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Sergio Guizé, Sol Menezzes e Gustavo Machado protagonizam a peça Perfeita!

A montagem explora a trajetória de um homem que não se reconhece diante de sua própria cópia

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Redação
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Elenco de Perfeita
Elenco de Perfeita! (Foto: Priscila Prade)

Até 24 de novembro, o Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros recebe o espetáculo Perfeita!. Em tempos de inteligência artificial, regimes totalitários em ascensão e um narcisismo exacerbado nas redes sociais, a peça escrita pelo dramaturgo Samir Yazbek e dirigida por Ulysses Cruz é uma distopia futurista que provoca o público ao apontar a humanidade perdida nas ações cotidianas de todos nós. Estrelada por Sergio Guizé, Gustavo Machado e Sol Menezzes, a temporada tem sessões de quinta a sábado, às 21h, e aos domingos e feriados, às 18h. Os ingressos podem ser adquiridos no site do SESC.

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A trama é ambientada em um futuro distante – mas, quem sabe, nem tanto. O Comandante (interpretado por Sergio Guizé) é membro da defesa cibernética do Estado da província de Lusitânia e pretende expulsar do país todos os chamados “agregatus”, estrangeiros que, nos últimos tempos, ganharam voz crescente e reivindicam direitos há muito negados. Entre eles está a sua mulher (vivida por Sol Menezzes), que no passado emergiu dos excluídos e questiona as atitudes do marido.

Para somar forças, o Comandante se submete a um processo comandado pelo Cientista (papel de Gustavo Machado), que produz uma cópia fiel do chefe de Estado para o tornar mais potente diante dos opositores. O Comandante, porém, não se reconhece e rejeita a própria cópia, mergulhando em uma crise de identidade que poderá ter consequências políticas. “Eu me concentrei na fábula para destacar três assuntos: a perspectiva de um futuro distópico, a questão do narcisismo e os avanços tecnológicos que nem sempre são usados para o bem”, aponta o dramaturgo Samir Yazbek.

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O espetáculo, realizado pelo Sesc São Paulo e idealizado por Samir Yazbek, Fernando Padilha e Ulysses Cruz, conta com a produção de Clarissa Rockenbach e Fernando Padilha, da PadRok, que desde 2008 já realizou mais de cinquenta ações culturais, grande parte voltada para as artes cênicas. O trabalho ainda conta com o diretor assistente e de movimento Leonardo Bertholini e os efeitos de projeção holográfica e cenografia do Coletivo Bijari. O desenho de luz é de Aline Santini, com música original dos Irmãos Lessa. Os figurinos são de Ulysses Cruz. Jal Vieira veste Sol Menezzes, além de assinar o visagismo, junto com Dennis Bello. No elenco, há ainda a participação de Luma Litaiff como Secretária.

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Autor de textos celebrados, como O Fingidor (1999), A Entrevista (2004) e As Folhas do Cedro (2010), e dos recentes O Outro Borges e Por Trás das Flores, Samir Yazbek trabalha pela primeira vez com Ulysses Cruz, um dos encenadores mais celebrados do teatro brasileiro desde o fim da década de 1980. “É uma obra de um autor brasileiro que conheço e gosto muito e é raro encontrar um dramaturgo tão talentoso e receptivo como o Samir”, elogia o diretor, que, no ano passado, assinou a montagem de A Cerimônia do Adeus, de Mauro Rasi (1949-2003). “Nós vivemos em uma época em que as pessoas são incógnitas e todo mundo tem medo de se mostrar com fidelidade, por isso é tão importante a reflexão proposta por Samir.

Para Yazbek, Perfeita! é a sua peça mais política e inaugura uma nova fase na sua escrita – algo que vem preparando nos últimos anos, no sentido de expor como os fatos se dão em ditaduras evidentes ou contextos políticos aparentemente democráticos. “É um texto que desvenda como as decisões estabelecidas pelos poderes interferem na vida das pessoas, corrompendo as elites e indicando a importância de uma consciência aguçada para entender o mundo”, explica o autor, que, na construção da dramaturgia, pesquisou a obra dos escritores Philip K. Dick, Aldous Huxley e Ursula K. Le Guin, especialistas em ficção científica.

Os atores e a atriz são fundamentais para garantir a humanidade da montagem, e Ulysses Cruz se mostra profundamente satisfeito com o elenco. Com uma longa e diversificada trajetória, Sergio Guizé interpretou no teatro textos de Harold Pinter, Mário Bortolotto e Sam Shepard, e fez sucesso na televisão nas novelas Êta Mundo Bom! e O Outro Lado do Paraíso, além das séries Sessão de Terapia e Os Outros. “Guizé é um ator cheio de recursos, carismático e ajuda a compreender quem é essa personagem que se atormenta o tempo todo”, diz Cruz, que já dirigiu Antonio Fagundes (Fragmentos de um Discurso Amoroso, Macbeth e Tribos), Paulo Autran (Rei Lear) e Tarcísio Meira (O Camareiro).

