguir informações do quarto Deserto e compartilhar com eles, se fosse interessante para o grupo de vocês. Por que optou por não expor os jogadores que estavam junto com você naquele momento (Key Alves, Gustavo, Cezar, Fred Nicácio)?
Eu falei de modo muito geral que “o grupo sabia”. Não dei nome aos bois, mas expus que o grupo sabia e concordava com a jogada. Tanto que eu comentei que “no quarto do líder, a gente falou assim e assado”. O líder na época era o Gustavo, então obviamente Gustavo e Key estavam no quarto. Acho que realmente faltou apontar quem estava lá. Para algumas pessoas eu falei quem estava, mas eu não soltei para a casa inteira, então eu tomei as dores sozinho e acabei ficando sozinho no jogo também.
Qual era sua intenção ao se aproximar da Bruna Griphao e da Paula?
A aproximação veio de uma forma muito natural. A gente começou a conversar, mas a linha é muito tênue entre a relação de jogo e de conversa, de afinidade, com as pessoas ali dentro. E com a Paula a gente começou a ter uma troca maior sobre jogo; acho que isso foi muito nítido. Eu desconfiei que, se eu estava levando o jogo para o meu grupo, ela estava levando para o dela. Então a gente meio que ficou nessa desconfiança que eu até levei ao meu grupo perguntando: “Gente, o que eu faço?”. A Bruna foi uma pessoa de quem eu me aproximei e realmente não queria trocar de jogo com ela, tanto que às vezes a Paula me olhava, dizia que a gente precisava conversar, e a Bruna perguntava: “Vocês querem que eu vá para lá?”. Para que a gente não envolvesse mesmo ela na situação. Então, acho que a relação com elas foi mesmo muito natural, de ir conversando. Eu não me aproximei só para pegar informação, como dizem. Foi uma questão de afinidade, e por isso eu falei que queria formar um grupo com essas pessoas, porque se tornariam mais meus aliados do que meu próprio grupo, criado porque estávamos colados e dormindo no mesmo quarto.
Depois de toda a confusão, você acabou retomando a amizade com a Key Alves e o Gustavo. O que havia em comum entre vocês?
Eu e o Gustavo não ficamos muito amigos, de início. Ele até achou que seríamos opostos. Na primeira semana creio que eles votariam em mim porque a gente estava meio desconexo em relação à nossa amizade. Mas fomos trocando mais, conversando mais, e foi ficando uma relação um pouco melhor. Depois, quando veio toda a situação do grupo, eles tiraram o corpo fora, começaram a me julgar, a votar em mim. E eu falei para o Gustavo: “Cara, mas a gente sempre teve uma relação muito boa”. E eu fui deixando, nos desculpamos, ele falou que não iria me deixar sozinho e isso foi nos reaproximando. Mas, quando eu comecei a ver aqui fora como ele falava as coisas para mim e como falava para o outro lado também foi um baque muito grande. A relação dele com o Fred “Desimpedidos” foi complicada porque ele era meu alvo e também votava em mim; me deixou com um pé atrás. Mas, eu também não sabia o que estava acontecendo, de repente era só amizade mesmo, não sabia se ele estava falando de jogo ou não… É aquela linha tênue, que eu já comentei.
Os dois votaram em você no último paredão, mesmo assim. Você gostaria que eles tivessem tido outra atitude ou concorda com a decisão deles?
Logo depois que votaram em mim, eles falaram que foi porque o Guimê tinha sido imunizado. Teve também um outro episódio da prova do líder, que quando a Marvvila chegou e contou para eles que tinha me tirado, eu vi a Key comemorando e o Gustavo “dando parabéns para ela pela prova”. Ali começou um pouquinho de desconfiança. Faltou eu expor um pouco mais o pessoal ali… Com certeza, se eles estivessem do meu lado, poderiam ter votado em outra pessoa. Se eu tivesse como voltar atrás em relação ao meu aliado, com certeza não seria o Gustavo.
Qual é a sua opinião sobre o jogo dividido em grupos?
Com a minha saída eu acho que os grupos voltam como eles estavam configurados. Eu separei muito a relação dos grupos. Querendo ou não, o Sapato falou que não jogaria mais em grupo, mas ele estava ainda dentro do quarto deles, fazendo estratégia sobre voto. Então ficou uma coisa meio “eu não vou jogar em grupo, mas em quem vocês vão votar?”. Então, acho que pode ser que aconteça de o pessoal voltar com a formação de grupo de antes. Até mesmo porque o grupo Fundo do Mar viu que do quarto Deserto cada um está saindo em uma semana. Eles até falavam: “O quarto Deserto realmente está deserto”. Vão achar que estão muito fortes. Não tem mais eu lá para botar pilha em todo mundo (risos).
Qual seria seu grupo ideal?
