Mais que a realização de um sonho, para Marcus Vinicius entrar no ‘Big Brother Brasil’ era a chance de se posicionar e mostrar suas opiniões sem medo. Sempre atento aos próximos passos do game, o comissário de voo não deixou essas ocasiões escaparem: “Eu não acho que eu fugi dos posicionamentos. Sempre que eu fui colocado em oportunidades, eu aproveitei com louvor; os Sincerões estão aí para dizer isso”, destaca ele, que foi eliminado com 84,86% dos votos ao enfrentar Davi e Isabelle no paredão da última terça-feira, dia 13.
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Além de revelar quem deseja ver no pódio do ‘BBB 24’, Marcus Vinicius avalia, na entrevista a seguir, suas relações com outros brothers, analisa o seu desempenho e o jogo de outros competidores.
Você falou que sonhava em participar do ‘Big Brother Brasil’. Era como imaginava? Quais as diferenças e semelhanças?
Eu percebi que era mais difícil e mais gostoso do que eu imaginava. Eu gosto de competição, gosto de me desafiar, então parece que a todo momento em que acontece uma dinâmica você quer ganhar, seja para acertar uma pelúcia no basquete para ganhar uma comida ou para ganhar um carro em uma prova de resistência. Então, eu percebi que eu sou bem mais competitivo do que achava que eu era, por isso que eu quero uma repescagem para ontem… brincadeira (risos).
Quais foram os momentos mais especiais dessa experiência, em sua opinião?
Eu lembro muito da prova Bate e Volta, que me deu um certo destaque. As festas eu também curtia bastante. A entrada para mim foi muito especial. O principal é que o ‘Big Brother’ é um jogo falado, então essa conversa do dia a dia, essa troca de opiniões… Eu não acho que eu fugi dos posicionamentos. Sempre que eu fui colocado em oportunidades, eu aproveitei com louvor; os Sincerões estão aí para dizer isso.
Você optou por ajudar Lucas na prova do líder, mesmo ele não sendo um aliado tão próximo. Na consagração da liderança dele, o Tadeu destacou a sua participação naquela vitória foi determinante. E você acabou eliminado ontem com o resultado do paredão. Como avalia os impactos dessa decisão agora?
O Tadeu pontuou que a vitória dele foi baseada naquela ajuda que eu dei. Antes disso, já havia acontecido uma situação com a Cunhã [Isabelle] em que ela não estava achando a caixa e realmente iria perder. Foi muito instintivo da minha parte, com a Cunhã, pegar a caixa e dar para ela. Depois ela saiu por outros motivos que eu não consegui ajudar, até porque estava pensando no meu jogo. Eu sempre disse na casa que a prioridade somos nós mesmos, então eu posso amar você, mas a minha prioridade sempre vai ser eu. Eu estava na posição 7; a Leidy, na 8; e o Lucas, na 9. Estávamos em uma fileira e a gente entendeu que a melhor forma que a gente tinha de se manter era firmar, naquele momento da prova, uma parceria para se ajudar. Depois que a Leidy saiu, estava a Pitel do meu lado, que eu sabia que votava em mim, a Isabelle já tinha saído e o Puxadinho não iria me ajudar, eu precisava de uma pessoa que estivesse disposta a me ajudar de alguma forma. Me dei mal? Sim, porque quando eu não achei uma caixa, ele também não conseguiu procurar a tempo de me ajudar. Enfim, foi uma decisão difícil e hoje eu vejo o quanto foi errada. Achei que, com essa decisão minha, eu teria sido tirado do paredão, mas ele optou pela Wanessa. Se tem algum arrependimento meu, foi não tê-lo questionado: ‘Você só ganhou o líder porque eu te dei a caixa, então por que você não me livrou ali?’. Só que eu acabei não fazendo isso, pensei que não deveria questioná-lo, embora eu tenha jogado várias vezes para ele que, se fossem as meninas do quarto Fada, elas teriam me salvado. Mas eu entendi que, assim como as meninas do Fada eram minha prioridade acima do Buda, a aliança com a Yasmin e a Wanessa também estava sendo uma prioridade para ele. Então, não tinha como eu cobrar uma coisa dele que eu não poderia oferecer.
