Depois de anunciar que se afastaria da dramaturgia para se dedicar à política, José de Abreu está de volta às novelas da Globo. O ator veterano interpreta mais um coronel em sua carreira de mais de 40 anos. Ao contrário dos últimos personagens, ele agora mergulha no universo nordestino e bem humorado de ‘Mar do Sertão’, novela de Mário Teixeira dirigida por Allan Fiterman. Em coletiva de imprensa na qual o Área Vip esteve presente, o ator falou sobre o novo desafio na carreira.
Dono da Fazenda Palmeiral, coronel Tertúlio, personagem de José de Abreu, vive com a mulher Deodora (Débora Bloch). É lá que trabalha Zé Paulino (Sérgio Guizé), que vai se envolver num enrosco daqueles quando Tertulinho (Renato Góes), filho do coronel, volta da capital e se apaixona por Candoca (Isadora Cruz) sua noiva!
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O personagem caiu nas graças do ator veterano que não pensou duas vezes antes de aceitar o novo trabalho. “Eu nesses 40 e poucos anos de Globo já fiz algumas… A Indomada, Tieta, embora tenha sido um papel menor, Porto dos Milagres, já entrei nesse universo sertanejo nordestino com pitadas de comédia. Eu quando li a sinopse, quando o Allan (Fiterman) me mandou a sinopse, eu fiquei muito impressionado com a qualidade da escrita do nosso querido autor. escreve muito bem, não é a toa que ele tem um Prêmio Jabuti.”, disse Abreu.
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O ator lembrou ainda que o universo não desconhecido ao longo da carreira. “A sinopse me encantou e aí eu comecei a ler os capítulos e tal e coronel eu tinha feito uma novela das seis, Desejo Proibido, eu fiz um coronel e em Amazônia de Galvez a Chico Mendes, então é um universo já conhecido”, pontuou.
Mas o que mais conquistou José de Abreu foi a maneira de contar a história. “O que mais me encanta nessa novela é uma coisa meio recorrente em novelas, não só aqui da Globo, que é essa coisa de você criar uma cidade que não existe e um estado geográfico que não existe, isso aconteceu no Bem Amado, em Roque Santeiro, A Indomada e tal… e trazer essa realidade tão pequena de uma cidadezinha pro universal. Quando você junta lá o delegado, o prefeito, o coronel, o vaqueiro, você tá falando do universo. Dentro de uma cidadezinha pequena, esse nome Canta Pedra pra mim tem um significado, nem sei se o autor pensou nisso, mas ‘pedra cantada’ é uma coisa que você diz que ia acontecer e aconteceu: ‘eu já cantei essa pedra’. Me disseram também que é essa coisa da Loto (bingo) ‘cantei 23’. Mas essa coisa de criar um universo que não existe quase fabular, não é aquele universo do Aguinaldo, A Indomada, que sai da lógica, mas não tem aquele realismo que a gente espera”, garante.
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Ele ainda ressaltou que as pessoas vão se surpreender com a trama. “Eu tenho acompanhado o Twitter e to vendo que ninguém tem ideia do que vai ser essa novela. As pessoas falam de coisa que não fazem o menor sentido… É outra realidade completamente… é uma realidade criada, fantasiosa, isso me inspira muito. É a impressão que você tá fazendo uma obra de arte dentro de uma obra de arte. Essa coisa de você criar uma realidade que não existe e convence o povo de que ela é real. Me lembra muito aqueles novelões de Dias Gomes, Aguinaldo Silva, esse universo que é tão brasileiro, tão rico, que dá dando prazer pra nós, tanto quem está interpretando quanto o expectador que assiste”, afirmou.
