Deveria ser um jantar fino, motivo de muito orgulho para os Barretos. Afinal, a convidada de honra é uma condessa italiana legítima, a nobreza em pessoa! No entanto, o fato de ter em contrapartida o namorado de Julia sentado à mesa já garante um certo odor azedo à refeição. Horas antes, Barretão já sofre de uma azia continental, mal-estar esse que se agravar quando avisam que Juvenal Antena também vem. O jeito é usar um estoque inteiro de sorrisos falsos e frases amenas durante todo o evento. Mas mesmo esse recurso imaginário é inviável, não só para o chefe, mas para a família inteira. Em meio aos pratos requintados sobram baixarias, revelações e saias-justas!
O contraste e as divergências entre os comensais não são os únicos problemas. Os assuntos à mesa é que são amargos demais. Gioconda quase engasga quando descobre as circunstâncias em que a condessa conheceu o marido, era prostituta na Itália quando se apaixonaram. A construção da fábrica também é um assunto dos mais pesados, capaz de provocar uma indigestão fatal em todos. Ainda assim fica o tempo todo na ponta da língua de muitos.
Mas o mais revelador vem da parte de Lenir. A presença de Juvenal parece refrescar sua memória. Subitamente, ela se lembra de onde conhecia Guigui, a lugar-tenente do dono da Portelinha. “É Margarida Mackenzie”, recorda-se num estalo. Gioconda questiona, incrédula: “De uma família quatrocentona paulista, que nos anos oitenta se envolveu com um sujeito desclassificado?”. Essa mesmo, confirma Lenir, fazendo um adendo sobre o currículo do tal sujeito: “Um traficante perigosíssimo”.
Lenir tranqüiliza Gioconda: Esse cafajeste não era Juvenal, mas tampouco ela se lembra do nome. Quem seria?
A cena deve ser exibida a partir de sábado, dia 29.