A atriz e cantora Cleo usou o Instagram, na tarde desta quarta-feira (22), para desabafar sobre uma situação que faz parte da vida de muitas famílias, mais especificamente de pessoas moradoras de periferias.
A artista publicou alguns vídeos em que fala sobre o descaso do governo com vítimas de balas perdidas vindas de policiais. No entanto, não é novidade que, nas periferias, pessoas pretas são os principais alvos.
“Eu acho que tá rolando uma parada muito bizarra, que não é de hoje que tá acontecendo, mas, cada vez que acontece, a gente fica menos chocado, mais a crueldade se torna natural. E eu queria saber quando que o governo vai tomar providências sobre essas supostas balas perdidas, que atingem pessoas inocentes. A polícia brasileira é a que mais mata, vocês têm noção disso?”, lamentou ela.
+Após fazer desabafo, Cleo recebe elogios e comemora: “Muito feliz”
Cleo lamenta descaso do governo com mortos pela polícia
Durante o desabafo, a filha de Glória Pires lamentou que até mesmo os casos que repercutem na mídia acabem caindo no esquecimento.
“Por exemplo, dois meses atrás, a morte do menino João Pedro, que repercutiu no Brasil todo, não foi feito nada! Aí esta semana a gente tem mais um caso de bala perdida, como infelizmente a gente tem todos os dias, na verdade. Mas o que eles chamam de bala perdida, tem um alvo bem certo, na verdade, porque 99% das pessoas assassinadas pela policia no Rio de Janeiro, entre 2010 e 2013, 80% eram pessoas pretas. Eu ando lendo muito sobre essas questões, e cada vez que eu ligo a TV ou vou ler um portal de notícias, eu fico passada com a falta de indignação das pessoas. São milhares de casos que não têm desfecho”.
+Cleo lamenta lotação em bares no meio da pandemia de coronavírus
Para finalizar, Cleo cobrou, mais uma vez, as autoridades. “O que eu tô querendo partir desses stories é levantar mais uma vez essas questões. Por que a gente investe tão pouco no treinamento da policia? E outra coisa, justiça, a bala saiu da arma de alguém, então isso tem que ser averiguado, são famílias que estão sofrendo…É muito triste, mais triste ainda porque parece que não tem solução…Parece que são coisas cada vez mais naturais no Brasil.”