Lilia Cabral revelou que teve que enfrentar o pai para realizar o desejo de ser atriz.
Em entrevista à coluna de Mônica Bérgamo do jornal Folha de S.Paulo, Lilia contou que o pai não queria que ela seguisse a profissão e a proibiu de voltar para casa quando ela decidiu, aos 26 anos, se mudar de SP para o Rio para perseguir a carreira.
“Quando eu voltei [a São Paulo], meu pai falou: “Olha, você quer morar no Rio, quer fazer sua vida, quer ser atriz. Então, eu não quero mais que você entre na minha casa”. E eu nunca mais entrei.
Cada vez que eu queria ver minha mãe, eu tinha que combinar de vê-la na casa da minha tia, e meu pai eu não via. Mas minha mãe ficou doente [de câncer]. Aí eu voltei.
Mesmo assim, o encontro foi horrível, porque meu pai me culpou pela doença dela. [Dizia] que “o sofrimento todo que ela teve”… Quer dizer, ele foi quem proporcionou esse sofrimento.
Mas, para não discutir, eu aceitei. Falei: “Tá bom, eu sou a culpada. Sou a culpada de tudo”. Mas minha mãe, depois da descoberta, não durou seis meses. Porque não tinha mais jeito”.
A atriz ainda contou que depois da morte da mãe, não abandonou seu pai: “Sobrou meu pai, só que depois daquela mágoa, daquela forma repentina de me anular da vida deles, fica muito difícil a gente ter alguma coisa, assim, de coração. Mesmo assim, eu jamais abandonei. Trazia meu pai pra cá, levava para as peças. Aí ele começou a ter orgulho, bastante.
A gente entende, a gente perdoa, mas é difícil limpar o coração totalmente. Humanamente, acho que é até normal a gente sentir alguma dor. Poxa, se não tivesse feito isso, a vida da gente poderia ter sido outra”.