O Brasil registrou 1.382 novas mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde na noite deste domingo (07). O país, agora, tem um total de 37.312 óbitos pela doença desde o início da pandemia. De acordo com a pasta, o número total de casos confirmados da doença chegou a 685.427, um acréscimo de 12.581 novos diagnósticos de sábado para domingo.
A pasta voltou a informar dados totais de infectados e de vítimas fatais, ao contrário do que vinha fazendo nos últimos dias. Em nota, o Ministério da Saúde informou o site terá gráficos e dados detalhados separados por regiões. “O objetivo é que, nos próximos dias, estejam disponíveis em uma página interativa que possa trazer os resultados desejados pelo usuário. Assim, será possível acompanhar com maior precisão a dinâmica da doença no país e ajustar as ações do poder público diante a cada momento da resposta brasileira à doença”, afirma a nota.
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O governo do presidente Jair Bolsonaro vinha sendo duramente criticado por, desde a quarta-feira, divulgar os números da pandemia somente às 22h e, desde a sexta, omitir informações como os números totais de casos confirmados e de mortos pela doença.
Depois de críticas, Carlos Wizard desiste de cargo no Ministério da Saúde
As polêmicas no Governo Federal têm sido uma constante desde o início da pandemia. Convidado para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, o empresário Carlos Wizard Martins informou na noite deste domingo (07), em suas redes sociais, que não aceitou o posto e que deixou de atuar como conselheiro da pasta, na condição de voluntário.
“Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da Covid-19 ou profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas”, disse.
Ele também agradeceu ao ministro interino Eduardo Pazuello pela “confiança”, mas disse que decidiu não aceitar para continuar se dedicando “de forma solidária e independente” aos trabalhos sociais. “Agradeço ao ministro Eduardo Pazuello pela confiança, porém decidi não aceitar para continuar me dedicando de forma solidária e independente aos trabalhos sociais que iniciei em 2018 em Roraima”, completou.
Wizard criou polêmica ao dize à coluna de Bela Megale, no jornal O Globo, ao afirmar que o número de mortos estaria inflado, apesar de pesquisas e o próprio Ministério da Saúde ter demonstrado que há um grande número de subnotificações. “Tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocavam todo mundo como Covid. Estamos revendo esses óbitos”, acusou.
Na mesma noite, a pasta modificou novamente a forma de divulgar o número de casos confirmados e óbitos e deixou de informar a quantidade total, limitando-se a apontar os registros das últimas 24 horas. A mudança no formato não foi informada previamente. Além disso, o portal mantido pelo ministério com dados atualizados da Covid-19 foi tirado do ar temporariamente.
O povo foi às ruas nas principais capitais do país
Neste domingo (07), as principais capitais brasileiras contaram com manifestações a favor e contra o governo Jair Bolsonaro. Em Brasília, dois atos simultâneos protestaram. Um grupo se posicionava a favor da democracia e contra o governo Jair Bolsonaro, além de defenderem o Sistema Único de Saúde (SUS) e criticarem a morte de pessoas negras. O outro movimento tinha como objetivo defender o presidente. O mesmo aconteceu no Rio de Janeiro e em São Paulo.
A concentração começou às 9h em frente à Biblioteca Nacional, a poucos quilômetros do Palácio do Planalto. Em um dos grupos, cartazes criticavam Bolsonaro. Um grupo de enfermeiros carrega cruzes em homenagem aos colegas que morreram no combate à Covid-19. Eles também pedem mais investimento no SUS. Em outro, faixas e cartazes defendiam o atual governo.
Em São Paulo, a avenida Paulista amanheceu repleta de policiais. Por conta de uma decisão da Justiça, os grupos contrários ao governo Jair Bolsonaro decidiram fazer sua manifestação no início da tarde deste domingo, em outro endereço da capital, deixando a Avenida Paulista para os apoiadores do presidente.
No entorno do Museu de Arte de São Paulo (Masp) policiais revistavam pedestres. As estações de metrô permaneceram abertas, e a ciclovia tinha movimento intenso. De uma ponta à outra da avenida, policiais montados a cavalo patrulhavam as ruas.
No Rio de Janeiro os manifestantes lotaram a orla de Copacabana, zona sul da cidade. As manifestações também contaram com grupos pró e contra o governo Bolsonaro. Os manifestantes com críticas ao presidente se concentram no posto 4 da orla com faixas pedindo justiça pela morte da deputada Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Já os apoiadores, vestindo camisetas e portando bandeiras do Brasil, se concentram no posto 5. Lutadores de academia acompanharam o ato a favor do governo e insultaram manifestantes da oposição. Eles tentaram se aproximar do grupo no posto 4, mas foram impedidos pela Polícia Militar.
Na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, um protesto contra o racismo tomou uma pista lateral da via. Organizado por coletivos e movimentos de comunidades do Rio, a manifestação gritou palavras de ordem contra a morte de pessoas negras no país em ações policiais.