Enquanto o público fica nervoso ao ver as cenas de Valentim sendo tão enganado em ‘Segundo Sol‘, Danilo Mesquita, intérprete do personagem, também se surpreende com as histórias do jovem.
Em entrevista ao ‘Área Vip‘, o ator se divertiu falando da ingenuidade do rapaz e chegou a brincar que o personagem é o mais incompreendido da dramaturgia. “Coitado viu, ele é o menino mais enganado da história da teledramaturgia provavelmente. Quero que vocês façam uma pesquisa aí que vocês vão descobrir isso”, diverte-se.
Na web, Valentim é chamado de ‘bananão’, por nem desconfiar que é enganado por Rosa (Letícia Colin) o tempo todo. Nas ruas, Valentim é o queridinho das mães e avós, que queriam ter um jovem assim na família. “As avós e a galera mais velhas adora o Valentim”, brinca.
Se preparando para gravar a reta final da trama, Danilo confessa que não está preparado para as cenas que deverão ser as mais dramáticas de sua trajetória no folhetim, quando Valentim descobrir que Karola (Deborah Secco) o roubou de Luzia (Giovanna Antonelli). “Eu não estou preparado. Eu não tenho noção de como vai ser. É tanta coisa que tem pra gravar essa semana que é séria. Mas eu confio total na direção”.
Quanto à morte de Remy (Vladimir Brichta), Danilo disse que é motivo de debates nos bastidores da novela e que quase fizeram um ‘bolão’, para ver se alguém acertava qual será o futuro do personagem na trama, já que muitos acreditam que o irmão de Beto Falcão (Emílio Dantas) ainda possa estar vivo e reaparecer na história. “Eu acho que ele vai aparecer com um champanhe na mão“, opinou.
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Confira a entrevista completa:
Nessa reta final de ‘Segundo Sol’, como é para você o Valentim?
O Valentim pra mim é um menino que tá muito a fim de compreender as pessoas. Ele nunca teve algo que ele ficou chateado profundamente ao ponto dele não olhar mais pra cara de ninguém. Logo que de cara, um menino de 18 anos, tudo acontecendo, ele tem lá suas revoltas, coisas da idade, mas acho que no fundo, de tudo assim, ele tá a fim de compreender as pessoas, ele só não aceita que escondam as coisas dele. A revolta dele vem da mentira, não do fato em si. Quando ele descobriu da namorada ele entendeu, quando ele descobriu do pai ele entendeu, ele quer compreender as pessoas.
O que você escuta por aí?
A primeira coisa que eu escuto é: “Você é filho de Luzia?”, e a segunda é ‘ruruzinho’. Mas essa coisa dele ser enganado, eu recebo mensagem: ‘Véio, vai agora que você pega a Rosa com ele’. Tá difícil. Coitado viu, ele é o menino mais enganado da história da teledramaturgia provavelmente. Quero que vocês façam uma pesquisa aí que vocês vão descobrir isso.
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No Twitter, as pessoas chamam o Valentim de ‘bananão’ quando tem uma cena da Rosa traindo o personagem . E nas ruas, o que falam pra você?
Todos acham muito fofo. O povo acha que eu sou fofo. Começam a confundir, acham que eu Danilo sou fofo. A galera fala que ele é menino muito legal. As avós e a galera mais velha adora o Valentim. Ou quando eu ouço da galera mais nova: “minha mãe te adora” ou “minha avó só fala de você”. E o bananão, é porque as pessoas sabem de tudo, imagina dentro da história que ele não sabe de nada, parece óbvio, mas não é óbvio.
E você se parece com o Valentim?
Eu gosto de compreender também, isso foi uma coisa que o teatro me ensinou, procurar entender pra depois julgar. Eu tento compreender ao máximo, mas ele é muito mais compreensível do que eu. Eu não sei se eu teria tanta compreensão, mas acho que a gente se parece sim, eu sou paciente. Quer dizer, eu acho.
A gente ouve por aí que quando ele souber que é filho de Luzia, ele vai preferir a Karola. Será?
Eu não sei de nada mesmo, mas eu tenho a impressão, pela coerência, que ele vai ter suas questões com Karola, mas eu acho que no final das contas ele vai tentar compreender todo mundo. A minha opinião, do Danilo, eu acho que Karola de fato ama esse menino. Ela tem todos os defeitos do mundo, ela faz coisas horrorosas, mas o amor que ela tem por esse ‘filho’ é verdadeiro. O medo que ela tem de perder, não é só o dinheiro, ela poderia ter viajado para Paris, mas ela ficou por amor a esse filho. Vai ser natural que ele compreenda isso. Isso é o que eu acho, mas o João (Emanuel Carneiro) vai mudando as coisas, ninguém sabe. Natural que tenha revolta, ele vai querer saber. Mas eu não sei de nada, to fazendo uma terapia com vocês aqui.
