Aos 22 anos, Giullia Buscacio se prepara para entrar em Éramos Seis na virada de tempo da história, que se passa na década de 1930.
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A atriz, que estreou aos 14 anos, coleciona trabalhos na TV em novelas como ‘Aquele Beijo’, ‘I Love Paraisópolis’, ‘Velho Chico’, ‘Mundo Novo’, ‘O Sétimo Guardião’, entre outras. Agora, o desafio será uma novela de época, onde viverá Isabel, a filha de Lola (Glória Pires) e Julio (Antonio Calloni).
Para viver a personagem, Giullia assistiu trechos de outras versões da novela e conversou com Marcos Caruso, que interpretou Virgulino em 1994, no SBT. Ao contrário da ficção, onde Isabel tem três irmãos, na vida real a atriz sempre foi cercada de mulheres. Em entrevista ao Área Vip, Giullia falou um pouquinho da expectativa para entrar no ar.
Qual sua expectativa em participar de um remake de uma novela tão famosa como Éramos Seis?
Está sendo uma delícia, porque todo mundo tem uma memória muito bacana da novela. Eu me encontrei com atores que já fizeram as outras versões, e eles falam que foi uma experiência incrível, que foram muitos felizes fazendo essa novela. Então, está sendo muito legal.
O que tem chegado até você sobre as versões anteriores?
Eu ouvi falar mais sobre a última versão, com a Irene (Ravache). Talvez seja a mais recente, está mais próxima na memória de todo mundo.
Você sabe se a novela vai ser fielmente o texto da versão anterior, o livro original ou optará por trazer coisas novas em relação ao que já foi visto dessa história?
Ela é livremente inspirada no livro e também nas outras versões. A gente não tem nada certo o que vem pela frente, isso também será uma surpresa pra gente. De vez em quando notamos algo diferente do livro, mas não sei se será muito diferente ou parecido. dá pra saber até que ponto essa ‘liberdade’ vai chegar. É uma incógnita pra gente.
Fala um pouco da Isabel.
Ela é a única menina dentre os quatro irmãos. Ela sempre foi muito mimada pela família, por ser a menorzinha e a ‘menininha’ da casa. Ela sempre foi muito mimada, pelo pai inclusive. Ela tem uma relação muito bacana com o pai. Com a mãe também, mas com o Júlio existe uma afinidade maior, até pela forma como ele a trata. Ela se dá muito bem com os irmãos. É uma menina muito esperta, como vocês estão vendo na primeira fase da história. (onde a personagem é vivida por Maju Lima).
Você se identifica com a personagem?
Não. Ela é muito diferente de mim. Pra mim, é até uma novidade fazer uma personagem que cresceu no meio de três meninos. Na minha casa, somos mais mulheres do que homens. Então, a gente se pergunta: ‘como é pra Isabel ser essa figura feminina tão potente no meio de tantos homens?’ Sobretudo naquela época, em que a questão da masculinidade era presente de uma forma não tão bacana. Bem diferente de hoje, quando temos lutado cada vez mais pela igualdade de gênero.
O que você está achando dos cenários e dos ambientes criados para a novela?
A cidade cenográfica de Éramos Seis é no mesmo espaço que eu fiz O Sétimo Guardião. Pra mim foi uma surpresa chegar lá e ver como eles mudaram tudo, e tão rápido. Ficou a coisa mais linda! Você entra lá e automaticamente já te leva pra aquela época em que se passa a novela.
Éramos Seis é uma novela que está há muito tempo dentro do coração do brasileiro. Como você lida com a responsabilidade de recontar essa história tão icônica?
Me fizeram uma pergunta parecida nos últimos dias. Eu confesso que só depois dessa pergunta é que comecei a sentir. Confesso que antes não pensava tanto nisso. Eu acho que sempre é uma responsabilidade, porque você está dando vida a algo que alguém escreveu, idealizou. Tem uma responsabilidade muito grande por isso. Acho que a responsabilidade não muda tanto assim pra mim. Eu coloco o mesmo peso. Mas, realmente, parando pra pensar… tem uma ‘passagem de bola’, né? Essa personagem já foi de alguém. Então sim, existe essa coisa de querer honrar esse personagem, até em respeito aos atores que já o fizeram antes.
Você chegou a assistir a algo das outras versões?
Eu cheguei a ver algo, mas não vi muita coisa não. Achei importante, até para ter uma noção da imagem que o público tem dessa novela – embora estejamos fazendo uma coisa nova. Cada vez que essa novela voltar a ser feita, será uma coisa nova. Porque são novas pessoas, uma nova época, um novo todo!
Você comentou que chegou a conversar com atores das versões anteriores. Como foi essa troca de figurinhas?
Eu estava em O Sétimo Guardião com o Caruso, que fez um dos personagens da última Éramos Seis (em 1994). Ele falou da novela com um carinho tão grande da novela. Foi no meu último dia de gravação, rolou quase uma passagem de bastão. Inclusive, na minha última cena na novela, ele me deu um beijinho e falou: ‘esse beijinho aqui é lá pro Éramos Seis. Pra você ir com muita sorte e que dê tudo certo.’ Rolaram também workshops do elenco com o Othon Bastos, Osmar Prado e Nicette Bruno (que fez dona Lola na versão de 1976, na extinta Tupi).
Sua personagem é descrita como vaidosa, despachada, ela terá um pouco de humor?
Eu não sei se no nosso núcleo vai rolar muito essa coisa cômica. Não senti isso e o pessoal também não está indo muito por esse caminho. Por outro lado, essa personagem está sendo uma novidade pra mim, porque realmente ela é muito vaidosa, tem forte dentro de si isso de ser ‘a figura feminina’ da casa.
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Isabel é uma mulher à frente de seu tempo?
Sim, ela é. A nossa fase da novela fala muito sobre o que os jovens daquele período querem para o futuro. A Isabel tem muito isso: ela está plantando um futuro diferente para as mulheres ao seu redor. Ela busca uma coisa nova.
Apesar de todo o machismo que imperava nessa época, dos anos 1940, também existiram historicamente muitas figuras femininas arrojadas, como Pagu, Tarsila do Amaral. Você se inspirou em alguma delas para compor sua personagem?
Na verdade, o que tem me movido mais na Isabel é essa relação dela com o seu entorno. Porque é uma história muito familiar. Então esse lado é o que tem me norteado. Entender como essa figura feminina se desenvolve dentro desse ambiente.
Você buscou alguma referência na sua própria família para construir a Isabel?
Sim, pra caramba! Quando a gente está fazendo um personagem, rola muito isso de analisar em que aspecto ela é parecida comigo, em que aspecto não, o que tenho a ver com ela e o que não tenho… Rolou uma comparação também entre a minha configuração familiar e a dela. Eu cresci rodeada de mulheres, ela de homens. Essa história é muito gostosa por se tratar de uma família. Creio que todos vão se identificar em algum aspecto daquele dia a dia.
Como é contracenar com a Glória Pires, que faz sua mãe na novela?
Trabalhar com a Glória está sendo uma escola pra mim. Porque ela é uma pessoa exemplar, tanto profissionalmente quanto na vida pessoal. O pouco que eu tenho visto dela nesse campo já mostra que ela é uma pessoa encantadora. E poder fazer a filha dela está sendo um prazer enorme. Estou realmente muito feliz.