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Você formou uma aliança com a Leidy Elin e, apesar de dormir no quarto Fadas, deixava claro que não necessariamente votaria com seus outros integrantes. Explique um pouco como se deu essa sua escolha.
Eu e a Leidy percebemos perfis parecidos em relação a posicionamentos, pensamentos e falas. A Leidy agora também não está tendo ou não está buscando oportunidades de se mostrar. Eu falei para ela: ‘Está de planta no jogo! Vamos lá!’. Ela é uma pessoa que chega e gera expectativa e eu disse para ela que essa expectativa não está sendo bem utilizada. Mas eu busquei as oportunidades e o jogo me chamou muitas vezes. Eu iria enfrentar quatro paredões, mas dentre esses, de um eu escapei por ter atendido o Big Fone no outro eu venci a Bate e Volta. Então, o jogo me chamava, mesmo que eu não quisesse. A minha relação com a Leidy foi realmente baseada nas similaridades dos nossos jeitos de ser e objetivos de jogo – isso foi muito natural. Em relação às outras meninas do quarto, a junção foi muito baseada em carinho, de se sentir à vontade, de estar ali e de brincar juntos. Só que, com o passar do tempo, a gente foi percebendo que os laços foram se efetivando muito mais entre elas três [Deniziane, Beatriz e Alane] e eu e a Leidy estávamos um pouco mais próximos. O Alegrete [Matteus] estava sempre ali ao lado da Anny. Então, percebi que eu não era prioridade sempre. E eu compro o meu B.O quando percebo que meu B.O. é comprado também. Lá no começo, quando eu tive meu primeiro desentendimento com o Juninho por causa da Thalyta não foi tão comprado assim. Então, por que eu vou comprar o B.O. dos outros? É óbvio que eu estava acompanhando a situação da Fernanda e do quarto Gnomo em geral com as meninas, então meus pés foram para trás. Mas eu só passei a ver a Fernanda como foco quando eu senti que o negócio veio para o meu lado, ali ficou muito mais claro para mim onde eu precisava me posicionar. Assim foi em relação ao Davi, por exemplo. A casa toda ficou apontando o que ele disse sobre Camarote, que falou de ‘Calabreso’ e tudo mais. Eu falei: ‘Gente, eu não tenho nada a ver com isso’. Eu preferi não me meter porque não era uma coisa que me atingia. Aquilo que eu achava eu falava. Por exemplo: para que o Davi ia ficar dormindo no chão? Dei minha cama para ele lá em cima para ele ficar perto da Cunhã, e fui lá para baixo quando o Nizam saiu. Independentemente de jogo, a gente tem que estar de igual para igual ali, eu acho que dignidade é o mínimo. A minha única questão com o Davi foi que eu me doí pela Cunhã pelo fato de ele tê-la deixado um pouco de lado e ter tentado uma troca de Anjo com a Alane. Eu criei um laço com a Cunhã e o meu carinho por ela me fez questionar o porquê de ele não protegê-la. Eu ia votar no Michel e acabei indo no Davi de última hora, que foi o tal do 9º voto. Mas horas antes eu disse a ele que ele poderia ser uma opção para mim.
Além da Leidy, quem gostaria de manter como amigo fora do ‘BBB 24’?
