Processado pelo cabeleireiro João Carlos Macedo Daniel, de 58 anos, reconhecido em 2007 como seu filho, o diretor Daniel Filho, de 72, foi condenado pela Justiça em abril do ano passado a pagar oito salários mínimos de pensão alimentícia e plano de saúde a ele,, informa o jornal O Dia. Como o diretor não foi à audiência de conciliação marcada para o mês seguinte, a juíza Cláudia Nascimento Vieira, da 1ª Vara de Família de Nova Iguaçu, incorporou o valor destinado ao plano de saúde à pensão, que passou para 10 salários mínimos. Deste então, Daniel Filho não foi localizado pelos oficiais de justiça.
“João Carlos é professor de matemática, músico, sempre procurou o pai na esperança de que ele desse alguma oportunidade para trabalhar. Mas ele começou a sofrer um série de problemas estomacais, e não teve outra opção senão pedir pensão alimentícia”, explica o advogado de João Carlos, João Benjamim da Silva.
Segundo o defensor, a pensão está sendo pedida pela relação de parentesco e não por idade. O cabeleireiro nasceu da relação de Daniel Filho com Aristotelina de Oliveira Macedo, então empregada doméstica na casa do diretor. Na época, ela e Daniel tinham 12 anos.
Desde a última decisão judicial, as audiências de conciliação entre as partes foram remarcadas quatro vezes. A próxima para 20 de outubro. Nos autos, a juíza cobra explicações para que Daniel não tenha sido localizado. “…o oficial de justiça nunca certifica de forma circunstanciada o motivo da não realização da mesma (da intimação), sendo certo que o réu é pessoa pública”, escreveu. Procurado pela reportagem, Daniel Filho foi lacônico ao telefone: “Você tem certeza de que quer falar comigo sobre esse assunto?”, perguntou antes de desligar mandando um abraço.