A vida de Cirillo Luna deu uma guinada quando ele decidiu abandonar a profissão de dentista para mergulhar na carreira artística. Agora, o ator está dando pulos de alegria com seu primeiro personagem de destaque em uma novela da Globo. Em ‘Salve-se Quem Puder‘ ele dá vida ao garçom Gael, irmão de Bruno (Marcos Pitombo), com quem disputará o amor de Micaela (Sabrina Petráglia). Primo de Verônica (Marianne Armellini), o mistério é saber qual dos irmãos se unirá à vilã na trama.
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Desde 2005, o ator já está acostumado com os sets de novela. Na globo, ele participou de ‘Belíssima’, ‘Viver a Vida’, ‘Malhação’, ‘Joia Rara’, ‘Novo Mundo’, ‘Pega Pega’, ‘Deus Salve o Rei’ e ‘Verão 90’. Mas nunca com um personagem fixo, que levasse uma boa trama até o final. Agora, Cirillo promete agitar a trama disputando com o irmão o amor de Micaela. Quando recebeu a notícia sobre o papel, Cirillo confessa que deu pulos de alegria. “Eu to curtindo tudo, quando recebi a notícia eu liguei pro meu pai chorando”, lembra. Em um bate-papo com o Área Vip, o ator falou sobre a nova fase da carreira.
Como está essa nova fase na carreira?
A primeira novela que eu faço até o fim, se Deus quiser, então eu to super feliz. A primeira oportunidade de estar num produto desde o início, com um personagem fixo na trama. Pra gente estar aqui dentro é muito legal em todos os sentidos, pra gente crescer profissionalmente, principalmente.
E pra compor o personagem, como foi?
Eu li todos os capítulos que a gente recebeu, isso não significa que eu posso contar. Eu fiz questão de ler tudo pra entender o universo da história que a gente está sendo inserido. A construção do personagem, pelo menos comigo, ela vai acontecendo aos poucos. Muito com o que o diretor vai falando pra gente, é muito importante também, essa visão do diretor, do autor também, ele já deu alguns toques pra gente do que seria, e as referências que a gente tem de novelas, de séries, de livros, de peças que eu já fiz também. A gente pega uma coisinha daqui, outra dali e vai montando esse quebra cabeça. Acho que é mais ou menos por aí.
Conta um pouquinho mais sobre o Gael.
São dois irmãos, que vem do interior e eles frisam muito a diferença entre eles. Um é o Gael, que sou eu, e o personagem do Marquinhos (Bruno – Marcos Pitombo)é mais tímido, mais reservado. A princípio a gente tem um mistério que a gente não pode revelar. Os dois na verdade se apaixonam pela personagem da Sabrina (Petráglia), mas na verdade teoricamente um deles está dando um golpe junto com a prima.
Mas esse primo não vai acabar se virando contra a prima?
Como é uma obra aberta, tudo pode acontecer. Eu não tenho essas informações, mas mesmo que tivesse eu não poderia te dizer.
Mas vocês não sabem mesmo quem é o vilão?
São dois personagens bastante humanos e que tem tudo dentro deles. A parte boa, a parte ruim, a parte de vingança, a parte de amor.
Como está sendo contracenar com a Sabrina Petraglia?
Está ótimo, eu to muito feliz. Só a oportunidade de estar aqui dentro já é muita coisa. Mas a Sabrina é um amor, muito dedicada, estudiosa. Na primeira semana eu tinha que pegar ela no colo e ele falou: ‘pode pegar, me surpreenda’. Tá sendo maravilhoso.
Você já passou por uma situação de se apaixonar pela mesma garota que um irmão ou amigo?
Não.
Mas se isso acontecesse, como você acha que faria?
É engraçado, eu não sei mesmo o que eu faria. Ia depender da situação, do momento de vida mesmo. Mas uma curiosidade é que meu personagem é o extrovertido na trama e o Marquinhos (Pitombo) mais retraído. Na vida real eu acho que seria o contrário, eu sou mais tímido, mais reservado, mais na minha. Então nessa situação eu esperaria ou deixaria acontecer.
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Esse sentimento pode gerar conflito entre os dois?
