O ex-jogador Ronaldo Nazário usou suas redes sociais nesta última segunda-feira (14) para falar sobre um assunto muito importante: o racismo.
Na última semana o pai do ex-atleta, Nélio Nazário, foi até a escola das netas, Maria Sofia e Maria Alice, em São Paulo, para debater com os alunos o racismo estrutural, e o resultado foi bastante satisfatório.
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No Instagram Ronaldo falou sobre a importância de discutir o assunto ao postar um click do pai ao lado de suas filhas. “Temos um papel essencial na criação de uma sociedade livre de preconceitos. E esse registro me enche de orgulho, alegria e esperança: meu pai, ao lado das minhas filhas, na escola delas, depois de dar uma aula sobre racismo estrutural às crianças. A classe, de maioria branca, ouviu o Seu Nélio com a atenção, o interesse e o respeito que o assunto merece”, começou ele.
“É difícil a percepção do racismo estrutural por aqueles que não sofrem. As pessoas não se reconhecem racistas, mas promovem a segregação, direta ou indiretamente, em nossos costumes. Quem nega o racismo é racista. Precisamos descortiná-lo e desconstruí-lo para que possamos educar nossos filhos, em casa e na escola, impedindo que se perpetue pelas próximas gerações. Não podemos mudar o mundo da noite pro dia, mas, todos os dias, podemos ser a mudança que queremos ver”, finalizou.
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Quem também falou sobre o assunto foi Bia Antony, ex-mulher de Ronaldo. Na ocasião ela contou como foi o encontro. “Ontem, S. Nélio foi na classe das netas e deu uma aula para as crianças. Ele explicou para elas o que é racismo estrutural e contou episódios de racismo individual sofridos diariamente. A classe é majoritariamente branca. As crianças ouviram atentas, interessadas e ficaram muito tocadas. Muitos não sabiam que racismo existia. Hoje, falando com as mães, foi lindo ver como as crianças reagiram e como querem mudar o mundo. ‘A luta contra o racismo não é só dos negros , é de todos nós’, foi dita por uma criança de 9 anos que tinha acabado de entrar em contato com o tema. Os depoimentos das crianças me fazem acreditar que vale a pena plantar essa semente. Torço para que esse dia tão especial para a nossa família se torne frequente em outras escolas, que outros familiares e/ou professores falem sobre racismo nas escolas. É urgente!”, disse ela, que acrescentou.
“Nos espaços brancos por onde circulo a maioria das pessoas desconhece ou nega o racismo estrutural, alguns por crueldade outros por ignorância. Muitos não percebem que somos nós que sustentamos o racismo. Se não por desejo, por omissão. Grande parte das escolas particulares de São Paulo tem pouquíssimos alunos e professores negros. Se cabe aos brancos mudar a estrutura racista que impede que mulheres e homens estejam em certas empresas, escolas, restaurantes, ocupando cargos de poder, na política e em tantos outros espaços, se não falarmos sobre o lugar do branco que discrimina, violenta e nega, como esperar que essa realidade mude?”, finalizou a empresária.
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