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Juliana Paes se despe de vaidade para dar vida à Maria Marruá em Pantanal

"Não é esforço nenhum, muito pelo contrário, é gratificante poder abrir mão da vaidade"

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Núcia Ferreira
Núcia Ferreira
Jornalista carioca com passagens pelas revistas Conta Mais, TV Brasil e TV Novelas. No site Área VIP, além de redatora, é repórter especialista em Celebridades, TV e Novelas.
Juliana Paes será Maria Marruá em Pantanal – TV Globo/João Miguel Junior

Com estreia prevista para 28 de março, o remake de ‘Pantanal‘ é a grande promessa da Globo e já deixa fãs da novela de Benedito Ruy Barbosa ansiosos. Juliana Paes é uma das atrizes escaladas para recontar essa história que fez sucesso nos anos 1990 na extinta Rede Manchete e conquistou o Brasil.

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Na trama, Juliana dará vida a Maria Marruá, mãe de Juma (Allanis Guillen). Ela chega ao Pantanal ao lado do marido, Gil (Enrique Diaz) e terá uma vida dramática. A personagem  foi de Cássia Kiss na primeira versão. “O que ela (Cássia) fez foi único. Quis trazer  a minha essência e contribuição para dar continuidade à história desse projeto tão lindo. Sou muito fã da Cássia, então foi um convite que me trouxe emoção e responsabilidade, pois estava revivendo um personagem marcante da Cássia”, disse em coletiva de imprensa, em que o Área VIP esteve presente.

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Expectativa da estreia

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Como o público, Juliana está ansiosa para ver o resultado do trabalho. “Cada personagem é uma gestação, parece que vai gerar um filho novo, vai nascer algo que você esperou tanto tempo e não saber que cara vai ter, que jeito vai ter, essa recepção tem a ver com o público. Então é uma ansiedade muito grande. É uma mistura de sensações. A apreensão, o nervosismo, a ansiedade e ao mesmo tempo o desejo de ver essa criatura ganhar luz e ganhar os olhos do público, no final das contas a gente quer tocar as pessoas, promover uma reflexão, promover sentimento. E a gente fica louco por isso”, disse.

Perrengues

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Como todo o elenco, Juliana ressaltou os desafios de gravar no Pantanal. “Eu acho que a galera já falou sobre as porteiras né? As fazendas não eram próximas, as locações não eram próximas, então nas porteiras a gente já tinha vários esquemas, o carro da frente abre, o carro de trás fecha, vai de chinelo que aí você tem desculpa de não abrir a porteira, tinha esses truquezinhos também. Pra mim o mais difícil era ficar vontade fazer xixi de noite, voltando pra fazenda, é ir pra trás do carro e fazer, eu hidratei bastante aquela área. E o medo de ter um bicho na hora de estar fazendo, mas deu tudo certo…”, contou.

Ela ainda deu de cara com um jacaré. “Eu tava fazendo uma cena que a Maria já tava grávida e a diretora pediu pra eu ficar boiando, e os ouvidos ficam totalmente submersos no rio, eu tava ali no meio do rio, paradona, e bota a câmera pra lá, bota a câmera pra cá, só escutava o barulho de baixo da água. Daqui a pouco eu começo a escutar uns barulhos mais altos, só sei que quando eu vi já era o André na nossa produção dizendo ‘SAI’. Quando eu vi  era um jacaré trançando uma reta. Jacaré viu aquela carcaça boiando ali, carcaça boa, de barriga pra cima, traçou uma reta na minha direção, saí correndo…”, lembrou.

Maria Marruá (Juliana Paes) e Gil (Enrique Diaz) – TV Globo/João Miguel Junior

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Caracterização

A atriz falou do longo processo de caracterização. “Esse processo de caracterização ele é feito em etapas. Eu sempre coloco muito o percentual de participação que a caracterização, tanto figurino quanto maquiagem, tem a opinar na formação dos nossos personagens. Eu acho que um personagem acontece mesmo depois que você coloca a roupa e que você se vê com cabelo pronto, com maquiagem pronta, então foi um processo de pesquisa em duas frentes”.

