Quando topa com Betina, linda e lânguida, em frente ao elevador do Duvivier, Olavo fica simplesmente alucinado. O impacto daquela mulher maravilhosa em seu campo de visão, falando macio, trocando seu nome, confundindo-o com um antigo namorado, um tal de Eduardo – tudo parte da armação combinada com Bebel –, produz naquele macho, sempre em alerta, um efeito hipnótico, quase alucinógeno.
Mais tarde – ele não sabe ainda – esse encontro lhe trará graves conseqüências. Mas, por enquanto, ele se deixa contagiar pelas insinuações da mocinha, mostrando, em contrapartida, um apetite incontrolável. Meia dúzia de frases depois, os dois já estão de encontro marcado – na suíte dela. Sim, porque, a esta altura, Betina já está devidamente instalada naquele hotel, fingindo-se filha de pais tradicionalistas e rigorosíssimos.
Gamadíssimo, Olavo comparece na hora e no local combinados. Encontra uma Betina envergonhadinha, no melhor estilo moça de família, apesar do figurino extremamente sensual. Enfeitiçado, nem percebe a porta do quarto entreaberta. Depois de vencer a falsa resistência de Betina, e já a dois dedos dela, pronto para o beijo, Olavo é interrompido pelo toque do celular dela. ”Papai!”, responde Betina, fingindo espanto. Chato… Ela diz ter um jantar inadiável e tem de deixar Olavo chupando dedo. Inconformado, quase babando, ele anota o celular dela e sai frustrado. Vão ter de se encontrar no dia seguinte – mais precisamente no dia do seu casamento com Alice.
Assim que Olavo bate a porta, Bebel sai do quarto onde estava escondida, com o celular na mão. Foi ela quem ligou, se fazendo de pai bravo, mas reclama de Betina um certo exagero na sua encenação. Betina concorda, mas garante que não é por conta de nenhum interesse pessoal. É tudo pra enlouquecer o homem e fazê-lo voltar. Bebel entende, mas acrescenta que tem de ser na hora exata do casamento…
“E aí, depois do mico, tchau e benção”.
As cenas devem ser exibidas á partir de sábado, 18.