Depois de mais de 40 anos enfileirando sucessos na Globo, Antonio Fagundes deixou a emissora em 2020. Após atuar em Bom Sucesso (2019), o veterano não topou renovar seu contrato com o canal que o consagrou diante do público.
Em entrevista à coluna de Monica Bergamo, da ‘Folha de S. Paulo’, Fagundes deu detalhes sobre a decisão. Ele disse que sempre teve permissão da emissora para gravar três dias na semana para poder se dedicar ao teatro, mas isso mudaria na renovação do acordo.
“Quando a emissora disse que eu não teria mais esse esquema de gravar segunda, terça e quarta para poder fazer as minhas peças [nos outros dias], eu falei: ‘Não faço mais'”, revelou.
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Críticas
Antonio Fagundes, então, criticou a decisão da Globo de abrir mão dele e de outros veteranos de seu elenco. “Eu levei 44 anos para me especializar. Quando atingi o auge da minha especialização, eles mudaram o processo de produção”, analisou.
“Perderam o investimento deles. Perderam o patrimônio deles”, completou o astro. Na mesma entrevista, o ator contou que o ritmo acelerado das novelas era estimulante para ele.
“Alguns colegas de teatro reclamavam sobre a TV, dizendo ‘eu não sou máquina’. Eu não. Eu queria ser máquina, queria ser a máquina mais perfeita daquele processo”, explicou Fagundes.
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Experiência
Sobre isso, Antonio Fagundes disse que viveu ótimos momentos na TV. “Saía de uma gravação novo, cheio de adrenalina. Cheguei a um ponto de elaboração do meu processo de trabalho que decorava [o texto] na hora”, afirmou.
“Vivi o melhor dos mundos, porque não levava trabalho para casa. Enquanto meus colegas estavam todos trancados, decorando [as falas], eu ia passear, ficava com a minha família, tinha fim de semana, podia fazer meu teatro, cinema”, continuou o artista.
Antonio Fagundes deixou a Globo na mesma época em que a emissora não renovou com grandes estrelas, como Gloria Menezes, Miguel Falabella e Vera Fischer, movimento que ele enxerga como equivocado. “Tem uma turma que está lá agora, de jovens extraordinários, mas que não têm 40 anos de experiência”, ponderou.