A atriz Regina Casé destacou que os papéis mais marcantes de sua carreira vieram com a maturidade. Conhecida por interpretar personagens populares, ela comentou sobre sua trajetória artística e os desafios enfrentados ao longo do caminho.
+ Análise: Show do Milhão se destaca no SBT e pode ser um problema para Regina Casé
Em entrevista ao portal Splash, a atriz refletiu sobre a dificuldade de conseguir papéis diferentes devido à sua origem e aparência. Filha de pais nordestinos, Casé mencionou que seus traços físicos a afastaram de papéis de mocinha em produções audiovisuais.
“A cara de pobre é sinônimo de cara de nordestino. E ser nordestino joga você para o humor imediatamente. Só o fato de você ter um sotaque já é uma palhaçada para eles [o mercado], uma coisa caricata, que você não pode ser levado a sério. Pensa um pouco sobre isso. É uma maluquice”, criticou.
Regina Casé também relembrou sua experiência no comando do programa “Esquenta”, exibido entre 2011 e 2017. Segundo a atriz, a atração foi um marco importante, especialmente por promover a música das periferias e dar visibilidade à cultura negra na televisão.
+ Regina Casé celebra 50 anos de carreira e afirma sobre Dona Lurdes: “Resumo dessa trajetória”
Casé ressaltou que, durante o período em que o programa esteve no ar, o cenário musical da periferia ainda era marginalizado e não recebia o devido reconhecimento. Além disso, o “Esquenta” contribuiu para aumentar a representatividade de pessoas negras na mídia.
Público pede retorno do programa, diz Regina Casé
A atriz contou que, até hoje, é abordada por fãs que pedem o retorno do “Esquenta”. Em lugares como a Bahia e o subúrbio do Rio de Janeiro, a cobrança por um novo projeto semelhante é constante.
“Nos lugares em que trânsito, em especial, na Bahia e no subúrbio do Rio de Janeiro, eu quase apanho das pessoas: ‘por que não volta o Esquenta?’, elas me perguntam”, afirmou ela.
Ademais, Regina Casé afirmou que a atração foi muito importante para dar espaço a artistas e músicas periféricas, e não escondeu o orgulho por ter liderado uma iniciativa tão significativa.
Colaborou: Hudson William