Com passagem de tempo em Verão 90, Vanessa, personagem de Camila Queiroz, voltou ao Brasil repaginada e muito bem casada com o Duque Kiev (Tarcísio Filho). E esse retorno vai ajudar uma sacudida na trama, afinal, a ‘gatosa’ quer mesmo é vingança contra Jerônimo (Jesuíta Barbosa).
Em conversa com o Área Vip, Camila falou um pouco sobre o que o público pode esperar de Vanessa e como está sendo interpretar essa mulher multifacetada. A atriz falou ainda do casamento, férias e a cobrança que recebe para ter filhos.
Confira a entrevista:
Vem muita mudança para a Vanessa nos próximos capítulos de Verão 90. Qual a expectativa?
Eu estou amando a Vanessa, ela é uma loucura. Quando eu li pela primeira vez a Vanessa, eu fiquei até preocupada e falei: ‘Gente, se eu não estiver em um bom dia pessoal, como é que vou fazer a Vanessa?’. Porque a Vanessa exige muito de mim, muita energia. Então eu fiquei preocupada com isso, mas está sendo muito melhor do que eu imaginei. Ela traz muita alegria para o meu dia, muita energia, ela é uma personagem que me possibilita tanta coisa.
Ela é muito diferente de seus personagens anteriores?
Ela é muito próxima nesse quesito da Mafalda, que eu poderia brincar. Cabia muita coisa dentro dela, então a Vanessa tem isso também. A cada cena ela tem uma personalidade, então eu uso isso para todas as cenas. Ela é muito sonhadora, a cada cena ela tenta ser uma pessoa que ela sonha. As primeiras cenas com a Larissa (Marina Moschen) a gente fez muito isso, dela ter encontrado uma amiga, uma pessoa que deu a casa mesmo sendo roubada por ela. A gente até brincou que a Larissa sabe que ela rouba, mas é porque ela gosta da Vanessa.
Como você define esse amor dela pelo Jerônimo?
Eu acho que o Jerônimo é o primeiro amor dela, porque até a cena que foi com o João antes do julgamento, que eu falo pra ele que ‘sou escolada em pilantra, mas ele é profissional’. Ele é o primeiro homem que eu acho que mexeu de fato com ela, porque a Vanessa já teve muitos homens. Inclusive ela já pegou todo mundo da PopTV, mas nenhum mexeu com ela.
A Vanessa agora está como a Duquesa de Kiev, mas na hora que ela vem se vingar do Jerônimo, aparece outra personagem realmente apaixonada por ele, né?
Ela já deixou claro em vários momentos que é apaixonada por ele. Só que eu acho que na vingança com o Duque fica escancarado, ela escreveu Jerônimo na testa, mas acho que nem isso mexe com ele.
Como vai funcionar essa virada da personagem?
Eu acho que não muda muito a essência dela. Depois que o Duque a deixa, o figurino voltará com o figurino mais pobre. É claro que as coisas que o Duque comprou para ela, ainda estão com ela, mas ela vai mesclar isso. Continua como DJ, mas é o único lugar que ela consegue ter a independência dela sem precisar roubar ninguém.
O Galdino chama ela de ‘gatosa’. O apelido pegou?
O gatosa pegou, né? As pessoas comentam nas minhas fotos, me chamam de gatosa, pilantra e eu adoro.
Você está curtindo ser vilã?
Muito! Porque a Vanessa é uma vilã que é ruim, mas ela tem essa leveza e essa comédia em algumas situações que faz o público criar uma simpatia e torcer por ela, principalmente pela forma como o Jerônimo trata ela e volta.
As pessoas gostam dela e do Jerônimo, né?
É, porque eu acho que tem essa identificação dos dois e é nítido que é o jeito deles, principalmente do Jerônimo quando mostra que ele vai buscar a Manuzita (Isabella Drummond). Mas eu acho que não é por amor, é mais pela guerra dele com o irmão. Eu acho que o Jerônimo não tem sentimento por ninguém, mas eu torço para que ele desenvolva um amor pela Vanessa.
Você viveu os anos 90?
Vivi criança, nasci em 93 que é quando a Vanessa volta. Eu lembro de um mundo mais Manuzita, eu acho que era muito colorido, Sandy e Junior, Xuxa… Eu vivi essa coisa dos anos 90, vendo meus pais com aqueles primeiros telefones e CDs, pirataria, tudo que hoje em dia ninguém nem compra mais.
Como você lida com as críticas, sejam boas ou ruins?
São fases, né? As pessoas talvez tenham criticado muito a Luíza (Pega, Pega), mas eu não levo isso para o pessoal. Foi um ano muito difícil para mim como pessoa, eu perdi o meu pai no meio da novela. Meu pai estava na UTI e ninguém sabia, porque a gente tem uma vida fora daqui, então tem momentos que é difícil conciliar. Mas eu não coloco a culpa na Luíza de jeito nenhum, imagina. Foi uma novela deliciosa pra gente, o nosso grupo bomba, a gente se reúne até hoje. Esses dias, estávamos comemorando o aniversário de dois deles. Não tenho magoa nenhuma. Para mim foi super bem resolvido e eu dei o meu melhor naquele momento que eu podia dar o meu melhor e eu amava o elenco. São fases e eu tive um ano de descanso. Eu estava vindo da terceira novela seguida, em três anos de carreira. Eu não tive um tempo depois da Angel (Verdade Secretas), para respirar e entender o que era aquilo, o que eu estava vivendo. Porque de Verdades Secretas para Eta Mundo Bom, eu tive sete dias. Depois de Eta Mundo Bom para Pega Pega eu tive quatro meses, mas já estudando e vivendo tudo aquilo. Depois de Pega Pega, para Verão 90 que eu tive um ano para conseguir respirar, me reinventar, estudar com mais tempo, organizar casamento e eu pude curtir.