Sol Menezzes começou a estudar teatro aos 8 anos e participou das peças Lívia, As Paparutas, Jacques e a Revolução e Os Insones. No audiovisual, a atriz se destacou nas séries Dois Tempos (Star+), Irmandade (Netflix) e Desnude (GNT) e nos filmes Meu Sangue Ferve por Você e Vale Night. “Sol é uma atriz cheia de tenacidade, capaz de dar credibilidade a uma personagem tão complexa porque ela é praticamente uma infiltrada, uma espiã do lado que o comandante quer destruir”, elogia Cruz.

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Yazbek complementa o pensamento do diretor em relação à intérprete e à personagem, que, na concepção final, é quase uma rainha de uma cultura africana. “Esta mulher é um contraponto ao protagonista, uma representante dos valores humanistas e tem a missão de lidar com este homem que está prestes a se virar contra ela”, diz o autor.

Com três décadas de carreira, Gustavo Machado transita pelo teatro, cinema e televisão e, além de atuar, é diretor. Entre suas peças, já foi de Shakespeare (Hamlet) a Plínio Marcos (Navalha na Carne) e se destacou em O Avarento, A Cabra e Essa Nossa Juventude, este último tendo lhe rendido uma indicação ao Prêmio Shell. “O Gustavo tem aquele olho que está sempre brilhando e, como diretor, eu percebo quando um ator está comigo porque eu estimulo a imaginação o tempo todo e esse estímulo é que vai fazê-lo trazer algo de original”, comenta Cruz.

Segundo Yazbek, o cientista representado por Machado é o personagem que enfrenta o dilema ético sobre o que pode ou não ser feito em relação às suas criações. “A perspectiva de fazer deste artefato uma arma de guerra começa a afligi-lo porque as coisas fogem de seu controle e não há como voltar atrás”, observa.

Sinopse

Num futuro distópico, um comandante do estado, que pretende expulsar os estrangeiros de seu país, entre os quais se encontra sua esposa, tem seus planos ameaçados quando se vê diante de sua cópia.

Ficha Técnica

  • Texto: Samir Yazbek
  • Diretor Artístico: Ulysses Cruz
  • Idealização: Samir Yazbek, Fernando Padilha e Ulysses Cruz
  • Elenco: Sergio Guizé, Sol Menezzes, Gustavo Machado e Luma Litaiff
  • Diretor Assistente e Direção de Movimento: Leonardo Bertholini
  • Cenografia: Bijari
  • Direção de Cenografia: Gustavo Godoy e Olavo Ekman
  • Arquitetos: Gustavo Godoy, Bárbara Machado e Natã Martins
  • Direção de Efeitos Visuais: Olavo Ekman
  • Animação: Marcela Návia e Olavo Ekman
  • Direção de Fotografia: Antonio Brasiliano
  • Som Direto: Debora Murakawa
  • Eletricista: Waldeck Santos
  • Cenotecnia: El Ciclo
  • Diretor de Palco: Feee Albuquerque
  • Maquinista: Wallace Felix
  • Operação de Projeção: ON Projeções
  • Desenho de Luz: Aline Santini
  • Programação e Assistente de Luz: Ricardo Barbosa
  • Leds de Cena: Pajeú e Melissa Oliveira – Mepa Leds
  • Operador de Luz: Raphael Mota
  • Música Original: Irmãos Lessa
  • Operador de Som e Microfonista: Dugg Monteiro e Felipe Grillo
  • Figurinista: Ulysses Cruz
  • Jal Vieira veste Sol Menezzes
  • Camareira: Rejane Sa
  • Visagismo: Jal Vieira
  • Caracterização de Efeito: Dennis Bello
  • Assistente de Efeito: Carla Diaz
  • Maquiadora: Tamires Ramos
  • Assistente de Maquiagem: Henri Rodrigues
  • Fotos: Priscila Prade
  • Comunicação Visual: Kelson Spalato
  • Assessoria de Imprensa: Angelina Colicchio e Diogo Locci – Pevi 56
  • Comunicação: Raquel Murano
  • Mídias Sociais: Jessica Fioramonte
  • Produção de Elenco: Vanessa Veiga
  • Produção Executiva: Lucas Lentini
  • Gerente de Projetos: Andréia Porto
  • Administração: Fernando Padilha e Lucas Lentini
  • Direção de Produção: Clarissa Rockenbach e Fernando Padilha
  • Produção: PadRok Produções Culturais
  • Realização: SESC São Paulo

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SERVIÇO 

  • Perfeita!
  • Temporada: Até 24 de novembro – quinta a sábado, às 21h | domingos e feriado, às 18h
  • Duração: 80 minutos
  • Local: Teatro Paulo Autran
  • Classificação: 12 anos
  • Ingressos: R$ 70 (inteira); R$ 35 (meia) e R$ 21 (credencial plena)
  • Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195, Pinheiros – São Paulo (SP)
  • Estacionamento com manobrista: terça a sexta, das 7h às 21h; sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h.
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