O Gnomo inteiro eu não faço questão, exceto a Pitel. A gente ficou naquela troca de votos, mas a gente até brinca que, se tivéssemos nos organizado melhor, seríamos super parceiros ali dentro. Ela tem aquele jogo de não querer conhecer muito as pessoas para não ter problema na hora de votar, e isso me afastou. Aí eu dei o primeiro voto nela, ela deu em mim e a gente foi se votando até a minha saída… Com a galera que já foi eliminada eu não tive grandes problemas, foram coisas pontuais com outras pessoas. As pessoas do Puxadinho (Michel, Giovanna e Raquele) não fizeram diferença para mim ali dentro, morando comigo, então que diferença fariam aqui fora? Eu sinto que a Giovanna é uma pessoa do bem, legal, mas no jogo não reflete nada, não movimenta. Então, com o Puxadinho, pelo pouco que eu estou vendo aqui fora, das falas relacionadas a mim eu não faço questão. As meninas do quarto Fadas eu quero muito manter a amizade, porque são pessoas com as quais eu me conectei e tenho muita admiração.
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As três vezes em que você foi indicado ao paredão, inclusive quando conseguiu se salvar na prova Bate e Volta, foram pelo voto da casa. O que acha que incomodava seus adversários em você?
Todo mundo que quer entrar no ‘Big Brother’ promete, até porque se disser que vai ficar sentado assistindo não vai passar na seletiva, né? Mas se a pessoa chegou até ali e quer um jogo confortável, ela se incomoda com quem não quer um jogo confortável, então eu buscava me posicionar sempre que aparecia oportunidade. Não buscamos tanto a oportunidade de entrar no programa? Então vamos aproveitar. E agora, com os votos do último paredão, eu ouvia pela casa que tinha gente incomodada com o meu posicionamento ao dizer que pessoas diferentes deveriam enfrentar o paredão para entender como é, saber também como a pessoa se posicionaria, como seria no Sincerão, como seria de movimentação. Eu achei, por exemplo, excelente a postura da Cunhã no primeiro paredão que ela foi. Ela começou a se movimentar para entender por que aquilo estava acontecendo. Ficar parado ali pode até te levar mais longe no jogo, como ficaram um monte de plantas e eu saí, mas não vai te fazer vencer. Eu me considero protagonista da minha história ali dentro.
Suas “premonições” do jogo chamaram a atenção do público. Você acertou a ocasião do toque do primeiro Big Fone da temporada, parte de uma das formações de paredão e quando seria uma prova de resistência. Que visão de jogo te faltou para conseguir escapar da berlinda que te eliminou?
Eu acho que me faltou uma malícia maior na hora da prova do líder, ter analisado melhor a configuração, o fato de as meninas estarem na frente, porque eram pessoas que me protegiam. Diante da configuração do paredão, Alane, Anny ou Bia, se ganhassem, me tirariam da berlinda. Então, faltou enxergar que elas ganhando seria melhor para mim. Tanto é que quando eu saí da prova, eu falei: ‘Bom, o VIP está garantido’. Estavam os quatro: o Lucas e as três meninas. Mas quem seria melhor para o líder? O Lucas já tinha sido líder, então era melhor uma das meninas irem, principalmente Bia e Alane.
No Big Fone que atendeu, você indicou Juninho, Pitel e Luigi ao paredão. Eles eram seus maiores adversários na competição? Se não, quem eram e por quê?
Naquele momento sim, porque eram pessoas que claramente me colocariam se atendessem o Big Fone. Eu falei bastante sobre isso com o Luigi: ‘Sejamos sinceros, se você atendesse aquele Big Fone e tivesse que colocar três pessoas, eu podia não ser sua primeira opção, mas seria uma das três’. Então, eu não acho que tenha sido incoerente com as opções que eu tinha naquele momento, apesar de ter uma visão de que a Pitel estava bem no jogo por já ter voltado de um paredão. É lógica de jogo que as pessoas às vezes não enxergam.
O que acha que mudou do primeiro paredão que enfrentou para este, para que desta vez você não conseguisse se salvar da eliminação?
