Foram 77 dias no ‘Big Brother Brasil’ sem receber nenhum voto. Em temporadas anteriores, alguns participantes conseguiram chegar perto, mas só ela alcançou essa marca. Leidy Elin se despediu do reality show nesta terça-feira, dia 27, depois de enfrentar MC Bin Laden e os adversários Davi e Matteus em sua primeira berlinda. A agora ex-sister recebeu 88,33% dos votos para sair, mas aqui fora é só alegria com sua trajetória no BBB e com o que está por vir nesta nova fase. Depois de uma jogada arriscada – e planejada – contra seu maior rival e de recalcular rota algumas vezes, a trancista de São Gonçalo reconhece o que foi determinante para sua eliminação, mas afirma deixar no jogo o que aconteceu lá. “Da porta para fora, eu quero que todo mundo seja feliz, que todo mundo arrume trabalho e consiga o melhor aqui fora, ganhando ou não, porque todo mundo é merecedor de estar lá dentro”, destaca.
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Na entrevista a seguir, Leidy Elin revela como estabeleceu suas maiores afinidades dentro do BBB, conta sua percepção em relação ao jogo de Davi e diz o que não quer deixar de fazer neste novo ciclo. Fora da casa, a ex-participante ainda avalia os rumos do programa nesta reta final e entrega sua torcida para campeão da temporada.
O que o ‘BBB 24’ representou para você?
Foi uma experiência maravilhosa, que eu sei que mudou a minha vida desde o primeiro momento em que eu pisei lá. Eu sempre fui fã do programa, já tinha tentado entrar uma vez, mas não concluí [a inscrição]. E esse ano para mim foi uma surpresa conseguir entrar de primeira. Eu duvidava de mim o tempo inteiro… mas foi uma experiência que vai ficar marcada na minha vida para sempre. Agora estou famosa e sou uma ex-BBB! (risos).
Que momentos da sua trajetória no reality você destaca como os mais importantes, de tudo que viveu?
A festa com a Ivete Sangalo! O que foi aquilo? Eu não conseguia nem abraçar a mulher e ela dizia: ‘me abrace’. Eu fiquei sem acreditar, aquilo foi para mim a realização de um sonho. Ela é perfeita, simpática demais! Trouxe uma energia muito boa para dentro da casa. Por dois segundos eu esqueci que estava no ‘Big Brother’, parecia que eu estava em um show particular com a Ivete.
Você fez parte de diferentes grupos durante sua permanência na casa. O que te levava a recalcular a rota nesses momentos?
Afeto e conexão. Eu me conectei muito com o Marcus e, quando ele saiu, o Buda [Lucas Henrique] me acolheu automaticamente. Com isso, eu fiquei do lado dele e da Yas [Yasmin Brunet], mas foi todo mundo saindo… aí, quando eu fui ver, estava no Gnomos (risos). Ir para o Gnomos foi mais uma questão de estratégia de jogo, porque ali todo mundo tinha ciência de que logo logo teria que votar entre si.
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Com que participantes você realmente tinha mais afinidade? Pretende manter essas amizades aqui fora?
Com o Marcus, com o Budinha, com a Raquele, com a Yas, com a Pitelzinha. Gosto muito deles. Se eles quiserem manter a amizade comigo, eu quero muito!
Nas últimas semanas, sua rivalidade com Davi ficou bastante evidente. Como avalia o jogo dele?
Eu acho ele muito jogador, entrou com a faca nos dentes. É o jogo dele… eu não concordava com algumas atitudes, mas as nossas questões eram mais coisas de convivência, ali no finalzinho.
O que era incompatível entre vocês dois?
A convivência e algumas atitudes dele. Por exemplo: quando a cunhã [Isabelle], que era melhor amiga dele, estava com alvo no braço, ele foi oferecer o anjo para outra pessoa. Tinha essa questão de jogo, mas aqui fora, se quiser falar comigo, estou de boas, eu abraço, beijo. Jogo é jogo. Anteontem eu falei para ele: ‘Da porta para fora, eu quero que todo mundo seja feliz, que todo mundo arrume trabalho e consiga o melhor aqui fora, ganhando ou não, porque todo mundo é merecedor de estar lá dentro.’
