No ar como Justina em ‘Éramos Seis’, Julia Stockler está achando incrível a experiência de fazer TV pela primeira vez. Para entrar na personagem, ela conta que leu livros, viu filmes, mas preferiu não ver nada das versões anteriores da história baseada no livro de Maria José Dupré. “Vi filmes, li, mas chegou um momento que eu não queria mais saber sobre esse externo, eu queria entender dentro de mim onde morava a minha sombra e a minha dificuldade”, contou em entrevista ao Área Vip.
Encantada com a personagem, a atriz diz que conheceu um pouco mais sobre a questão de Justina. “Eu costumo pensar que não é um problema, é um transtorno, e não é uma doença. Eu tive a possibilidade de ter contato com o Instituto Priorit, na Barra da Tijuca, e eu tive encontro lindo com eles, a gente dançou, a gente cantou, pintou. Eles são aspergers de alta funcionalidade. Então, tirou todo um véu em relação ao que eu tinha sobre esse espectro”, ressalta.
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Nas ruas, Julia já sente a diferença do retorno do público fazendo sua primeira novela. “Me dá uma certa assustada. Teve um dia que uma mulher gritou de dentro do bar com toda a força “Justina”. Eu saí correndo. Dá um certo medo, mesmo. Mas as pessoas, geralmente, chegam com medo pra falar comigo, por isso que essa mulher foi um choque”, contou.
Como será o destino de Justina na reta final da novela a atriz não conta de jeito nenhum e diz que aos poucos está descobrindo junto com o público mais sobre o passado da personagem, que pelo que parece sofreu um trauma na infância. “Existe um trauma e eu, Julia, fui descobrir isso agora. Agora é descobrir que trauma foi esse e se tem a ver com a questão dela. Isso a gente vai descobrir aos poucos”, despista ela, que acredita em um final bonito para Justina. “A gente ainda vai passar por grandes coisas, mas eu não posso abrir muito realmente. Mas a gente pode esperar um caminho de luz pra ela”, define.
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Trabalhar na TV, no entanto, chego no momento certo e com a personagem ideal na carreira da atriz, que vem do teatro. “Eu acho que as coisas aconteceram de uma forma natural. Tenho muito tempo de teatro e fazer a Justina foi um presente mesmo. Eu estou fazendo uma personagem gigante emocionalmente. Fazer ela todo dia me interessa. Veio no momento ideal”, afirma, que também aprendeu muito com Justina. “Eu acho que a Justina assume os medos, assumi a fragilidade. E ela me ensina que tudo bem assumir a sua fragilidade. Vai te gente que vai te acolher. Isso é uma coisa que ela me ensina”, conta.
Contracenar com nomes como Susana Vieira e Camila Amado foi mais uma experiência ímpar para a atriz, que no cinema trabalhou com Fernanda Montenegro no filme A Mulher Invisível. “Estou lidando com dois monstros, no melhor sentido da palavra, a Camila é uma das bruxas do teatro, ela tem uma história na carreira, uma dedicação. Fazer cena com a Camila é uma emoção. E a Susana é mais da televisão. A Susana foi muito generosa comigo, ela foi muito carinhosa, quando soube que eu vim do teatro ela abriu um leque de respeito a minha profissão. Eu tinha até medo de ela não gostar de trabalhar com gente jovem. Aí não, foi ao contrário, eu comecei a ganhar ela no afeto. Ela é uma mulher super carinhosa”, elogiou.
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Além do sucesso na TV, Julia também vem colhendo os louros depois do lançamento de ‘A Vida Invisível’. “Nossa recepção em Cannes foi incrível. E a gente ganhou vários prêmios, eu ganhei o APCA em São Paulo de Melhor Atriz, na Espanha também. Não é que eu ache Hollywood é a coisa mais incrível do mundo, mas é a prova de que a gente está fazendo um cinema que as pessoas querem ver, só o nosso país que não está muito interessado. Isso é uma loucura”, analisa.