Detalhes dão o tom da personagem. “Primeiro eu sentei na cadeira da Val e a gente começou a imaginar como seria o rosto de uma mulher que nunca se protegeu do sol, que nunca teve acesso a filtro solar ou que também nem sempre teve acesso a um chapéu. Como seria a pele dessa mulher? Marcas de expressão, como fazer isso de maneira natural, que não precise usar prótese, isso também fica muito dramático, mas quando aparece na tela, hoje em dia a gente trabalha com muita definição, pode causar uma estranheza…  então a gente foi pensando nessas linhas de expressão marcada, na sobrancelha que você deixa crescer e não faz, nos cabelos brancos que a gente deixou surgir. E era o meu cabelo branco natural que iam dando a linha para os outros cabelos que iam se fazendo, aos poucos a gente foi desenhando essas marcas. Não de uma mulher que não se cuida, mas de uma mulher onde o tempo agiu, onde o  sol agiu

A atriz falou da importância do figurino. “Depois eu entrei na sala da Marrie e nós tentamos entender como essa mulher se veste, com conforto, ela trabalha na lavoura. Exista uma cena da Maria e do Gil cortando cana, as roupas são muito manchadas de fuligem, um material que não dá pra tirar lavando, então tudo isso foi pensado. Você tem acesso ao sabão pra tirar essa mancha? Não, então a roupa permanece manchada. Então, muitas roupas foram manchadas artificialmente. Tem um dia que a gente chega na caracterização e faz tudo isso, unha que não tem mais, unha suja de calcário, mais a roupa, e aí você se olha no espelho e aí o personagem vem. Mesmo com todo trabalho de corpo que  a gente faz antes, é nesse momento que você olha tudo isso, é que você entende a figura do seu personagem e você começa a trabalhar em cima de uma imagem, não só das sensações e das emoções”.

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Vaidade

Se despir da vaidade para a atriz foi um processo prazeroso. “A gente vive esse universo estético, e eu tenho recebido muitas perguntas assim: ‘como é se ver ou envelhecida, ou maltratada’. O espírito da pergunta é ‘como é fazer esse esforço?’. Não é esforço nenhum, muito pelo contrário, é gratificante poder abrir mão da vaidade, da estética vigente. Mais do que abrir mão disso é ver beleza nisso. Eu vejo beleza nisso, nas olheiras, nos cabelos brancos… não é esforço nenhum, é o maior prazer poder abandonar essa mochila da idade, do perfeito. Não só gostar de fazer é como se deleitar em fazer”.

Maria Marruá (Juliana Paes) e Juma (Allanis Guillen) – TV Globo/ João Miguel Junior

Será que ela vira onça?

A atriz ainda deixou no ar a lenda de que Maria Marruá vira onça na novela. “Eu prefiro não dizer o que eu penso, vou deixar isso no suspense de Pantanal, não vou contar não, senão é spoiler. Mas assim, eu acho que talvez nessa versão,  o Papinha (diretor), tenha escolhido trabalhar ainda mais com esse mistério, mais ainda com essa dúvida. Ela vira mesmo, ou isso é falatório do local, ela vira onça mesmo ou isso é uma sensação de quem viu uma mulher tão forte que disse que ela vira onça e as pessoas literalmente acreditaram nisso. Eu acho que foi uma escolha do Papa trabalhar ainda mais essa aura de mistério em torno dessa transformação, no estilo X-men, eu acho que essa escolha foi um acerto, trabalhar o mistério, trabalhar a percepção de cada um, como cada personagem fala dessa mulher que vira onça, é um tempero gostoso de ver, quem acredita mais, quem acha que é falação. E o público, que é parte dessa história e vai entender da sua maneira. Eu acho que essa diferença entre as percepções é que dá um tempero gostoso”.

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Núcia Ferreira
Núcia Ferreira
Jornalista carioca com passagens pelas revistas Conta Mais, TV Brasil e TV Novelas. No site Área VIP, além de redatora, é repórter especialista em Celebridades, TV e Novelas.