Lucas Henrique foi um participante em quem você afirmou que confiava e escolhia para dividir estratégias. O que vocês tinham em comum ou o que aproximava vocês no jogo, em sua opinião?
A gente se conectou muito em relação à favela. Ele veio da favela; eu também. A gente tinha aquela coisa bem periférica. Ele me entendia e eu entendia ele; a gente falava com gírias – “aulas”. E também por ancestralidade: ele é da capoeira, sabe muito da cultura africana. Quando eu trançava, ele falava: ‘Acho tão lindo você trançando…’. Então, foi uma conexão maravilhosa entre mim e ele.
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Você bateu um recorde histórico no ‘Big Brother Brasil’ permanecendo 77 dias de programa sem receber nenhum voto. Lá dentro você tinha noção de que ninguém votava em você? A que atribui este feito?
O Davi queria ir para o paredão comigo, estava nítido o embate entre mim e ele, então quando teve aquela confusão das Fadas, todo mundo pensou: ‘Vou votar na Leidy’. Na minha cabeça, eu pensava que ele votava em mim e que lá no começo outras pessoas também haviam votado. Entraram 26 pessoas, como é que ninguém votou em mim? Eu jurava que tinha recebido pelo menos um ou dois votos. Se eu tivesse sido líder, ia ficar frustrada quando visse ‘zero votos’, que loucura! Mas eu bati recorde no BBB e atribuo isso ao meu jeito. Falavam de mim, mas todo o tempo diziam que eu era muito sincera, que eu não aguentava calada, então acho que foi isso. Eu não tinha estratégia; minha estratégia era ser do meu jeito. Fui tentar uma estratégia já no final.
Que estratégia era essa?
Somar voto, fazer contagem… igual no dia em que eu fiquei contando voto para a Alane não ir. Comecei a tentar descobrir quem iria votar em quem, do meu jeitinho, mas tentei (risos).
O que foi determinante para sua saída, em sua opinião?
A mala na piscina e o fato de recalcular rota.
Quem acha que devem ser os próximos participantes a deixarem a casa? E quem acredita que chega à final?
Pelo que vi aqui fora, eu acho que quem sai é o Bin, o Buda e a Nandinha.Davi está com uma torcida gigantesca aqui fora, então eu acho meio óbvio que ele vai chegar à final. Acho que a Bia também chega. E além dela, a Alane ou a Cunhã (que eu gosto muito).
E para quem você torce?
Eu torço muito para a Pitel e para o Buda. Vamos ver como é que vai ser, vai que tem uma reviravolta nesses 20 dias, a gente não sabe…
Você mudou seu visual algumas vezes dentro da casa, também fez tranças em outras participantes. Que sentimentos vinham à tona quando você mexia com cabelos, que é o seu ofício fora do jogo?
Eu amo trançar! Eu até falei isso para o Buda naquele dia da festa da Bia, em que a gente estava entrevistando, e ele perguntou por que eu gostava de trançar. Eu falei para ele que trança é uma arte que meus ancestrais deixaram para mim, então eu tenho muito orgulho de mostrar essa arte para o Brasil inteiro, lá dentro ou aqui fora. É a profissão que eu comecei a exercer com 16, 17 anos e nunca mais larguei. Eu amo! A Pitel fala para mim: ‘Eu não vou te perturbar, não, tá?’. E eu dizia: ‘Pode perturbar, quando eu não quiser, vou falar que não quero. Mas eu gosto’ (risos).
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Pretende continuar exercendo a profissão no pós-BBB?
Pretendo, porque é a minha profissão. Eu sou trancista. Vamos ver como vai se desenrolar o rolé aí, mas de alguma forma eu pretendo, sim.
Além desse, quais são seus planos para o pós-BBB?
Eu ainda estou um pouco no mundo da lua. Ainda não sei como vai ser, vou deixar a vida me levar, vida leva eu… Vou abraçar o que vier de melhor, mas também não quero largar minhas tranças. Amo trançar, amo mudar. Então, vamos ver se a gente consegue conciliar as coisas.