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Familiares dos mortos da Boate Kiss ficam indignados com série e prometem processar a Netflix

Familiares das vítimas da Boate Kiss reclamam dos traumas psicológicos adquiridos com a série por conta da dramaticidade usada pela Netflix.

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Henrique Furtado
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Todo Dia a Mesma Noite - Netflix
Todo Dia a Mesma Noite – Netflix/Reprodução

A plataforma de streaming Netflix lançou a série Todo Dia a Mesma Noite, relatando o drama dos familiares e das vítimas do incêndio na Boate Kiss. A tragédia que tirou a vida de 242 pessoas, deixando outras 636 feridas, completou 10 anos na última sexta-feira, dia 27 de janeiro, e rendeu uma série de homenagens em todo o país.

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Porém, a abordagem da plataforma de streaming sobre o sofrimento das vítimas não foi bem vista pelos familiares. De acordo com informações publicadas pelo portal Gaúchazh, parentes dos falecidos se mobilizaram em um grupo para ajuizar uma ação judicial em face da Netflix por conta da dramaticidade utilizada pela empresa para relatar a tragédia.

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De acordo com a referida fonte, os familiares não autorizaram a plataforma de streaming a abordar a tragédia com tanto drama. Com efeito, diversos parentes, sobretudo pais dos jovens que perderam as suas vidas na Boate Kiss, precisaram de tratamentos psiquiátricos e psicológicos ao reverem as cenas traumatizantes.

“Nós fomos pegos de surpresa, ninguém nos avisou, ninguém nos pediu permissão. Nós queremos saber quem está lucrando com isso. Não admitimos que ninguém ganhe dinheiro em cima da nossa dor e das mortes dos nossos filhos”, desabafou em entrevista à referida fonte o empresário Eriton Luiz Tonetto Lopes, pai da jovem Évelin Costa Lopes, uma das vítimas, que faleceu aos 19 anos.

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Até o momento, o grupo que pretende processar a plataforma de streaming já conta com integrantes de famílias de 40 vítimas da tragédia. Para tanto, os parentes contrataram a advogada Juliane Muller Korb, da cidade de Santa Maria (Rio Grande do Sul), para que a ação seja distribuída no juízo competente.

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Em entrevista à referida fonte, a jurista reclamou da ausência de sensibilidade por parte da empresa para a abordagem do assunto. Segundo ela, muitos pais sequer tiveram condições psicológicas para acompanharem os velórios de seus filhos, distribuídos em um ginásio repleto de corpos das outras vítimas e, até hoje, não têm condições para visualizarem conteúdos relacionados ao assunto.

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Henrique Furtado
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