A televisão brasileira vive um momento de poucas novidades, de crise financeira e de criatividade em baixa. Com o mercado publicitário cauteloso, a ordem nas emissoras é não arriscar e só colocar no ar o que realmente trará audiência e, principalmente, faturamento. Nesse sentido, os principais canais trazem poucos produtos nacionais e investem pesado nos enlatados. É o caso do SBT. Praticamente toda a manhã é ocupada por desenhos recheados com uma ou outra intervenção da apresentadora Jackeline. Já no período da tarde, a emissora apostou em filmes, desenhos e seriados americanos. É uma sequência de enlatados e nenhuma produção nacional. No horário nobre a coisa é um pouco diferente, mas não se pode descartar os filmes da terça, quinta e sexta. Trata-se de uma equação entre audiência, faturamento e custos. A Globo também tem suas apostas internacionais, mas consegue colocar uma boa quantidade de produção nacional, o que dá um certo alívio para os profissionais brasileiros. Record, Rede TV e Bandeirantes vão na contra mão e ocupam boa parte da programação com produção nacional. Entretanto, é bom deixar claro, muitos desses programas possuem fórmulas mais baratas e o retorno publicitário é satisfatório. Mais do que nunca a criatividade deveria estar em alta na nossa televisão, afinal, com novas idéias seria possível quebrar o desempenho das duas principais emissoras (pelo menos quando se analisa o resultado da audiência). Mas porque arriscar se o que está no ar vem agradando os executivos. Desse jeito levaremos um bom tempo para ter coisa nova na nossa telinha. Enquanto isso, a solução é se contentar com o que é apresentado na TV aberta ou fugir para os canais pagos. E ai surge uma outra questão: o custo elevado da assinatura das operadoras em cabo e satélite.