O Brasil registrou nesta terça-feira (26) mais 1.039 mortes por Covid-19. Agora, subiu para 24.512 o número de vítimas fatais da doença no país, totalizando 391.222 casos, segundo o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde.
De acordo com os dados, são 16.324 casos registrados e 1.039 mortes registrados nas últimas 24 horas. Do total de mortes, 284 ocorreram nos últimos três dias e o restante, em períodos anteriores. Ainda há 3.882 óbitos em investigação.
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São Paulo continua concentrando o maior número de casos do novo coronavírus e de mortes: 86.017 e 6.423, respectivamente. Em seguida vem o Rio de Janeiro, que tem 40.024 diagnosticados e 4.361 óbitos. Ceará segue em terceiro com 37.021 casos e 2.603 mortes.
O Ministério da Saúde também atualizou para 391.222 o total de casos confirmados da Covid-19 no Brasil. De ontem para hoje, foram 16.234 diagnósticos positivos.
Escândalo na saúde do Rio: Wilson Witzel é investigado pela Polícia Federal
A manhã de terça-feira (26) foi movimentada no Rio de Janeiro. A Polícia Federal fez uma operação no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel, e no Palácio Guanabara, sede do governo do estado. O objetivo foi a apuração dos indícios de desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência em razão da pandemia do novo coronavírus no Rio de Janeiro.
Ao todo, doze mandados de busca e apreensão foram cumpridos por 15 equipes, sendo dez na capital fluminense e dois na cidade de São Paulo. Os mandados foram expedidos pelo ministro Benedito Gonçalves do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Witzel acompanhou as buscas o tempo todo no Palácio das Laranjeiras.
Investigações iniciadas no Rio pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público Federal apontam para a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do estado.
Witzel se defende das acusações e ataca Jair Bolsonaro
Depois das buscas realizadas pela Polícia Federal , o governador do Rio, Wilson Witzel, fez um pronunciamento no Palácio Laranjeiras no início da tarde. “Quero manifestar minha absoluta indignação com o ato de violência que o estado democrático de direito sofreu. Eu tenho todo respeito ao ministro Benedito, mas a narrativa que foi levada ao ministro Benedito é fantasiosa. Não vão conseguir colocar em mim o rótulo da corrupção”.
No discurso, o governador do Rio se referiu ao ministro Benedito Gonçalves, do STJ, que autorizou a busca. O governador se disse vítima de “perseguição política” e afirmou que o que ocorreu com ele pode ocorrer com outros “governadores considerados inimigos” do governo federal.
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Confira o pronunciamento na íntegra:
“Não foram encontrados valores, não foram encontrados joias. Se encontrou, foi apenas a tristeza de um homem e de uma mulher pela violência com que esse ato de perseguição política está se iniciando no nosso país. O que aconteceu comigo vai acontecer com outros governadores que forem considerados inimigos. Narrativas fantasiosas, investigações precipitadas, um mínimo de cuidado na investigação do processo penal, levaria aos esclarecimentos necessários. Ao contrário, o que se vê na família do presidente Bolsonaro é a Polícia Federal engavetar inquéritos e vaza informações. O senador Flávio Bolsonaro, com todas a provas que já temos contra ele, que já estão aí sendo apresentadas, dinheiros em espécie depositado em conta corrente, lavagem de dinheiro, bens injustificáveis, ele já deveria estar preso. Esse sim; Polícia Federal deveria fazer o seu trabalho com a mesma severidade que passou a fazer no estado do rio de Janeiro, porque o presidente acredita que eu estou perseguido a família dele, e ele só tem essa alternativa de me perseguir politicamente. Acusações levianas estão feitas em relação a mim, mas tudo isso será absolutamente demonstrado de forma clara e precisa nos processos que tramitam no STJ”.
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Flávio Bolsonaro bate boca com Witzel nas redes sociais
As suspeitas de fraude na saúde do Rio em meio à pandemia do coronavírus, apontadas hoje em operação da Polícia Federal, tornaram-se hoje campo para intensa troca de acusações entre o governador Wilson Witzel e o clã Bolsonaro, envolvendo o presidente da República e o filho mais velho dele, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O clã Bolsonaro comemorou a ação, tendo o presidente parabenizado a Polícia Federal pela ação contra o governador do Rio. .
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro rebateram as acusações do governador do Rio, Wilson Witzel. À CNN Brasil, Zambelli negou ter tido conhecimento prévio da operação, apesar de ter dito na segunda-feira (25), em entrevista à Rádio Gaúcha, que a PF estava prestes a fazer operações contra desvios na área de saúde. “Ele (Witzel) que se preocupe com a defesa dele. Ele está fazendo uma cortina de fumaça e jogando em cima de uma deputada”, disse.
Em transmissão ao vivo no seu perfil no Instagram, o filho do presidente chamou Witzel de traidor e ainda deu a entender que tem informações sobre investigações contra o governador do Rio. “Pelo que tenho ouvido, isso não é nada perto do tsunami que está por vir
No bate-boca com Witzel, Flávio Bolsonaro elogiou publicamente seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Ele disse que, durante a campanha eleitoral, o agora governador do Rio ligava para Queiroz para localizá-lo. “Você ficava ligando para o Queiroz para correr atrás de mim na campanha. Sabia que o Queiroz estava do meu lado. Um cara correto, trabalhador, dando sangue por aquilo que acredita”, disse Flávio que recentemente havia dito que o ex-assessor não havia agido de forma correta. Queiroz e Flávio são investigados em inquérito sobre a chamada rachadinha na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), quando funcionários do gabinete devolvem parte de seus salários.
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Confira o vídeo:
João Doria se pronuncia sobre repercussão do caso
Logo depois da operação da Polícia Federal no Rio, o governador de São Paulo, João Doria, se pronunciou e disse que a investigação indica uma escalada autoritária por parte do governo Jair Bolsonaro. “Independente da análise, e toda investigação necessária deve ser feita onde há suspeita, a operação que foi anunciada antecipadamente por uma deputada aliada, e comemorada pelo presidente, insinua a escalada autoritária e isso é preocupante”, afirmou ao jornal Folha de S.Paulo, se referido a deputada Carla Zambelli.