Mauro Sousa, filho do cartunista Maurício de Sousa, usou suas redes sociais para fazer um longo desabafo sobre uma situação bem chata que precisou passar. O diretor revelou que ele passou a receber diversas ameaças de mortes e também críticas, quando surgiram notícias na mídia de que ele era gay.
Tudo começou logo depois de seu pai compartilhar uma foto no Instagram onde ele e seu marido estão reunidos tomando um café na casa do criador dos gibis da Turma da Mônica. A partir daí, o rapaz passou a receber discriminações na web, e até ameaças de agressões físicas.
Ao expôr um comentário de um internauta, que dizia que “ser gay é a coisa mais normal do mundo”, e criticando o fato dele ter postado uma foto usando máscara nas cores da bandeira LGBT+, Mauro relembrou a época em que sua sexualidade virou notícia, e confessou que chegou a ter medo de morrer.
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“Sabe, eu já pensei como você. Eu também achava que ser gay era supernormal. Levantar bandeira pra quê, se eu estou bem e seguro no meu mundo burguês? Já que não acontece comigo, então é mimimi. Até que, no ano passado, a minha sexualidade foi amplamente exposta. De repente, todo mundo sabia que eu era gay. E sem que eu tivesse controle, estavam falando sobre mim”, relembrou ele.
O filho de Maurício de Sousa falou sobre tudo que viu nas redes sociais. “Recebi mensagens, das mais amorosas às mais odiosas. Estas, foram cruéis e assustadoras: me xingavam de tudo quanto é nome e ameaçavam a minha integridade física. Meu nome foi parar até em boca de político! Eu e meus pais cogitamos contratar um segurança pessoal pra andar ao meu lado. Eu tinha medo de sair de casa, de ir ao supermercado… tinha medo de morrer. Eu queria ser invisível. Eu fiquei doente”, revelou.
Mauro confessou que toda essa situação foi uma grande surpresa. “Foi um choque de realidade, mas também, foi o gatilho que eu precisava para o meu amadurecimento. É claro que eu não desejo isso a ninguém, mas todo esse episódio me tirou de um estado de alienação e me ampliou horizontes: o mundo era muito maior do que o meu umbigo. E eu tive duas opções: Ou eu continuava na minha ignorância egoísta ou eu tomava uma atitude”, contou.
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Mauro explicou a decisão que tomou: “E eu escolhi. Eu escolhi defender a causa porque como minha família é conhecida e me respeita, eu podia representar uma possibilidade àquele LGBT que se acha um fardo. Usar a máscara colorida simboliza a esperança de poder viver sem medo e, pra mim, acima de tudo, ela expressa a minha transformação em uma pessoa muito mais empática”, ressaltou.
Logo depois o diretor mandou um recado ao internauta que fez o questionamento: “Não faça como eu e não espere um baque acontecer pra se conscientizar da importância de sair da sua zona de conforto. Mas faça como eu e opte pelos outros. Tem muito LGBT+ na bad por aí e eles precisam da gente. Porque acredite, o que eu sofri virtualmente é fichinha perto do que muitos LGBTs sofrem na vida real. Situações que um hétero jamais vai vivenciar”, afirmou.
“Espero, de verdade, que você e quem ler este texto, seja LGBT ou não, reflita sobre o quanto “em si mesmados” nós estamos, em um mundo que está urgentemente precisando de mais solidariedade”, finalizou ele.
