Foto: Divulgação/TV Globo
A novela “Mulheres Apaixonadas” vem superando todas as expectativas e envolvendo o telespectador na discussão de muitos assuntos polêmicos e evitados pela família, como o alcoolismo feminino. O sucesso não se deve apenas ao belo texto de Manoel Carlos, mas do intérprete que consegue roubar a cena. Vera Holtz está perfeita na pele de Santana, uma professora de geografia que se vê atolada no alcoolismo. E não pense que a história de Santana é impossível, que só homem é alcoólatra e que o autor está exagerando. Existem no país muitas Santanas. Vera Holtz vem roubando a cena porque é uma das melhores atrizes da televisão e do teatro brasileiros. Ela mergulhou no personagem, estudou o alcoolismo feminino e vem dando um banho de interpretação. Quem nunca se viu emocionado com o problema da personagem e torcendo por sua recuperação? O assunto vai ser explorado até o último capítulo e o telespectador verá a triste realidade de uma mulher que entra num poço sem fundo e é obrigada a reunir todas as suas forças para voltar ao seu estado normal. O realismo das cenas é impressionante e, sem dúvida nenhuma, prendem o público. Os melhores resultados de “Mulheres Apaixonadas” são registrados quando Santana vira a “branquinha”, quando o homossexualismo feminino é abordado e quando Giulia Gan abre espaço para o desequilíbrio de seu personagem. Parabéns para Manoel Carlos. Parabéns para Vera Holtz. São trabalhos assim que valorizam a dramaturgia brasileira, uma das mais respeitadas no mundo.