A Justiça julgou improcedente o pedido ajuizado pelo chefe de cozinha Thiago Salvático, de 33 anos, no qual pugnou pelo reconhecimento de uma união estável com o apresentador Gugu Liberato, falecido em 2019, aos 60 anos, vítima de um acidente doméstico em sua mansão nos Estados Unidos. O profissional da gastronomia alega ter juntado ao processo fotos e conversas íntimas com o comunicador, as quais representariam provas cabais do vínculo por ele perseguido judicialmente.
O chefe de cozinha acrescentou que outras provas alegadamente inquestionáveis, como a apresentação de uma conta de investimento conjunta e o acesso ao perfil de Gugu Liberato no Instagram, também foram apresentadas e desconsideradas pelo Poder Judiciário para a caracterização da união estável. “Hoje, ter acesso a uma rede social de uma das maiores figuras da TV, é algo muito mais relevante e mostra o quanto eu estava presente na vida dele, pois ninguém, além de nós dois, tinha a senha”, lamentou.
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Em entrevista concedida à revista Quem, Thiago Salvático, desolado com a sentença proferida, alegou que o magistrado não agiu imparcialmente no processo por adotar a concepção de “família tradicional” para formar o seu convencimento e, por consequência, não reconhecer uma união estável existente entre dois homens, definindo-os como se meros amigos fossem.
“O juiz usou como base a ‘família tradicional brasileira’. Aquela união estável mulher e homem, que pode ser pública, sem qualquer julgamento do entorno, sem sofrer preconceito, xingamentos…”, começou ele, defendendo que casais homossexuais, dado o preconceito latente existente na sociedade, precisam, em muitos casos, viver os romances às escondidas.
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Seria essa a situação dele com Gugu Liberato, sobretudo pela exposição midiática do apresentador de televisão, o qual poderia sofrer danos contra a sua imagem caso assumisse a homossexualidade. Nesses casos, o critério de “publicidade”, essencial para o reconhecimento judicial de uma união estável entre duas pessoas, encontraria, tratando-se de homossexuais, precedentes favoráveis para a sua relativização: “Em uniões homoafetivas, muitas vezes, essa publicidade é relativizada e reconhecida pelos Tribunais, tanto é que confio na reversão dessa decisão”, disse ele, insinuando que pretende recorrer da sentença proferida em primeira instância.