Samuel de Assis, de 40 anos de idade, comentou sobre a experiência de dar vida a Benjamin em ‘Vai na Fé‘, atual novela da faixa das sete horas da TV Globo. Desse modo, o sergipano refletiu sobre a representatividade nas telenovelas, além de comentar sobre o título de galã que recebeu pelo papel.
Assim, em entrevista à revista Caras publicada nesta segunda-feira, 24 de abril, o ator abriu o jogo e revelou o momento que soube que faria parte do folhetim de Rosane Svartman. “Foi um processo muito doido, porque demorou uns dias. Eu tinha outras séries para fazer, tinha contratos no meu e-mail para enviar a assinatura e estava esperando sair a resposta da novela”, iniciou.
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“Até que saiu. Eu fiquei felicíssimo, me senti realizado. Tenho a sensação de que eu trabalhei esses 20 anos para eclodir nesse momento. Acho que me preparei uma vida inteira para assumir esse lugar, que é muito difícil e importante”, detalhou o artista.
Na sequência, Samuel explicou que, apesar desse ser seu primeiro protagonista, ele já se sentia realizado com a carreira bem antes. “A minha hora chegou no dia 5 de maio de 1982, quando nasci. A partir de lá, construí uma belíssima carreira. Fazer um protagonista, óbvio, é gratificante, é de um reconhecimento muito maior, porque atinge todas as camadas brasileiras e do mundo. O Ben é um grande personagem, em uma novela maravilhosa. Mas minha realização já havia acontecido”, afirmou.
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Posteriormente, o global contou que nunca se enxergou como uma pessoa bonita, mesmo vivendo um galã na novela e destacou a importância da representatividade. “Eu nunca me achei um cara bonito, mas acho que isso também vem dessa falta de representatividade que nós, pessoas pretas, temos de não nos vermos em lugar nenhum”, desabafou o ator.
“Então, é muito natural que pessoas como nós cresçamos sem nos acharmos bonitos, porque a nossa cultura, o nosso País, fica o dia inteiro botando na nossa cara que ser bonito é ser outra coisa. É ser heterossexual, é ser branco, magro e sem sotaque nordestino. E eu era um preto que vinha do Nordeste. Culturalmente eu fui educado para não me achar bonito mesmo. Então, foi toda uma construção. Haja terapia para a gente aprender a se olhar e se achar uma pessoa bonita”, destacou.