Eu acho que, no primeiro paredão, eu estava em um momento de posicionamento de jogo legal. A pessoa que me puxou foi o Vinicius, que criou um embate comigo que não existia, com base em situações nada a ver. Naquele momento eu falei pra ele que ele estava criando coisas completamente incoerentes. Então eu creio que ficou claro ao ponto de eu ter ficado e ele ter saído. Não procurei saber ainda se foi exatamente isso. Em relação a este paredão de agora, eu acho que foi exclusivamente por causa da configuração. Na hora que eu vi que estava no paredão com a Isabelle e com o Davi, eu já imaginava. Quem assiste 24 horas percebeu que eu estava me segurando para não desanimar, mas no fundo eu sabia, pela lógica de jogo. Eram dois amigos e uma pessoa próxima, com uma relação legal com os dois, mas não formávamos um trio. Então, eu sabia que nessa configuração eu sairia por conta disso. Eu imaginava que a Cunhã fosse muito querida aqui fora. E, logicamente, com tanta gente obcecada pelo Davi e pelos erros dele, o Davi estaria muito forte. Eu falei para a Leidy que ele era favorito.
Quem acha que está se dando melhor no jogo e tem mais chances chegar à final?
Isabelle e Davi. Eu queria ter ficado bem mais e, pelas coisas que eu estou lendo na internet, eu estou vendo as pessoas dizerem que eu saí porque caí no paredão errado. Mas se eu saí cedo, pelo menos eu saí num paredão com um dos prováveis campeões. É um pouco mais reconfortante. Eu também vejo muito na Bia uma naturalidade de ser quem ela e a felicidade dos outros está incomodando muito as pessoas. Porque o Davi canta, porque a Bia dança nas festas ou porque eu estou brincando… O Bin veio me chamar para perguntar: ‘Aquela piada que você fez foi por maldade ou o quê?’. E eu falei: ‘Ah, cara, dá um tempo! Quer ver maldade nas cosias, porque está incomodado, mas eu não estou. Então, relaxa, brother. Vou parar de trocar com você porque você está surtando.’ Se incomodam com muitas coisas dos outros e esquecem de olhar o próprio umbigo. Eu gosto muito da Leidy, queria muito que ela conseguisse encontrar o caminho certo para se posicionar no jogo, porque ela tem essa cabeça muito parecida com a minha. Mas eu acho que quem tem chance são Davi, Cunhã e Bia.
E que pódio quer ver na final?
Queria muito ver a Bia, a Leidy. A Cunhã me questionou sobre o meu Top e eu disse para ela que as coisas estavam mudando muito. Eu não queria ter que trocar as meninas por ela, mas a Isabelle estava se tornando uma pessoa muito importante para mim. Eu sempre disse para ela que tinha certeza de que ela muito amada aqui fora, pelo jeito que é e pelo que representa. A gente conversava muito. Então, eu queria muito que a Leidy se encontrasse, que a Bia e que a Cunhã ficassem também.
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Pretende voltar para a aviação? Quais os planos para o pós-BBB?
Eu sempre flertei e a vida me tirava desse lado mais artístico e de comunicação. Eu acabava de alguma forma fugindo disso por necessidade, porque eu precisava ter uma segurança financeira. A aviação era um ‘conforto financeiro’, tanto que eu dizia que entrei no BBB para ganhar o prêmio que eu não alcançaria em anos de trabalho. Eu teria que ficar 30 anos na aviação para ganhar o que a Amanda, campeã do ‘BBB 23’, ganhou. Eu quero tentar fazer essa grana aqui para conseguir essa estabilidade financeira para mim e para a minha família, ter uma vida mais tranquila e focando no que eu sonho fazer. Posso não estar extremamente cancelado nem muito querido, mas estar no avião todos os dias recebendo 500 pessoas seria bem difícil (risos). Eu sinto que tenho um propósito dentro de mim de me comunicar e de me conectar com as pessoas, por isso que eu falo demais. Pelos comentários que eu li agora há pouco, tinha gente que falava que eu assertava muitas coisas sobre o jogo, então tem gente que se identifica. Eu já tenho experiência com o teatro, gosto muito de música, mas em geral eu gosto de lidar com as pessoas e de me comunicar.