Quem acompanha a carreira de Juliano Cazarré vai se surpreender com o novo personagem do ator em ‘Fuzuê’, próxima novela das sete da Globo. Na pele de Pascoal, ele será o antagonista masculino da trama criada e escrita pelo autor Gustavo Reiz, com direção de Fabrício Mamberti. Assessor do deputado Heitor (Felipe Simas), ele é um homem refinado, mas de caráter duvidoso, e ficará na cola de Preciosa (Marina Ruy Barbosa) na caça ao tesouro. Enquanto a vilã pensa que tem um aliado, na verdade ela tem ali seu maior rival.
Fazer um personagem diferente na carreira foi um pedido do ator, que conversou com a imprensa no lançamento da novela, no qual o Área Vip esteve presente. “Eu cheguei a pedir pra Globo e pedi pra papai do céu também: ‘eu quero fazer um personagem que seja bem diferente de tudo que eu já fiz’. Um cara que se vista bem, que seja refinado pra ver como eu reagiria nessa situação. Eu fiz muitos o ‘homem da terra’. Eu fiz vaqueiro, eu fiz o Magno que era frentista, eu fiz o Merlon, que era funkeiro, eu fiz o Adalto que era gari, então fiz muitos personagens com o pé na terra e agora está sendo divertido fazer o Pascoal, que se veste bem, que tem um apartamento bonito, que gosta de obra de arte, que se expressa bem”, contou Juliano durante o bate-papo.
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O pedido foi feito ainda quando Silvio de Abreu era responsável pela dramaturgia da Globo. “Eu pedi pro Silvio de Abreu, uma vez eu fiz uma reunião com ele e a Globo tem esse pensamento, de pensar uma carreira junto com o ator. Não é só você estar lá e vamos botar o Juliano aqui. Me deram a oportunidade de falar com o Silvio de Abreu: ‘já fiz aqui, já fiz ali e eu estava com vontade tentar uma coisa diferente’, contou.
Antes do pedido ser atendido, porém, Juliano se deparou com um personagem que não dava pra recusar. “Mas aí veio a pandemia, vontade de trabalhar e veio Pantanal. Em Pantanal eu faço qualquer coisa, eu faço Vaca, faço boi, faço vaqueiro, açougueiro, qualquer coisa, eu quero estar nessa novela. Então não foi um problema pra mim repetir um personagem rústico, homem da terra”, brincou o ator.
Quando pensava que não teria mais o seu homem “refinado”, a oportunidade bateu à porta. “Agora que eu não estava mexendo pauzinho nenhum me chamaram pra Fuzuê, eu até achei que eu iria fazer a série que o Rogério Gomes está dirigindo, que é sobre cangaço, tava feliz de trabalhar com o Papinha de novo e fazer um cangaceiro, mas eles falaram: ‘você está reservado pra fazer uma novela, um cara diferente. Eu agradeci a Deus que foi uma prece atendida”, completou.
Segundo o ator, Pascoal é um homem misterioso e egocêntrico. “Um cara completamente ambicioso e que não vai medir esforços e não vai ter escrúpulo nenhum pra chegar onde ele quer. Tem o objetivo dele, pode se associar com uma pessoa, pode se associar com outra, mas ele nunca quer ajudar ninguém, tá querendo ajudar ele mesmo. Tá sempre colhendo informações pra ver como ele vai meter a mão nesse tesouro e ficar com tudo pra ele”, se divertiu o ator ao analisar a personalidade do novo personagem.
Juliano ainda aposta que poderá ser o maior vilão da trama. “Ele e a Preciosa (Marina Ruy Barbosa) são os grandes vilões até agora, novela é uma obra aberta. Eu tenho a impressão que o Pascoal vai ser mais sombrio que a Preciosa. Tá sempre andando nas sombras, colhendo informações e quanto menos ele puder expor de si, fugir dos holofotes, pra ele é melhor”, adianta.
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Fazer o personagem, no entanto, não está sendo mais fácil que outros desafios que o ator já teve na carreira. “Eu acho que não só na aparência, mas um cara que se expressa corretamente, que fala os plurais. Dá muito trabalho fazer todos os dois, porque é um trabalho criativo. Quando eu fazia o Alcides, todas aquelas frases eram pensadas. Se eu ia comer um plural, eu pensava antes, qual a brincadeira que eu ia fazer. Em Pantanal era mais criativo, tinha mais improviso, tinha mais sugestões minhas. Agora com o Pascoal, o trabalho que eu estou tentando fazer é sugerir o mínimo possível e cravar o texto do jeito que está escrito. Isso é um desafio que eu me coloquei e eu acho que o peso do Gustavo é tão bom, tão fechadinho, tão coerente, que ele pede esse tipo de atitude perante o texto”, ressaltou o ator.