Mas ele vai amar a Luzia como mãe, né?
Acho que sim. Se não até eu vou me surpreender.
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E a Rosa, como fica?
Rapaz, que onda essa menina, né? Eu fico falando com Letícia (Colin) ‘é porque João escreve, porque se dependesse de mim’. É muito profunda essa relação deles dois né. E também acredito no sentimento dela pelo Valentim, eu acho que ela sente alguma coisa por ele, eu acho que ela se embolou ali. Nunca teve dinheiro, na primeira oportunidade de ter dinheiro, no medo de repetir a história da família dela. Valentim sofre, mas compreender de fora, acho que tem amor do lado dela. Mas o que a gente vê é que tem uma falta de caráter muito grande nessa menina, nessa coisa de não querer repetir, ela tá fazendo uma sucessão de erros. Acho que o João Emanuel tem essa característica nas suas novelas, ninguém é só uma coisa só. Ninguém é só vilão, ninguém é só mocinho.
Mas o Valentim é só mocinho, né?
É, até agora ele é o único personagem, talvez, ou um dos poucos que até agora não tem nenhum desvio de caráter. Por a novela ser uma obra aberta a gente não sabe o que vai acontecer.
Mas as pessoas torcem pra que ele fique com Rosa, você ouve isso?
É muito doido isso. Ninguém nunca torcia pra ele ficar com Rosa, o povo gostava do Ícaro. Aí quando ela começou a fazer aquela loucura toda, o pessoal ficou com tanta pena do Valentim, coitado, começaram, não sei nem se torcer pra ele, mas sentir até pena, aí agora que ela tá tão ruim que eu percebo que o povo não quer que nenhum dos dois fique com ela. Rolou essa inversão.
E você torce pra os dois ficarem juntos?
Eu, Danilo? Eu não. Depois de tudo que ela fez com o menino, torço não.
Em algum momento ele vai descobrir que é filho da Luzia, você está preparado para essas cenas?
Não to nem um pouco preparado. Essa novela não tem folga né? Como ator, me amadureceu muito, não tem uma semana que não acontece nada. É um processo que você tem que ver cada detalhe, é muita energia. Quando vai chegando essas coisas assim eu vou começando a ficar meio desesperado. Eu não estou preparado. Eu não tenho noção de como vai ser. É tanta coisa que tem pra gravar essa semana que é séria. Mas eu confio total na direção. Quando eu fico nesse desespero eu lembro dos meus colegas, eu não to sozinho. Eu confio neles e vou.
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Como você está até aqui, nessa reta final?
É cansativo, é um cansaço mental também. Mas eu sou novo, né? Mas é cansativo. Por causa dos meus horários não tem muito essa coisa da disciplina com a alimentação, eu acabo me alimentando pouco, minha imunidade baixa eu fiquei doente algumas vezes. Não é só o trabalho artístico, são algumas coisas que você precisa organizar, marcar médico, tempo, é um processo que vai desgastando. Mas fazer uma novela dessas, tem os colegas de trabalho, eu já trabalhei com o Dênis (Carvalho), em Rock Story, todo mundo já se conhece, rola um clima legal. Acho que isso também tem um lado muito positivo. A novela ser o sucesso que é, a gente ouvir nas ruas, encontrar pessoas. As vezes você encontra gente que é sua referência, são seus ídolos. Se eu pensar isso eu nem faço.
Quais ídolos?
O Saulo Fernandes, um cara que eu ouço desde pequeno, enchia o saco do meu pai para conseguir os ingressos dos blocos dele. O Milton Nascimento, que virou meu amigo, ele via Rock Story e gostava, muita gente. Acho que Nelson Motta assiste, o Lô Borges assiste a novela.
E essa morte do Remy? Você acha que ele morreu mesmo ou ele vai reaparecer na trama?
Isso rola bolão no elenco. A gente não sabe.
Você apostou em que no bolão?
Eu queria, eu acho que ele vai voltar com um champanhe na mão.
Mas teve bolão mesmo?
Não, bolão é brincadeira, mas é uma coisa que a gente conversa. A gente fica “e aí, tá de férias ou não tá?”. A gente também não sabe.
Esse negócio do Valentim ser sempre enganado, é uma herança genética da Luzia?
Acho que é né, tem alguma coisa a ver com isso sim. A Luzia é do interior da Bahia, isso diz muito, provavelmente, das atitudes dela. A confiança no outro, é diferente de você ser criado em Salvador ou no Rio de Janeiro. É outra realidade.