Um dos principais nomes da música brasileira em atividade, o cantor Caetano Veloso sentiu na pele os efeitos causados pela Ditadura Militar. Em entrevista concedida ao programa ‘Conversa com Bial’, da Globo, o músico e compositor deu detalhes de como foi sua prisão na época da censura, por volta de 1968.
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Ele, que chegou a ficar na solitária, no entanto, surpreendeu ao ter confessado que não conseguia chorar e nem ter excitação sexual durante o período. “Eu não chorava e não tinha nenhuma excitação sexual. Mesmo que eu buscasse, era impossível”, detalhou Caetano. Segundo ele, apenas após ter sido transferido, foi quando percebeu as mudanças: “No terceiro estágio da prisão, fui transferido para os ‘paraquedistas’, e lá eu ficava sozinho em uma cela que tinha uma cama e um banheiro com chuveiro. Era como se fosse uma suíte”, disse.
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Ele, que foi preso sendo retirado da própria casa, em São Paulo, revelou que desenvolveu inúmeras superstições, dentre elas sobre a própria satisfação carnal. “Eu me proibia terminantemente a masturbação e obedeci até sair…. Seria a perda da energia que resultaria em uma possível soltura”, explicou.
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Em fevereiro do ano seguinte, em 1969, ele foi solto, mas o trauma daquele episódio se marcou sua vida para sempre. “Parecia que nunca mais eu ia sair dali [da prisão] e que eu nunca tinha estado em outro lugar. Teve momentos na primeira fase que parecia que eu nunca tinha vivido o que eu vivi fora, e que a minha vida era aquilo e o resto tinha sido sonhos e fantasias que eu tinha tido”, concluiu.