Segunda-feira, 11 de maio de 2020: o Área VIP traz as informações mais relevantes do dia no Brasil. Fique bem informado em nosso boletim Área News. Confira.
O Ministério da Saúde divulgou hoje (11) as novas diretrizes para orientar a definição de medidas de distanciamento social. As propostas, batizadas em torno do que foi chamado de “plano de gestão de risco”, servem como um guia de análise da situação de cada estado ou cidade para definir as medidas de distanciamento social e estratégias complementares.
Serão avaliados quatro eixos: a capacidade instalada de tratamento, o nível epidemiológico, a velocidade de crescimento e as condições de mobilidade urbana. Na capacidade instalada, estarão aspectos como quantidade e taxa de ocupação de leitos. Os detalhes sobre os eixos não foram divulgados. O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou que os critérios serão apresentados de forma completa na quarta-feira, quando a versão final deverá ser anunciada.
Cada grupo possui indicadores que geram uma pontuação, que começa de 0 e pode chegar a 20 pontos no caso de um dos eixos. Com isso, são avaliados os níveis de risco, de muito baixos a muito altos. A partir dessa classificação de riscos são indicados tipos de distanciamento social: seletivo I e II, ampliado I e II e restrição máxima.
Além da avaliação quantitativa, o plano traz mecanismos para realizar também uma outra de caráter qualitativa. Ela serve para que os eixos sejam considerados mesmo quando as informações disponíveis não permitam uma verificação exata da análise quantitativa.
“Não é uma política de isolamento nem de flexibilização. É análise de cada local e a partir delas definimos as ações que consideramos ideais. Isso é diretriz. As decisões cabem aos estados e municípios. O que o Ministério da Saúde faz é disponibilizar uma linha de avaliação adequada. Vai estar sempre disponível pra discutir com qualquer secretário estadual ou municipal para ajudar na interpretação da ferramenta e vamos trabalhar junto”, declarou o ministro Nelson Teich.
De acordo com o ministro, esse tipo de ferramenta já está sendo adotada em outros lugares. Ele citou como exemplo o Rio Grande do Sul.
Fonte: Agência Brasil
Ministério da Saúde de olho na vacina
O ministro da Saúde, Nelson Teich, declarou, ainda, que o Brasil está em negociações para integrar um grupo que realizará testes para a primeira vacina contra o novo coronavírus. “A gente está trabalhando para integrar um grupo que vai testar a primeira vacina para covid-19. Estamos interagindo para fazer parte desse grupo. Isso é importante para o Brasil”, declarou Teich durante a coletiva.
Não há cura ou mesmo vacina para a covid-19 confirmada até o momento pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), responsável pela regulamentação de medicamentos no país, também afirma que não há remédio aprovado para a doença no momento.
As secretarias municipais e estaduais de saúde notificaram 396 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. Com isso, o Brasil acumula 11.519 óbitos desde o primeiro registro oficial, em 17 de março. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde, nesta segunda-feira (11), por meio do painel nacional. Entretanto, segundo a Pasta, nem todas as perdas fatais aconteceram de ontem para hoje. Algumas foram incluídas após atualização na classificação final da ficha de investigação da causa principal do óbito. A taxa de letalidade está em 6,8%.
Confira a coletiva:
Bolsonaro libera abertura de academias e salões de beleza
Ignorando o aumento de números de casos da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro editou um decreto nesta segunda-feira (11) que libera novos serviços ‘essenciais’ a funcionar. A lista inclui academias, salões de beleza e barbearias. O objetivo é que estas categorias sejam preservadas em decretos de restrição de circulação de governadores e prefeitos.
Na semana passada, Bolsonaro já havia incluído construção civil e atividades industriais na lista. O decreto de Bolsonaro, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, faz uma ressalva de que devem ser “obedecidas as determinações do Ministério da Saúde”. “Saúde é vida. Academias, salões de beleza e barbearias foram incluídas em atividades essenciais”, disse o presidente, ao retornar para o Palácio da Alvorada nesta segunda-feira.
