Às vezes, reviver um passado deixado lá atrás, ainda mais se for traumatizante, é um verdadeiro dilema para alguns atores, no entanto, para o sírio Kaysar Dadour, isto não foi um empecilho durante as gravações do filme ‘Carcereiros’, onde interpretou um terrorista.
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Em conversa com o portal Gshow, o ator conta que teve que relembrar o seu passado traumático. Vale lembrar que ele veio ao Brasil como refugiado de uma guerra que assolou o seu país. Kaysar Dadour conta que, não estranhou a realidade dos presídios por que vivera coisa semelhante:
“O passado me ensinou muito. Lembrei o que fizeram comigo, das pessoas que me olhavam com raiva, como gritavam, maltratavam, aí chamei aquilo de volta para mim. E só de pensar já ficava nervoso. Tentei imitar um pouco do que vivi. Foi uma busca ao passado”, disse ele.
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O ator afirma que não precisou estudar a realidade dos presídios: “O que passei foi pesado. Não precisei visitar presídio para entender o sofrimento, minha terra já bastou. Vi tanta coisa na Síria que ensina qualquer pessoa. Só no momento de filmar era meio pesado, depois passava porque já superei. Só fui e voltei no tempo”.
Quando se fala em pessoas vindas do oriente médio, é impossível não falar de esteriótipos. Kaysar, no entanto, entende que se for designado a fazer um papel de terrorista, não vê problema nenhum: “Quando falaram que o personagem era um terrorista, disse: ‘Não tem problema. É trabalho’. Foi um desafio e serviu para quebrar essa regra de, por ser árabe, não poder fazer um terrorista. Posso sim! Ator faz qualquer papel”.
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Também na entrevista, Kaysar Dadour falou sobre o que achou sobre o filme e relatou a ajuda de Rodrigo Lombardi, o protagonista: “Assisti ao filme. Está incrível. Só sinto que podia fazer melhor, mas fiquei muito feliz. Estou no cinema, gente! Meu Deus, o que é isso? Ele me ajudou muito. Diretor e toda equipe também. Quando você recebe o carinho das pessoas com quem trabalha é bonito. Rodrigo me tratou bem e foi muito importante para mim”, afirmou.