Luciana Gimenez recebeu no ‘Luciana By Night’ da última terça-feira (30) a apresentadora e repórter Léo Áquilla.
Prestes a completar 50 anos, a convidada reviveu momentos de sua trajetória e compartilhou com Gimenez as dificuldades enfrentadas durante a juventude envolvendo preconceito e homofobia.
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“No começo, achavam que era uma brincadeira de criança. No dia que fiz seis anos de idade eu falei que queria uma boneca de presente e me disseram: ‘Você é um menino, não pode ter uma boneca’. Então, eu pedi um boneco. Foi o primeiro contato que tive com essa coisa da realidade, de não poder ser o que penso que sou. Foi nessa hora que a consciência começou a bater”, relembra. “Repeti três vezes a primeira série por não conseguir estudar por causa do bullying. Eu era muito menininha. Sofri muito durante toda essa fase”
A jornalista possui dois filhos, um adotivo e um biológico, e lamenta não ter participado de maneira ativa da vida escolar de ambos durante a infância por medo da possibilidade de perseguição envolvendo os colegas. “Quando eles tinham sete anos eu já era a Léo Áquilla. Nunca fui buscá-los no colégio, por exemplo. No Dia dos Pais, eu não podia ir porque não queria que ninguém soubesse e os instruí a não dizer que eram meus filhos, e eles nunca disseram. Ao invés de sacrificá-los, eu me sacrifiquei”, desabafa.
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Emocionada ao falar dos herdeiros, ela revela ainda um dos momentos mais marcantes de sua história: “Quando meu filho mais velho tinha nove anos, ele virou para mim no carro e falou: ‘Papai, posso te fazer uma pergunta? Você é veado?’, e eu perguntei se ele sabia o que é ser um veado. (…) Ele respondeu que não sabia. Falei: ‘Quando você souber o que é eu te respondo’. Um ano depois ele me perguntou se eu era gay, eu questionei se ele sabia o que era ser gay e ele me explicou direitinho. Logo, eu disse: ‘Agora que você já sabe, se eu te responder que sim vai mudar alguma coisa?’, e meu filho me deu a resposta que mudou a minha vida. Ele falou para mim: ‘Não, porque eu te amo. Então, não importa’. Aquela resposta foi o que me encorajou para que eu chegasse aonde estou hoje, para eu me assumisse, porque ali eu vi que ele não ia me desamparar, não ia deixar de me amar e ia me respeitar.”
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