Naquela época, me parecia muito confortável jogar com a Paula, com a Bruna, com a Amanda e com o Cara de Sapato. E, incrivelmente, com o Gustavo e a Key também. Fora o Black [Cezar], que sempre foi meu parceiro, desde o início. Acho que seria um bom grupo para continuar jogando. O Cezar eu coloquei no jogo da discórdia como quem eu queria comigo até a final. Ele me falou muitas verdades que foram importantes, disse que eu não errei sozinho, quanto ao Fred Nicácio disse que ele também queria votar em mim… Então, esses seriam os meus aliados, pessoas que pesavam um pouco como eu. Hoje, olhando de fora, algumas pessoas não estariam nesse grupo (risos).
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Quem não estaria?
Acho que o Gustavo e a Key não estariam (risos). Mas a Amanda permanece. Ela foi muito querida comigo e eu com ela. Foi uma das pessoas que quis me entender. Depois de tudo que aconteceu, foi uma das que quis me ouvir, primeiramente. O Black realmente me ouviu, só que como ele começou a ficar junto com o Fred Nicácio e a Domitila, eles começaram a colocar coisas na cabeça dele sobre mim. Mas, ele estaria comigo como aliado. O Sapato também estaria nessa. A gente sempre trocou muito, ele sempre foi muito de verdade. A Aline me falou muitas verdades, por mais que fossem duras, então eu colocaria ela também. Essas são as pessoas que eu levaria agora. Se eu voltasse para a casa, eu juntaria essas pessoas e diria: “Gente, vem aqui, vamos jogar juntos” (risos).
Para além da relação de jogo, que amigos do ‘BBB 23’ pretende trazer para a sua vida aqui fora?
O Black foi sensacional e a gente trocou muito. Por mais que ele tenha os defeitos dele, eu quero trazer para a vida. A Amanda também. Ela é muito sincera, muito engraçada; a gente se olhava, fazia dancinha, dava risada. São as duas pessoas que eu mais traria para perto de mim. A Aline também, pelas trocas que a gente teve. Ela falou: “Você pode ter errado no jogo, mas é um menino bom”. Essas amizades podem vir a ser bem fortes aqui fora.
Quem você colocaria no pódio da final do ‘BBB 23’? Acha que eles têm chance de chegar até lá?
Eu colocaria em primeiro lugar a Amanda, se ela se posicionar um pouquinho mais no jogo. Acho que ela tem grandes chances de ser vencedora desse ‘Big Brother Brasil’. Ela é muito transparente e verdadeira, então acho que ela vai fazer esse jogo e conseguir ir até a final. O Black também. Já saiu de dois paredões, ele tem sangue nos olhos, quer lutar e, se não se perder no jogo, com certeza pode ir para a final. E como uma terceira finalista eu colocaria a Aline. Não vejo ela movimentando muito o jogo, mas de repente é aquela pessoa que é amada por todos e vai ficando, ninguém coloca ela no paredão, e acaba chegando lá.
E a sua torcida é por quem?
Eu fico bem dividido entre o Black e a Amanda. Mas vou torcer pelo Black, que é um cara guerreiro e sempre esteve do meu lado.
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De tudo que você viu até agora, desde que saiu do confinamento, o que mais chamou a sua atenção?
O jogo do Gustavo e da Key foi realmente complicado de assistir. Eu tinha os dois como aliados, achei que eram, e eles acabaram se escondendo de muita coisa. Não foram as pessoas que bateram de frente comigo, mas isso me decepcionou bastante. Outras pessoas também, que falaram por trás de mim e, na minha frente, falaram outra coisa. Então, se o público está vendo a verdade, vai ser complicado para eles quando eles baterem no paredão. Até o Fred, que a gente achava ser uma pessoa muito forte, que todo o time do futebol estava com ele, acabou se escondendo no jogo atrás das brincadeiras para não bater no paredão e não sair.
Quais são seus planos para essa nova fase da sua vida?
Aqui para fora, eu vejo coisas boas. Todo mundo no BBB viu que eu sou um cara bom; muita gente falou isso, que posso ter errado no jogo mas sou do bem, sou educado, tive meus momentos ali na cozinha… Acho que eu fui eu mesmo, um cara tranquilo, respeitoso com todo mundo, com diferenças. De repente pode ter havido má interpretações, mas posso provar que não sou esse cara. Quando as pessoas vão me conhecendo, elas vão vendo que realmente sou do bem e não tinha por que fazer diferente do que eu sou. E, agora, é #opentowork (risos). Gosto muito da minha profissão [empresário], me trouxe muitas alegrias. Quero continuar com ela. Se eu puder continuar fazendo isso e fazendo outras coisas, vou agregar tudo que der. Por enquanto penso em voltar para a minha cidade, ver pessoas queridas, abraçar a minha família e estar perto dos que realmente torceram por mim e me conhecem há muito tempo. Mais para frente, depende do que acontecer. E se me chamarem para ser comunicador, já que gostaram tanto da minha palhinha com o Ricardo na cobertura da festa, vou estudar para isso! Vai que dá certo? (risos).
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