A atriz veterana Fernanda Montenegro, de 90 anos, que fez uma rápida passagem no início do folhetim ‘A Dona do Pedaço’, compareceu ao programa ‘Conversa com Bial’, na madrugada desta sexta-feira (04), para divulgar seu novo livro, uma autobiografia chamada ‘Prólogo, Ato, Epílogo’.
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Durante o tradicional bate-papo com o apresentador, Fernanada Montenegro falou sobre o atual momento político do Brasil e sobre a ‘Lei Rouanet’. A atriz defendeu a legislação e ironizou as críticas:
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“A história política nossa é inesperada e às vezes agressiva, ligada a uma censura política, ideológica, religiosa. Nós somos tão poderosos que, quando tem crises com a cultura, quem leva sempre a culpa é sempre o ator, a atriz. E nessa crise toda nossa da Lei Rouanet, a culpa sobrou pros atores, e não tem nada a ver com a gente. Estamos vivendo isso agora. Talvez pelo medo da liberdade de expressão. Sem liberdade de expressão, não há arte nenhuma”, disparou.
Ainda na entrevista, ela lembrou o início de sua carreira e a resistência dos pais com a profissão – ainda bem que ela seguiu, não é mesmo. “Lá pelas tantas, eles entenderam. Eu tinha o teatro como ofício e isso nunca deixou de existir. Ser atriz é uma vocação, se você não fizer isso, simplesmente morre”, comentou.
Também tivemos momentos de emoção, Montenegro foi às lágrimas ao falar do marido que faleceu em 2008: “Fernando foi o responsável pela felicidade diante da minha vocação de ser atriz. Nunca tive impedimentos, nada. Se tinha ciúme, inveja, não percebia. Ele era um companheiro tão, ou até mais, vocacionado do que eu”.
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A atriz também lembrou saudosas personalidades da história artística brasileira: “Esses homens fazem falta. Mesmo com uma censura horrenda a gente se expressava”.
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