Em meados do final de julho deste ano, o José Roberto Burnier surpreendeu a todos ao anunciar o seu afastamento temporário dos trabalhos, mais especificamente no comando do telejornal ‘Em Ponto’, da GloboNews. Além de repórter da Globo, ele foi diagnosticado com câncer na boca e precisou interromper as atividades para se dedicar exclusivamente aos tratamentos intensos.
+ Após demissão na Band, jornalistas armam guerra para vaga no programa de Catia Fonseca
Com seus 59 anos, hoje curado, o veterano concedeu uma entrevista ao portal G1, e compartilhou momentos do seus cinco meses de afastamento: “Estou louco para voltar ao jornal. E aviso a todo mundo que vou voltar em breve, dia 6 de janeiro [de 2020]. Estou com muita vontade de trabalhar”, alega.
+ Jornalistas da Globo são vítimas de homofobia durante viagem
“Minha experiência de cobrir tanto isso ajudou muito. Eu não fiquei pensando em morte em momento nenhum. Eu não li nada, eu não procurei nada na internet sobre o meu tumor”, afirma o jornalista que já chegou a realizar cobertura de grandes nomes do país, como o antigo vice-presidente da república, José Alencar. Seu tratamento foi dividido em 33 sessões de radioterapia e três de quimioterapia.
+ Caio Castro se revolta e tasca palavrão contra jornalistas durante evento em São Paulo
O jornalista chegou a ficar 30 dias não consecutivos internado e perdeu em torno de pouco mais de 18kg, e claro, todos os momentos serão marcados para ele: “Era uma agonia por dia. Sempre me concentrava na próxima agonia. Comecei a engasgar muito, porque a garganta estava sendo bombardeada pela rádio. Engasgava com qualquer gole de água. Enjoos frequentes, vômitos”, afirma Bornier, que observou os sinais de uma melhora significativa mirando uma cura já pro volta do final do mês de outubro.
“Estou com o paladar alterado até hoje. Comida com sal eu sinto, mas o doce não. E durante muitos dias eu tive que comer sem sentir o gosto de nada. É a coisa mais horrível. Parece que você está comendo borracha. Não sabia que a gente precisava tanto do paladar. Só quando você perde é que você percebe. É impressionante, você não consegue comer”, explica.