O anúncio pegou de surpresa o ministro da Saúde, Nelson Teich, que disse que a decisão não passou por ele. “Se você criar um fluxo que impeça que as pessoas se contaminem, se criar condições e pré-requisitos para que você não exponha pessoas a risco de contaminação, você pode trabalhar retorno de alguma coisa. Agora, tratar isso como essencial, é um passo inicial, que foi decisão do presidente, que ele decidiu. Saiu hoje isso? Falou agora?”, disse Teich durante entrevista coletiva.
Questionado sobre se o Ministério da Saúde deveria ser ouvido antes da definição, Teich disse que precisa “pensar melhor”. “Honestamente, tenho que pensar melhor nessa pergunta. Nesse momento, a resposta seria não, porque é atribuição do Ministério da Economia e eu vejo a Saúde aí”, respondeu.
No Rio, novas medidas contra a Covid-19
Enquanto isso, no Rio de Janeiro a Prefeitura tomou mais uma medida para conter a disseminação da Covid-19. De acordo com o Jornal O Globo, em ruas de Santa Cruz, Madureira , Freguesia de Jacarepaguá, Taquara, Tijuca, Grajaú, Pavuna e Cascadura apenas carros de moradores poderão circular. A medida restritiva de combate ao coronavírus faz parte de um pacote que será anunciado pelo prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) às 11h desta segunda-feira.
Medidas mais duras podem ser tomadas nos próximos dias, especialistas acreditam que o pico da doença deve chegar no fim deste mês de maio. O governador Wilson Witzel (PSC) já estendeu o isolamento social até o dia 31 de maio, e nada impede que o prazo seja ainda mais extenso.
O estado do Rio chegou ontem a 1653 mortes confirmadas pelo Covid-19, mas médicos dizem que há forte subnotificação e número pode ser muito maior. A própria Prefeitura do Rio não sabe onde estão todos os casos confirmados de Covid-19, cerca de 25% dos casos são considerados indefinidos, o que prejudica a estratégia da luta contra a pandemia.
Cresce número de mortes por Covid-19 em população jovem
O novo coronavírus matou mais uma criança em São Paulo nas últimas 24 horas. Segundo a Secretaria estadual da Saúde de São Paulo, a quarta vítima infantil da covid-19 [doença provocada pelo novo coronavírus] tinha 4 anos e vivia em Francisco Morato, na Grande São Paulo.
De acordo com um balanço feito pela secretaria, o número de mortes por coronavírus entre crianças, jovens e adultos cresceu dez vezes no último mês, passando de 1 mil na faixa etária abaixo dos 60 anos. Até o dia 11 de abril, nenhuma criança tinha morrido com esse diagnóstico.
Entre os idosos, com idade igual ou superior a 60 anos, a mortalidade pelo coronavírus cresceu seis vezes, passando, em um mês, de 460 para 2.739. Com isso, São Paulo tem, até este momento, 3.743 óbitos por covid-19.
O estado tem 46.131 casos confirmados da doença, número 5,4 vezes maior do que registrado há um mês (eram 8.381 casos). Até segunda-feira, há 3.871 pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) e 5.877 em enfermaria. A taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para atendimento à covid-19 é de 68,2% em todo o estado e de 89,6% considerando apenas a Grande São Paulo.
Fonte: Agência Brasil
São Paulo começa novo rodízio de veículos
O novo rodízio de veículos entrou em vigor nesta segunda-feira (11) e reduziu o trânsito em São Paulo. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o pico de congestionamento na cidade de São Paulo na manhã deste primeiro dia da medida foi de apenas 1km, medido às 8h30, bem menor do que na semana passada, quando foi detectado 11km, entre 8h e 9h.
Com o novo rodízio, a Prefeitura quer tirar 50% da frota das ruas. A medida tem por objetivo aumentar a taxa de isolamento social e vale para toda a cidade, o dia todo, incluindo fins de semana. Nos dias pares, circulam placas de final par (0,2,4,6 e 8). E nos dias ímpares, as placas de final ímpar (1,3,5,7 e 9).
A capital paulista concentra o maior número de mortes e casos de coronavírus no Brasil. Em balanço divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde no domingo, São Paulo tem 45.444 casos confirmados e 3.709 mortes pela doença. Na capital, são 27.307 casos, com 2.266 mortes. Na última semana, a taxa de isolamento social na cidade ficou abaixo de 50%. A meta é chegar aos 60% de isolamento – o ideal para evitar o colapso do sistema de saúde é 70%.