As pessoas ainda confundem a artista com a personagem?
Muito. E digo mais, faz falta o Vídeo Show, né? Para a gente poder mostrar para o público como são os nossos bastidores, como é o nosso entrosamento fora de cena. Mostrar que a Camila não é a Vanessa. Porque já me pegaram na Sapucaí, porque eu fui para lá depois do julgamento do João e aí gritaram: ‘Vanessa, você não poderia ter feito isso com o João’. Eu dou risada.
Alguma dessas coisas te assustou?
Teve uma mulher que comentou em uma foto dizendo que se visse a Vanessa na rua, iria espancar ela. E aí eu pensei: ‘Tomara que ela não encontre nem a Vanessa, nem a Camila’.
Você tirou esse tempo para descansar, mas nunca mudou e sempre foi pé no chão, né?
Não, não tem por que. A não ser que você acredite em uma mentira. Eu acho que foi um processo muito natural, eu não fiquei pensando que precisava me arriscar, que precisava me renovar. Eu fui surfando a onda e foi ótimo. Eu amo tudo o que está acontecendo e gosto de todas as personagens, porque elas são muito diferentes uma da outra e eu quero seguir daí para mais. Eu vinha há um tempo dizendo que queria fazer uma vilã.
Você tem vontade de fazer a segunda temporada de Verdades Secretas?
Eu vou te dizer uma coisa, se tem duas perguntas que eu mais recebo, é quando eu vou ficar grávida e sobre Verdades Secretas 2. Às vezes eu faço aquela coisa no Instagram de perguntas, eu até me arrependo porque só vem isso. Mas, Verdades 2 eu não sei nem o que dizer, porque é muito mais acima de mim. Uma vez o Walcyr confirmou, mas para mim não chegou nada. Uma vez conversei com Mauro Mendonça (diretor) e ele também não sabia. Acho que a única pessoa que pode confirmar isso é Walcyr Carrasco.
Verdades Secretas está passando na Argentina e fazer um enorme sucesso. Como foi isso para você?
Eu preciso fazer um curso de espanhol para conversar com a galera. De 100 mensagens que eu recebo 80 é da argentina, é surreal e eu não esperava. Na Rússia também teve muito, mas na América Latina pegou muito bem.
Você pretende ter filhos logo?
Esse é o meu medo, porque é tanta pressão. A gente posta uma foto junto e tem muita gente comentando: ‘Imagina o filho desse casal?’. Meu Deus, que pressão, as pessoas criam uma expectativa. A gente quer, mas estamos trabalhando muito. O Klebber está cheio de projetos e tem um musical para estrear em São Paulo, estamos fazendo a novela e pelo menos até o final de julho ainda estamos aqui. Nem tivemos lua-de-mel ainda.
Como você vê a questão do empoderamento da mulher?
Eu não posso dizer que eu sou uma feminista ativista, porque eu não consigo acompanhar as passeatas e as lutas nas ruas. Mas eu estou muito aqui de coração, dou amor para quem precisa e acho um movimento muito necessário. Acho que quanto mais a gente coloca o dedo na feriada, mais a gente consegue abrir os olhos. Reeducar os homens e ensinar eles a nos respeitarem como profissionais e como mulher, saber respeitar a nossa opinião sobre as coisas. Mas parece que quanto mais a gente fala, mais a gente vê feminicídios. As mulheres estão cada vez mais fortes e mostrando força, a gente tem que ter esse poder de liberdade e ser quem a gente quer.”
E a troca com o Jesuíta, porque vai começar os embates. Ele vai começar a chegar perto da Manuzita e ela vai ficar com ciúme, né?
Eu acho que gravar com o Jesuíta está sendo maravilhoso, um presente, estar com ele na primeira novela dele e eu adoro trocar isso com ele. Tem coisas na minha primeira novela que ninguém nunca me falou, então eu adoro dar todo esse suporte para ele. Porque é muito diferente de uma série, de um filme, a gente grava muito mais. Poder estar com ele nesse momento e proporcionar isso… a gente também dá muita risada juntos. Quando entra o Galdino em cena, é impossível. Às vezes eu tenho que sair do estúdio porque eu não consigo parar de rir. Tem cenas que vocês podem perceber que eu não olho para a cara dele, porque eu não consigo. O Gabriel é maravilhoso. Eu acho que quando a Vanessa está com ele, ela é bem a antiga Vanessa. Com essa coisa do Duque, nessa nova fase deles, ela volta muito mais segura. Nesse encontro dele com a Manu, porque ela volta querendo se vingar dele, mas sabendo o terreno que ela está pisando. Ela vai se transformando, porque ela vai virando uma pessoa pior que o Jerônimo.
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