Eu acho que sim, na verdade eu acho que isso pode até ser bom pra trama. Eu e o Marquinho já criamos algumas coisas pra consolidar os dois como irmãos. Então se isso acontecer pode romper com essa parceira entre os dois.
O público vai saber quem é o mau caráter?
Eu acho que não vai demorar muito não, o público deve descobrir logo.
Você sabe a origem do seu nome?
Eu procurei a origem do Cirillo e já ouvi dizer que é grego, mas não confirmei. Mas tem o italiano também, ouvi dizer também que tem origem italiano. O Luna (sobrenome) eu tenho certeza que é italiano.
Você é de onde?
Eu nasci em Campos de Goytacazes, mas cresci em Macaé. Até os 17 anos, depois eu vim para o Rio.
Sua família é ruiva como você?
Pior que não. É gene recessivo, Meu pai é moreno, pele bem branca, minha mãe tem cabelo castanho, mas pele bem branca também. Minha avó era meio índia. Meu avô por parte de mãe tinha cabelo muito branco desde os 22 anos, ele sempre falava isso, parecia papai Noel. Talvez venha por parte de pai. Meu primo teve três filhos ruivos, talvez seja da família do meu pai.
Você falou que foi difícil arrumar trabalho por ser ruivo. E rolou bullyng alguma vez?
Isso é muito delicado. Na época que eu fiz ‘Escaravelho do Diabo’ (no cinema) me fizeram essa pergunta. Eu não posso dizer que sofri preconceito nunca na minha vida. O que acontecia na infância era algumas brincadeiras, – ferrinho, tomou banho de sol com peneira, tomou banho de água de salsicha. Era um bullyng leve.
Você acha que demorou em ter um personagem de mais destaque?
Eu estou trabalhando como ator tem 11 anos, estreei em novela em 2008, então tem 12 anos que eu comecei profissionalmente a atuar. Tudo tem seu tempo certo. Não vou dizer que demorou. Eu acho que a gente tem que olhar pra traz, eu acho que eu não tinha mesmo maturidade, tem a parte emocional também, é muita pressão que a gente sofre. Eu não estava preparado emocionalmente pra esse tipo de pressão. Acho que com os trabalhos que eu fui realizando, isso veio naturalmente. Eu me sinto mais seguro profissionalmente como ator mesmo, pra desenvolver um bom trabalho. Eu já faço teatro a muito tempo, o áudio visual foi um pouco mais difícil. Eu tinha essa vontade de fazer. Então, quando rolou o Escaravelho do Diabo foi uma felicidade imensa. Foi um pouco difícil também pra entender o áudio visual. Eu já faço boas participações há muito tempo. Acho que agora eu já estou mais preparado.
Você tem artistas na família?
Não. Eu tenho um irmão que é mais novo, é fisioterapeuta. Meu pai trabalhou na Petrobrás, tá aposentado já e minha mãe foi dona de casa. Minha mãe diz que o bisavô dela tinha um pouco esse lugar de artista, o nome dele era José Cirillo, mas nada profissional.
Você também fez odontologia, curioso é que o Marcos Pitombo também iniciou o mesmo curso…
Fiz odontologia e cheguei a trabalhar (na área). Acho que o Marquinhos não terminou. Eu comecei em 2002, acho que mais ou menos na mesma época, mas ele não terminou. Eu me formei. Quando estava no quarto período na faculdade eu fui fazer um curso de teatro na CAL , com uma amiga, a gente estudava na UFF, em Niterói. Eu tava fazendo estágio na época, já estava ganhando dinheiro. Fui fazer e quando acabou a assistente de direção disse que o ‘bichinho’ tinha me mordido. Paralelo a odonto eu fui fazer outros cursos (de teatro). Aí eu me formei, trabalhei um ano e fui mandado embora do emprego aí eu falei: ‘é agora’. Aí fui fazer Artes Cênicas.
E seus pais?
Surtaram. Minha mãe principalmente. Mas foi muito difícil. Aí meu pai liberou pra eu voltar pro Rio, porque eu estava sem emprego, e me ajudou a pagar a faculdade.