De nada adiantou que a ajudante da modista viesse ao tribunal dizer que Olívia havia muito tempo que não comprava vestidos novos. E Gumercindo de contar que Raul era um péssimo administrador. Nenhum desses depoimentos seria suficiente para convencer o juiz a devolver o restaurante para Olívia. Precisou que uma testemunha-surpresa aparecesse para virar o jogo.
Raul não acreditou quando o juiz pediu que fizessem entrar a senhora Dalila Santini da Silva. Nessa hora, houve uma certa comoção no tribunal. Roberval, ali a convite de Hélio, também não acreditou. Por uns instantes, todos pensaram que ela iria depor a favor de Raul. Mas não. Para surpresa geral, Dalila abriu o coração: – “seu Juiz, esse homem, que se diz tão bom pai, me seduziu quando era casado com Olívia. Fiquei grávida desta menina e ele não assumiu a criança. Ele não vale nada!”. E isso só foi o começo. Dalila rebateu todas as tentativas que o advogado de Raul fez para desmoralizá-la. Atordoado, o juiz não viu alternativa senão fazer um recesso para, mais tarde, dar seu veredicto.
Raul ainda confiava num último trunfo: o depoimento do filho, Carlito. Carlito obedece o pai, mas apenas em parte. Falou sem parar, sim, mas foi exclusivamente a verdade, nada mais que a verdade: – “senhor Juiz, esse meu pai é um traste… Não leva comida para casa, me obriga a fritar ovos, é pão-duro, me manda varrer a casa, corre atrás da vizinha e namorou a modista da cidade…Não quero viver com ele, quero a minha mãe”.
O juiz, enfim, enxerga a verdade e bate o martelo: – “o restaurante é seu, de novo, dona Olívia!”. Mas não ficou só nisso. Para completar a derrota arrasadora de Raul, ele ficou obrigado a pagar uma pensão para a ex-mulher.
Essas cenas vão ao ar sábado, dia 18.