José Armando: Rolando Lero vai deixar saudades. O humor e o talento de Rogério Cardoso também

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Fazer humor não é das tarefas mais fáceis e poucos são os artistas que conseguem brilhar neste campo e conquistar o telespectador. Rogério Cardoso era um desses. O eterno Rolando Lero, da Escolhinha do Professor Raimundo, vai deixar saudades, muitas recordações e exemplos. Seus amigos são unânimes: Rogério sempre apostou no bom humor, enfrentou as dificuldades da vida com leveza e achava graça até nos seus problemas de saúde. Esses mesmos amigos garantem que ele nunca se deslumbrou com a fama e que o dinheiro estava em segundo plano, já que se realizava com a gargalhada e aplausos do público. Para ele, nada era mais importante do que a satisfação de quem pagou para ir ao teatro ou para aquele que ligou a televisão para se descontrair. Rogério Cardoso é um raro ator porque começou no rádio e naquela época (1952) a fama não era instantânea e não havia milhões de pseudo-artistas lutando por um lugar na televisão. Naquela época, quem entrava para o rádio ou teatro buscava a realização profissional e não o dinheiro que a luz dos holofotes pode trazer. É por isso que seu trabalho é impar e seus personagens marcantes. Salgadinho (Explode Coração) lançou bordões que conquistaram o país. Epitáfio (Zorra Total) mostrou ao público o homem, que apesar de uma certa malandragem, não sabe desobedecer a mulher. E o Seu Flor (A Grande Família) bem… esse é impagável, pois reúne um pouco de cada tipo de homem. Enfim, Rogério Cardoso vai deixar saudades, mas sempre estará na lembrança de seus fãs. E é bom deixar claro: poucos são imortais quanto o ator que perdemos nesta quinta-feira.