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Marcos Pasquim relembra bastidores conturbados de Babilônia: “era esquisito”

O ator contou que faria um homem gay na trama, mas seu personagem mudou

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André Santana
André Santana
Jornalista, escritor e produtor cultural, André Santana escreve sobre televisão desde 2005 e já passou por várias publicações especializadas, assinando críticas, análises e informações sobre TV e novelas.
Marcos Pasquim – TV Globo/Reprodução

Longe das novelas desde O Tempo Não Para (2018), Marcos Pasquim já foi figurinha carimbada no gênero e emendou folhetins na Globo nas décadas de 2000 e 2010. O ator já atuou em vários sucessos, mas também esteve em alguns fracassos do segmento.

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Um deles foi Babilônia (2015), fiasco histórico da Globo escrito por Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga. Na trama, ele vivia o personagem Carlos Alberto, que, a princípio, seria um homem gay, mas teve seu perfil alterado em razão das várias mudanças pelas quais a novela passou.

Em participação no programa Sabadou com Virgínia, do SBT, Pasquim relembrou os bastidores conturbados da novela. O ator revelou que, por conta dos baixos índices de audiência, o clima nas gravações não era dos mais favoráveis.

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Beijo polêmico

À Virgínia Fonseca, Marcos Pasquim lembrou que Babilônia deu o que falar já no primeiro capítulo, quando foi ao ar um beijo entre Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg), duas mulheres que eram casadas havia anos.

“Babilônia tinha tudo para dar certo, mas foi mudado tudo na última hora após o beijo da Fernanda e da Nathalia. Quando uma novela começa, ninguém sabe quem são os personagens e o público demora uns 15 dias para entender. E já no primeiro dia esse beijo fez um rebuliço”, relembrou.

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Com o beijo polêmico e a baixa audiência, Babilônia passou por várias mudanças e muitos capítulos foram reescritos. “Eu faria um gay e não pude mais fazer após a repercussão. Outros papéis foram mudando. Uma atriz faria uma prostituta [Alice, personagem de Sophie Charlotte] que não pode mais também. O ambiente não era de: ‘vai dar tudo certo’. Era esquisito”, concluiu.

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O fiasco de Babilônia

Babilônia girava em torno da rivalidade entre três mulheres. Na trama, a vilã Beatriz (Gloria Pires) mata o pai da mocinha Regina (Camila Pitanga) e tenta colocar a culpa em Inês (Adriana Esteves), sua maior inimiga. A novela era centrada na briga entre as duas vilãs, enquanto Regina tentava descobrir a verdade e fazer justiça ao assassinato do pai.

Mas a trama não caiu nas graças do público. Babilônia estreou em baixa e foi perdendo audiência no decorrer de sua primeira semana, o que acendeu o alerta na Globo. Na época, a emissora entendeu que o beijo entre Teresa e Estela afugentou o público conservador, que também teria se incomodado com o excesso de maldades na história. A concorrência com Os Dez Mandamentos (2015), da Record, também atrapalhou a novela.

Com isso, Babilônia passou por mudanças na tentativa de estancar a fuga do público e vários personagens tiveram seus perfis alterados. Entre eles Carlos Alberto, personagem de Marcos Pasquim. Inicialmente, ele teria um romance com Ivan (Marcello Melo Jr). No entanto, o personagem foi alterado e se apaixonou por Regina.

Com média geral de 25,4 pontos no Kantar Ibope Media, Babilônia foi considerada por anos a trama das nove menos vista da Globo. O recorde negativo foi quebrado anos depois, por Um Lugar ao Sol (2021), com 22,3; e Travessia (2022), que anotou 24,2.

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Jornalista, escritor e produtor cultural, André Santana escreve sobre televisão desde 2005 e já passou por várias publicações especializadas, assinando críticas, análises e informações sobre TV e novelas.