‘Xuxa, o documentário’ estreia na próxima quinta-feira (13) no Globoplay. A eterna Rainha dos Baixinhos se reuniu com convidados e a imprensa para o lançamento da produção no Kinoplex Rio Sul, no Rio, onde o Área Vip esteve presente. Com 60 anos vida e mais de 40 de carreira na televisão, a apresentadora acredita que as coisas boas e ruins fizeram parte da construção da Xuxa de hoje.
Revisitando momentos difíceis
Voltar no tempo foi necessário para o documentário. “Nossa, é tão difícil falar um ponto só. Até as coisas desagradáveis, por exemplo, eu já falei sobre os meus abusos, coisas que eu vivi desde os meus 3 anos de idade até meus 13 anos. Mas eu revivendo isso, depois dos 13 anos de idade, eu ainda continuei tendo. Só que eu via isso… beleza, eu era modelo, eu era uma menina mulher que as pessoas queriam naquele momento, eu comecei a me lembrar de coisas e eu falei: ‘gente, eu não botei isso como minha caixinha de abuso’. Então, eu acho assim, pra eu me tornar a pessoa que eu me tornei hoje, ter revivido essas coisas, ter remexido nisso, me fortalece muito pra ser a pessoa que eu sou hoje”.
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“Me fizeram ser quem eu sou”
Para a apresentadora, falar dos abusos ajudam outras pessoas na mesma situação. “Um ser humano que proponha a fazer uma campanha contra exploração de crianças e adolescentes, eu não tô vestindo a camisa, eu tô vestindo um macacão, eu sinto na pele, tá tatuado em mim, tá cravado em mim essa dor, então eu acho que essas coisas que eu passei, me fortaleceram pra ser quem eu sou hoje. Mais as coisas ruins, do que as coisas boas. Essa visita a esses lugares e a essas situações me fizeram ser quem eu sou, mas reviver isso é bem dolorido, viu? Dá uma vontade de dizer: ‘não quero mais brincar disso’. Gostaria de fechar essa caixinha, botar isso no fundo do baú, no fundo do mar e esquecer, mas é importante, porque cada vez que eu digo, não é que eu me liberto, eu mostro pra essas pessoas que também viveram ou estão vivendo situações parecidas, não estão sozinhas”.
Encarando todos os lados da vida
Xuxa também mostrou erros do passado. “No documentário não tem coisas desconfortáveis não, ele tá certo, ele tá correto, porque acho que um documentário não tem que passar a mão na minha cabeça, então mostraram coisas que pra algumas pessoas poderiam não ser legais: ‘nossa, como é que ela deixou passar isso?’. Eu deixei porque é a minha história, tem que estar ali.
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Deixa pra depois
Apesar de não querer mostrar só o lado bom da trajetória, Xuxa ainda deixou fora do documentário algumas questões, mas pretende falar em outra ocasião. “O que falei de falas que eu fiz e que aconteceram foram coisas que talvez não seja o momento de eu falar. Acho que vai chegar ainda o momento de dizer, acho que ainda não é esse momento. Porque aí as pessoas só falariam nisso, por exemplo, as pessoas estão falando muito sobre o momento eu e Marlene e o documentário não é só sobre isso, tá falando de 40 anos de carreira, tá falando da minha vida toda. Ou seja, existem coisas que são muito importante, tão importante quanto ou muito importante e até mais importante. Então eu acho que as pessoas não tem que se prender a uma coisa só. Eu acho que eles foram corretos quando decidiram tirar, porque só se falaria sobre isso. Mas um dia vocês vão saber. O documentário só existe esse, mas quem sabe vai existir outras coisas onde eu tenha a oportunidade de falar”.