O ginasta Diego Hypolito abriu o coração durante uma entrevista para o portal UOL. O atleta que nasceu no ABC paulista, em Santo André, região metropolitana de São Paulo, se mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro para seguir carreira. Por causa da irmã, Daniele Hypolito, ele se especializou-se nos exercícios de solo, no qual conquistou seus primeiros títulos como infantil e mais tarde como júnior.
Aos 32 anos, Diego já oscilou bastante durante sua carreira, entre competições, títulos, derrotas e lesões, no entanto, é dono de uma das carreiras mais vitoriosas da modalidade no país, conquistando uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Reservado, ele sempre manteve sua vida pessoal escondida dos holofotes e não costumava responder sobre isso, mas durante uma entrevista ao portal UOL Esportes, o ginasta decidiu que estava na hora de falar sobre a sua sexualidade.
“Nunca mais vou deixar de viver o que eu sou. Eu sou gay”, revelou. Diego contou como sofreu, sobretudo, com a “solidão de não ter com quem compartilhar os dilemas de uma pessoa gay em uma sociedade preconceituosa”, como ele próprio disse.
Diego também contou porque tinha medo de se assumir. “Todo mundo me zoava, zombava do meu jeito (…). Eu tinha certeza que se um dia eu saísse do armário publicamente, perderia patrocínios e minha carreira seria prejudicada”, confessou.
Religião
Diego Hypolito ainda disse durante a entrevista que também teve medo de se assumir gay por causa da sua religião. Ele tem uma grande tatuagem de Jesus Cristo no braço, criado na igreja e, até hoje é frequentador dos cultos da Bola de Neve. Na sua cabeça, ser gay era “coisa do demônio”.
“Quando eu tinha uns dez anos, um treinador foi dizer para a minha mãe que ela devia mudar minha educação para que eu não virasse gay. Ela veio falar comigo, preocupada. Eu era muito inocente, nem sabia o que era isso. Mas isso me marcou”, lembrou ele.
A revelação para a família
Diego contou que quando se preparava para o Mundial da China, em 2014, tomou coragem para contar para sua mãe, mas travou no telefone. Depois, decidiu escreveu uma mensagem dizendo que a amava muito, e que esperava que isso não fosse mudar a relação deles, porque ele continuaria a amando da mesma forma.
A mãe do atleta não aceitou muito bem o conteúdo da mensagem e segundo ele, ela não foi “muito gentil”. Ele ficou com vergonha de encarar sua própria família e acabou se afastando por quase um ano e por causa disso ele chegou a perder um natal.
Diego afirmou que revelar sua sexualidade era o “último fantasma” que tinha dentro dele, já que no ano passado o ginasta revelou os abusos que sofreu durante trotes que o pessoal da ginástica fazia com quem era mais novo.
“Sei que pode ter gente que vai deixar de gostar de mim depois de conhecer a minha história, sei que no culto posso viver situações de preconceito, sei que vir a público e falar tudo isso pode irritar algumas pessoas. Ninguém é obrigado a entender nada, mas é obrigado a respeitar. Nunca mais vou deixar de viver o que eu sou. Eu sou gay”, finalizou.
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