Cristina Mortágua fala sobre a noite na prisão

A ex-modelo Cristina Mortágua, acusada de agredir uma delegada e o filho no início do mês, disse em entrevista à Veja Rio que acredita que fará as pazes com o Alexandre, mas não agora e conta como foi passar a noite na prisão.

Confira a entrevista na íntegra:

Você está doente?

Há três anos, descobri que sou bipolar. É uma doença cujo tratamento é feito com estabilizadores de humor. Mas o que aconteceu na delegacia foi um surto mesmo. Estou vivendo sob pressão há muito tempo.

Que tipo de pressão?

Alexandre (o filho de 16 anos, fruto do seu relacionamento com o ex-jogador Edmundo) era um doce, mas, de uns dois anos para cá, mudou muito. Ele não respeita ninguém e mente o tempo todo para mim.

Que tipo de mentira?

Todo tipo. Sinto que ele tem uma necessidade muito grande de chamar atenção. Talvez por ter um pai que foi um ídolo do futebol, uma mãe famosa… Ele ainda não se descobriu. Acho até que recebeu uns espíritos ruins… Outro dia virou os olhos e começou a falar coisas estranhas.

O rapaz diz que você não aceita a opção sexual dele. Isso é verdade?

Fiquei chateada ao perceber que ele tem o mesmo andar que eu, mas isso é um absurdo! Tenho um monte de amigos gays. O que sempre deixei claro para ele é que, no Brasil, os homossexuais e os negros só são respeitados quando são bem-sucedidos profissionalmente. E o Alexandre não gosta de estudar.

O pai conversa com ele?

Dificilmente. É mais fácil o Alexandre falar com o assessor. No Natal de 2008, ele me pediu que comprasse um presente para o Edmundo e para a irmãzinha que acabara de nascer. Passou o dia 24 todo ligando para o pai. Não conseguiu contato.

O que aconteceu no dia da confusão?

Para dizer a verdade, aquele dia está muito tumultuado na minha cabeça. Tomei muito remédio para dormir. Não posso dizer o que houve direito porque não me lembro.

Você se lembra da agressão à delegada?

Estou muito envergonhada com tudo isso. Fiquei chateada porque a delegada só estava ouvindo o Alexandre, e não as duas partes. Quando ela veio falar comigo, ele ficou atrás fazendo careta para mim. Eu já estava tensa com a situação, então perdi a cabeça.

Pensa em pedir desculpas a ela?

Não. Afinal, ela fez o que tinha de fazer. Já me puniu.

E como foi passar uma noite na cadeia?

Foi horrível. Só consegui tomar café, dormi duas horas… As outras presas me receberam muito bem. Já sabiam o que tinha acontecido. Falaram que foi falta de palmadas no garoto!

Você já falou com o seu filho depois da confusão?

Estou aqui para o que ele precisar. Afinal, sou a mãe dele. Acredito que a gente possa fazer as pazes um dia, mas não agora. O cristal se quebrou.